Luh 26/05/2012Um pouco decepcionanteResenha retirada do blog Fome de Livros
http://blog.fomedelivros.com.br/2012/05/busca-de-brighid.html
Aviso: Esta resenha contém spoilers do primeiro livro da série, 'A Escolha de Elphame'.
Falar sobre 'A Busca de Brighid' é um pouco difícil para mim, porque sei que muita gente adorou o livro e eu não. Uma das coisas que não me agradou foi a frase da capa, que é idêntica à do primeiro volume da série, e eu só fui perceber quando já tinha terminado a leitura. Pra quem não consegue ler, a frase diz "Partholon: Um mundo diferente em que os sugadores de sangue são uma verdadeira ameaça..." e não combina nem um pouco com este livro, considerando que no desfecho do primeiro livro descobrimos que os fomorianos não são mais ameaça alguma. A frase da edição americana, entretanto, é perfeita para o livro, "Partholon: Onde tudo é possível... até o impossível!" e achei um descuido da editora não ter arrumado certinho.
Eu tinha certas expectativas para 'A Busca de Brighid', considerando como terminou o volume anterior, e nem todas essas expectativas foram atendidas. Não estou dizendo que o livro é chato, foi uma leitura interessante em sua totalidade, mas em alguns trechos parece que a autora propositalmente tenta 'esticar' a história para criar mais páginas. Os dois personagens principais, que já conhecemos antes, são Brighid e Cuchulainn. Apesar de ter aparecido regularmente no primeiro volume da série, Brighid é uma personagem que eu mal tinha notado até o momento, porém na minha opinião ela é uma protagonista muito melhor que Elphame (que foi praticamente excluída desse livro, para minha felicidade).
O livro começa dois meses após o término do anterior, com Cuchulainn longe do castelo, escoltando os fomorianos de volta à sua terra natal e sofrendo pela morte de sua amada. Elphame está bastante preocupada com o irmão e Brighid se oferece para ir buscá-lo e não darei mais detalhes da história porque acredito que a sinopse já traz spoilers suficientes.
Os melhores pontos do livro foram a amizade que se fortalecia aos poucos entre Brighid e Cuchulainn (mesmo que na maior parte do tempo eu quisesse bater com força na cabeça do guerreiro por ser tão pessimista) e as crianças. Ah, como descrever as crianças? Aquelas coisinhas pequenas e fofas deram um ar muito mais alegre ao livro e eu me sentia feliz sempre que elas eram mencionadas.
"Brighid não tinha ideia de como acontecera, mas se viu cercada por criaturinhas aladas que tagarelavam sobre suas vidas como caçadoras. Mãozinhas quentes afagavam suas pernas e flancos enquanto Kyna fazia perguntas intermináveis sobre como Brighid mantinha o cabelo longe dos olhos quando caçava, e com o que enxaguava o cabelo para deixá-lo tão brilhante, e se usava o mesmo enxague na sua parte cavalo, e...
Brighid preferia ter sido atirada numa alcateia de lobos raivosos, ao menos poderia chutá-los para ficar livre e escapar."
Dois avisos que senti necessidade de passar: se você achou o primeiro livro um pouco fantasioso, com todos os seres diferentes, fique longe do segundo volume. Com direito a viagens ao mundo espiritual, armas que possuem seu próprio espírito e pessoas que mudam de forma, o livro consegue ser ainda mais fantasioso que seu antecessor. E este livro não é muito indicado para crianças, sendo que algumas lindas páginas mencionam sexo (nada pesado como IAN, mas ainda não é aconselhável para os 'pequenos').
Como aconteceu em "A Escolha de Elphame", o início da história foi um pouco lento para mim, o 'meio' foi mais lento ainda e só nas últimas 150 páginas a história prendeu minha atenção, se todo o livro tivesse seguido o ritmo do final eu definitivamente teria adorado. E infelizmente justo quando a história começou a me deixar ansiosa, lendo páginas atrás de página, P. C. resolveu terminar o livro e me fazer aguardar ansiosamente o próximo volume (que ainda não tem previsão de lançamento).