Dani Ferraz 23/07/2020
Poesias com toque de nostalgia...
Nariz de vidro escrito por Mário Quintana – um dos maiores poetas brasileiros – e publicado pela primeira vez em 1984, é uma coletânea de poesias que compunham parte de sua obra completa e também da seção do jornal para o qual escrevia em Porto Alegre-RS (Correio do Povo).
As poesias têm um toque de nostalgia, de velha infância, mas também de amadurecimento e velhice, o que torna a obra atemporal. Levantam questionamentos e reflexões, com bom humor e às vezes com ironia, mas sem perder o lirismo e algumas características peculiares da escrita do poeta, que faz com que viajemos no tempo, na saudade, nos amores, na natureza e nas horas [...] “Quando se vê já são seis horas, sexta-feira, sessenta anos [...] E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas”.
Tenho comigo a premissa de que nem sempre é fácil ler poesia, por mais que os versos sejam harmônicos, melodiosos, que tragam a sensibilidade de fazer conversar consigo nos diferentes momentos da vida fulgaz ou que beirem à simplicidade de se observar as coisas ao redor, senti esta dificuldade de conexão na leitura da obra, talvez pelo período vivido ou por não ter permitido me deleitar por completo nos versos desta obra de Quintana.
Do mais recomendo a leitura, seja para conhecer a poética do autor, para ler as poesias dedicadas ou para revisitar a obra e que você “Quintane-se” mais do que eu pude fazê-lo nestes versos.