Lidia 07/12/2011Hmmm...Bem, primeiro quero deixar claro que esta é minha primeira resenha, portanto pode haver muitas falhas.
Segundo quero expor os motivos que me fizeram ler a obra "O Retorno do Jovem Príncipe", a principio foi o fato de ser sobre o meu amado principezinho, mas ao folhear o livro decepcionei-me por não encontrar nele gravuras o que o tornou infinitamente diferente de "O Pequeno Príncipe" , mas sim compreendo que o Alejandro não queria de forma alguma copiar o Saint-Exupéry, apenas dar uma continuidade a sua obra. Enfim lendo o "Algumas palavras introdutórias" eu senti novamente vontade de ler o livro, por causa de uma frase do A.G Roemmers que dizia para enxergamos através de suas palavras como o Principezinho enxergava o carneiro através da caixa. Pronto, bastou parar querer o livro.
Quando comecei a minha leitura eu estava fascinada pelo modo como o Alejandro descrevera o Jovem Príncipe, mas foi só ler os primeiros diálogos que surgiu a minha decepção. Durante toda a leitura senti como se estivesse com um livro de autoajuda! O principezinho não já não tinha mais sua ingenuidade e pureza de antes, já não falava mais coisas poéticas, só perguntava enquanto o Alejandro fica respondendo e se vangloriando por dar respostas que ele mesmo julga "verdades", não que não sejam, mas foi um saco ler a obra na expectativa de encontrar um adolescente especial como o Pequeno Príncipe e se deparar com um jovem depressivo e desacreditado da vida e de sobra e um adulto impondo que conhece tudo sobre o mundo e sobre ser feliz. Bem, Roemmers se você estava querendo escrever um livro de autoajuda não precisava colocar o Pequeno Príncipe no meio. Fora que há alguns erros, como na parte que o príncipe pergunta o que é um trem quando na página 74 da obra original o guarda chaves menciona trens e o príncipe nem o questiona sobre o que é, ou seja, sinal que já sabe. Também há o momento na obra de Alejandro quando o príncipe diz “Ele me deu estrelas que sabem rir” se referindo ao Saint-Exupéry, bem todos sabemos que foi príncipe que o presenteou “Será como se eu tivesse dado, em vez de estrelas, montões de guizos que riem...”.
Uma das partes que eu mais detestei no livro foi quando o Alejandro resolveu mudar a roupa do príncipe para que ele deixasse de parecer um príncipe e se tornasse só mais um garoto, ou seja mudar seu estilo. O príncipe de Saint-Exupéry conheceu um bêbado, um homem de negócios, um vaidoso, um rei razoável, um geógrafo todos com suas manias estranhas e não — nunca — tentou mudar nenhum, ai chega um cara e muda seu figurino! “Ok, tudo bem, é só uma roupa” pensei nessa passagem, me convencendo a persistir e continuar. Estresses a parte, no final da obra se o príncipe retornasse ao seu lar creio que não o encontraria, pois deixou os baobás e os vulcões descuidados, tudo devido a uma erva daninha metida. Eu nunca acreditei que o príncipe, o meu príncipe, o príncipe de Antoine, se deixaria levar por a opinião de alguém, nunca pensei que ele perdesse a autoconfiança em suas palavras e em seu modo de pensar, mas parece que o Alejandro acha que o garoto é vulnerável, como um garoto comum — Lembrando que garotos comuns não vêem carneiros através de caixas —. Enfim, o Jovem Príncipe não retorna ao seu asteróide, ele continuou na nossa Terra para ajudar as pessoas com seu “encanto” e “alegria” e “sabedoria” que ele absorveu de seu encontro com o Alejandro na Patagônia. O Pequeno Príncipe já não habita mais o seu asteroide B612. Então caros amigos, é com pesar que eu lhes digo que hoje a noite olhei pro céu e não mais escutei milhões de guizos a me sorrirem, nem mais vi milhões de estrelas floridas.
Se você ainda não leu, aconselho que leia e tire suas próprias conclusões e eis aqui as minhas, peço que respeite-as. Vou tentar esquecer a existência deste livro para ouvir novamente as estrelas sorrirem e imaginar que em algum lugar um príncipe continua pequeno e amando sua flor, cuidado do seu planeta e vigiando seu carneiro.