Nélio 27/07/2017
É o terceiro livro do autor que leio. E novamente uma ótima leitura. Uma trama ambientada no drama do Estado Novo e na escolha de um novo Imortal para a ABL. Aquele arzinho de conspiração, de rebeldia, de mistério e de muito mais! Senti-me lendo um livro ao melhor estilo do Dan Brawn... Não comparo os autores e nem os livros, mas aquele desejo de saber sempre o que vem à frente. “Vou ler só mais um capítulo...” Adoro!
O bom do estilo de narrativa do autor é que ele não é cansativo. Há ação, emoção, mesmo quando ele entremeia algo da repressão do Estado Novo ou da Segunda Grande Guerra. Para mim, é um autor que cria personagens que são “gente como gente” : há verossimilhança. E para quem gosta de ler, é fácil chegar a esse nível de exigência. Se não há coerência, possibilidade de ocorrer, não leio.
Jorge Amado explora muita coisa do universo humano nesse livro. Agir segundo nossos interesses, por exemplo. E no meio da escolha de um membro para a ABL. Nada de valores literários sendo a principal razão de um voto de imortalidade...
Há um subtítulo da obra que mostra o lado satírico que o autor deixou para nós: “fábula para acender a esperança”. Já que não vou contar detalhes da narrativa, fica a curiosidade do que ele quis dizer com isso. Só digo que ele criticou muito bem a hipocrisia de uma elite...
O livro é de 1979, mas retrata os anos 40. Fiquei pensando se sua (talvez) velada crítica ao militarismo chegou a causar algum tipo de problema para ele...
Amor, família, morte, traição, tramas e dramas... Tudo lá.