Calabar

Calabar Chico Buarque
Ruy Guerra




Resenhas - Calabar


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Renan 25/02/2022

Não existe pecado ao Sul do Equador!
Ah, Chico Buarque! Desde a década de 1960, sobram pessoas para elogiar a vasta obra desse grande homem, ainda sim, não são suficientes!

Em 1973, Chico Buarque, em parceira com Ruy Guerra, escreveu e compôs a peça/musical Calabar - o Elogio da Traição, em plena Ditadura Militar (1964-1985). A história, baseada em fatos históricos: a vida (e traições) de um luso-brasileiro chamado Calabar, em meio às Guerras do Açúcar, envolvendo Espanha, Holanda e, consequentemente, Portugal.

As mudanças de lados na guerra, as religiões envolvidas, as paixões, tudo isso é abarcado por uma escrita fenomenal, bem como composições excelentes, que acompanham o teatro. Personagens históricos também compõe a obra, como o governador da Nova Holanda (Brasil holandês), Maurício de Nassau.

As metáforas e representações fazem referências sutis à política brasileira contemporânea, especialmente à época dos militares no poder; além de claras provocações sobre os costumes e morais, tão valorizados pelo regime conservador, como a canção "Não Existe Pecado ao Sul do Equador" e a personagem devassa Anna de Amesterdã. Muito provocativo, muito bem executado, com um olhar atento, se percebe claramente onde Chico queria chegar.

De traição em traição, se constrói um país. Não traias a si mesmo e leia essa peça maravilhosa!
lele 25/02/2022minha estante
sensacional como sempre!! chico buarque, um grande homem ??




Bit 14/03/2011

Este texto aborda a questão da lealdade e da traição, numa clara alusão à conjuntura política do período e traz algumas canções famosas de Chico Buarque, como Anna de Amsterdã e Bárbara
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Alinde 30/06/2011

Não gosto, não gosto mesmo, de começar uma leitura com muitas expectativas. Atrapalha muito. E foi o que aconteceu com Calabar. Por ser do Chico Buarque, esperei algo mais atemporal. Não, não estou falando que a peça é ruim. Mas é datada, o que atrapalha um pouquinho o prazer da leitura. De qualquer forma, não me senti perdendo tempo ao ler a peça: dificilmente sentirei que perdi tempo com alguma obra do Chico Buarque, creio eu.

Para quem ainda não sabe, Calabar foi um senhor de engenho na capitania de Pernambuco que resolveu se aliar aos holandeses quando estes invadiram o nordeste do que hoje é o Brasil. Por isso, foi capturado pelos fiéis a Portugal, durante a disputa pelo território com os holandeses, e morto como traidor. Isso, pra quem está perdido no tempo, aconteceu no século XVII. Três séculos depois, é discutida a ideia de que Calabar é traidor: e se ele realmente considerasse que os holandeses fossem fazer o melhor pelo território em disputa? E não é Calabar quem responde a essas pergunta, mas os personagens à sua volta: o senhor de engenho “traidor” não tem fala na peça. Aqueles que têm voz são seus delatores, sua viúva, outros personagens do episódio holandês no Brasil, como o próprio Mauricio de Nassau.

Para os autores, Calabar não era um traidor: ele acreditava que os holandeses fariam melhor do que os portugueses. Tese, aliás, bastante defendida no Brasil, diante do que Nassau nos deixou em Recife e Olinda e do que os portugueses nos deixaram. Traidores eram os delatores e executores de Calabar, por terem traído o mesmo, e sem motivos que não os egoístas: não há ideais entre delatores.

A meu ver, o melhor da peça são as personagens femininas, e suas relações com a guerra: Bárbara, que não se conforma de perder seus amantes um a um por conta dos conflitos. E Ana de Amsterdã, que a consola: pra que se importar com os homens, se eles vão morrer mesmo? Bárbara, que defende Calabar até o fim. Ana, que defende o seu prazer, sem se importar demasiadamente com os homens, antes propondo prazer também a Bárbara (já que os homens gostam mesmo é de homens…).

Escrevi no começo da resenha que a peça é datada. Pois é. MAS não é por isso que deve ser descartada a sua leitura. Muito se entende sobre parte do pensamento no Brasil na década de 70. As personagens são fantásticas, muito bem construídas. E a revolta contra a delação, marca da peça, é o que ela tem de mais atemporal – junto com a admiração pelo “Brasil holandês”, algo que perdura, três décadas depois. E ainda: as mulheres continuam sofrendo com a estupidez da guerra…
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Marilda 28/02/2012

Traidor ou herói nacional ?
O que seria do Brasil se os portugueses não tivessem expulsado os holandeses de Pernambuco?? Ou melhor, o que seria do Brasil se tivesse sido colonizado por um país mais arejado, amante das artes, menos predador?
Comparando as políticas portuguesa e holandesa de apropriação da riqueza nacional, Calabar deve ter se convencido de que a Holanda poderia oferecer melhores condições culturais, sociais e de progresso ao Brasil. Calabar seria um traidor ou um visionário? Neste livro, os autores defendem a segunda hipótese; porisso o elogio à "traição" de Calabar.
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Andreza Alves 30/12/2014

Chico Buarque é um cara que sempre me surpreende.
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Joy 01/04/2016

Uma visão muito interessante de uma história real, colocando os detalhes sobre traição, política e ideais de uma maneira romanceada e bastante reflexiva.
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Laura 17/11/2016

Interessante
É uma história interessante, no começo é meio chato, mas depois que você embala, vai querer continuar lendo até o fim.
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Pepê 26/02/2020

Trair ou não trair, eis a questão.
Este livro aborda a questão da traição em uma perspectiva histórica/teatral. Até que ponto valeria a pena trair a nação e seus conterrâneos? A história retratada de Calabar coloca em dúvida para quem estiver atento as entrelinhas a noção de pertencimento daquele indivíduo na sociedade.
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eagorarenato 23/03/2020

Aproveitando esse momento imersão em peças do Chico Buarque. Acredito muito no momentum, que nos faz ter experiências específicas em períodos específicos da vida, por mais que você circule tão perto delas por tanto tempo. Janeiro era meu momento pra ler Gota D'água, fevereiro Calabar. Acompanhado disso experiências incríveis, como a primeira peça que assisti no Teatro Oficina, "Roda Viva" também do Chico (Obrigado Victor Gomes Rosa pelos ingressos, Ula Petreca pela companhia e conversas) e logo em seguida "Gota D'água". O momento, combinado com se tornar disponível, expande cada experiência.
Sobre a leitura, Gustavo Steffen recomendou ler enquanto escutava as músicas (que são lindas), melhor dica. O texto histórico fica difícil nuns momentos e as canções ajudam muito. Barbara é a minha personagem favorita, com seu impasse romântico.
Escrevo que a experiência de leitura vai além das páginas dos livros, me acompanha por onde vou e é compartilhada com todas ao meu redor.
É sempre uma vivência integrada e única.
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anarontani 25/03/2020

Sensacional!
queria ter nascido pra ver essa peça !
Chico nunca errou !!
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Nilton 20/10/2020

Bárbara e Anna
O texto teve problemas com a censura do período militar.
Difícil escolher uma música dentre tantas tão lindas.
Posso falar do pioneirismo da canção q ilumina o amor entre duas mulheres ou da belíssima "Tatuagem".
Mas prefiro cantá-las...
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Everton Vidal 15/01/2021

Não é lá aquelas coisas... Mas algumas das músicas que compõe a peça estão entre as melhores do Chico: Bárbara, Tatuagem, Fado Tropical, Não existe pecado ao sul do Equador, Ana de Amsterdã, Você vai me seguir, Cala a Boca Bárbara, etc. Foi bom vê-las dentro do contexto em que foram escritas (vale a pena ouvir o disco Calabar).
Me deixou com vontade de ler mais sobre o "Brasil Holandês".
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Tony 08/03/2021

Brasil Holandês
Nunca tinha lido uma peça de teatro, não foi bom como assistir uma, mas o enredo foi bom e as músicas do Chico no contexto sempre ótima.
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Daniel 19/09/2022

Leia escutando o álbum
Escutar as músicas nos momentos que elas surgem no livro é muito mais interessante. Vale demais o trabalho.
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João Gabriel 26/09/2022

Pior trabalho do Chico
Peça com história fraca. Difícil de segurar a atenção do leitor por muito tempo. Personagens pouco marcantes e diálogos forçados. Uma das piores obras do Chico que já li.
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