O homem despedaçado

O homem despedaçado Gustavo Melo Czekster




Resenhas - O homem despedaçado


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Francine 23/11/2011

O que admiro em contos é a precisão da narrativa, pois é um gênero que obriga o escritor a ser objetivo e fazer da própria narração parte da beleza da história, isto é, com a sintaxe empregada no texto, a leitura fica prazerosa e cumpre o seu objetivo: entreter, emocionar e fazer pensar num curto espaço de tempo e folhas. Katherine Mansfield dizia que, num conto, sempre alguma coisa vai ficar de fora e cabe ao autor saber o que deve ser excluído ou não, como colher os melhores frutos de uma árvore. E assim foi feliz Gustavo Melo Czekster na sua estréia literária. O Homem Despedaçado é um deleite para quem gosta de narrações precisas e objetivas empregadas à complexidade do cotidiano.

Continua aqui: http://livroecafe.com/2011/11/21/o-homem-despedacado/


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Paulo Silas 07/06/2016

Um livro de contos, mas não apenas meros contos. São contos peculiares, cada qual escrito num modo próprio, estando presente sempre, em comum, o estilo do autor: tocante, envolvente, trágico, filosófico, sentimental, poético, chocante. Nas histórias que compõem o livro há desde abordagens sentimentais até exposições que beiram o absurdo. A leitura agrada e convence.

As moscas são figuras que estão presentes em todo o livro – não apenas nas ilustrações da capa e em algumas páginas, mas dentro da maioria dos contos. Tendo sido intencional ou não, as moscas ganham certo destaque na qualidade de figurantes.

E os contos, sobre o que versam? Aí é que está uma das jogadas maestrais do autor. Há um liame invisível a olho nu ligando eventualmente algumas das histórias. Mas cada uma possui o seu universo próprio, sua mensagem própria, seu roteiro próprio. Como diz o próprio autor sobre o livro, “é um livro despedaçado”, pois “os contos apresentam formas de despedaçamento, e não surpreende que, em alguns pedaços, eles se encontrem, assim como, às vezes, lembrem outras histórias”.

O leitor pode contar com histórias sobre porcos que dilatam até explodirem, sobre um general que expõe o seu lado sentimental em meio ao final de uma batalha, sobre um grupo de amigos que faz uma descoberta fantástica, porém, com consequências trágicas, sobre variações acerca de um tema de Nietzsche e ainda sobre homens tridimensionais. Tudo isso e muito mais.

Destaque para o conto que leva o título da obra. Em “O Homem Despedaçado”, Luís descobre a possibilidade de contemplar sua própria vida em realidades diferentes. Vários universos alternativos, cada qual mostrando a vida de Luís de acordo com próprias nuances, diferentes escolhas, rumos divergentes e trilhares unitários. As várias possibilidades de história de vida da mesma pessoa podendo ser assistidas de uma única vez. A forma encontrada? Um espelho que se quebra.

A escrita do autor, reitero, é envolvente. Suas linhas expostas são magnificas. O diálogo é sempre coeso e de modo reflexivo. Alegorias, tragédias, mortes, crueldade, frieza, enfim, uma série de emoções que constitui uma leitura que choca. Extasiado é como o leitor ficará ao concluir a leitura da obra.
Um livro que merece ser lido.
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Bruno 22/01/2017

belo livro de estreia
É um pouco difícil escrever sobre esse livro, talvez por eles serem cheios de contradições. Os contos, apesar de terem uma espécie de linha mestra, diferem-se muito entre si. Alguns chegam perto da genialidade e acabam escorregando em momentos cruciais. Outros são menos ambiciosos e mais "corretos", mas acabam não sendo marcantes.
Fato é que a leitura desse livro um tanto irregular vale bastante a pena e deixa uma curiosidade sobre os próximos livros do autor.
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