Prof. Aloízio 22/09/2017
Uma trama paralela
O título do livro é bem apropriado, o protagonista, apesar de estar à frente dos fatos, é mantido à distância da trama, pelo menos da parte verdadeira. É uma trama paralela. Depois de ler um bom trecho, somos apresentados a Pedro, por ele mesmo, que é um menino solitário, que vivia com a mãe até a morte dela, que perdera o pai também e que “vivia” com um tio que viajava muito. História rápida sem enrolação, se imagina viajar em um parágrafo, no próximo já estará até de volta. Da trama restaram braços incongruentes, como a premiação de um concurso literário Português. Falando em literatura, sua mãe foi professora, escritora e compradora pertinaz de livros. Pedro relata a dificuldade de fazer escolhas, de se ter certeza das coisas, do ódio a mentiras, da crença na intuição, da importância da comparação, da sua paixão pela disciplina de geografia e da necessidade de método para tudo, influenciados pelas leituras de livros e filmes recomendados por sua mãe. Quem aparece na história, como sua única amiga, é Marina que apesar de ser sempre consultada altera pouco suas decisões. Contaram-lhe que sua mãe morrera, mas ele não acredita por causa da falta de provas e, tornando-se um detetive, busca por elas o livro todo e encontra outros personagens, como Thiago, o ex-namorado dela, que mora em Petrópolis,RJ. Tem um personagem que não chegou a existir, um hedge. Quer saber o que é um hedge... o livro lhe informará. Quase no final da trama uma janela para a verdade se abrirá com um telefonema de uma clínica psiquiátrica, então terá valido a pena confiar na intuição.