Leite derramado

Leite derramado Chico Buarque




Resenhas - Leite derramado


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Nat K 15/07/2009

"Leite Derramado" apresenta uma boa e envolvente estrutura narrativa, oferecendo ao leitor um belo passeio pela consciência falida de uma sociedade (ou seria a consciência de uma sociedade falida?). O personagem, cuja memória pouco confiável imbrica o leitor em um verdadeiro labirinto, retrata como poucos a história do Brasil -parcial e recheada de preconceitos - e sua historiografia, pois reiventada, reinterpretada a cada página. Mais consistente do que "Budapeste", com certeza nos faz esperar pelos próximos livros para, finalmente, podermos firmar ao lado do nome de Chico também mais uma qualidade: a de competente romancista.
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tpsena 13/07/2009

É o melhor livro do Chico Buarque. Mas dai a compara-lo com Garcia Marques vai uma distância absurda!
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yuri thome 07/07/2009

Estilo "Chico Buarque" de escrever
Livro surpreendende. Impossível parar a leitura. A expectativa da próxima cofusão de datas e fatos do senil senhor e a tentativa dele de resgatar os eventos em uma profusão de memórias é magistral. Vale a leitura e re-leitur de cada página
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Joice Atique 01/07/2009

Fraquinho
A expectativa era grande, talvez daí venha a decepção.
O novo livro de Chico Buarque não tem o charme poético de Budapeste. O personagem principal parece ter saído de algum livro de Machado de Assis, mas suas constantes voltas e confusões narrativas quebram o ritmo da leitura.
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Janaína Moraes 30/06/2009

2, e nada mais.
Tudo bem que se trata de Chico Buarque, mas os devaneios me irritaram um pouco.
Quando lí Budapeste fique fascinada com a escrita macia de Chico, mas aqui, em Leite derramado, achei tudo pesado demais, denso de mais, até escuro de mais.
A repetição que o personagem faz, contando incansávelmente suas lembranças me cansou e cheguei a quase desistir de ler.
Por outro lado, o que mais que encantou no livro foi o último paragrafo, onde ele descreve sua morte, vislumbrando em seu lugar, seu tetravô.
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Mora 09/09/2009minha estante
Entregou o final do livro, agora como vou ler? haha. Estava curioso pra ler algo dele, adoro as músicas, tem muito talento e inteligência da mesma forma que o pai. Vou ler primeiro Budapeste, pela ordem.




Caioliveiriano 28/06/2009

Leite Resenhado
Autor de poucas, porém impactantes, obras literárias, Francisco Buarque de Holanda não é um Gabriel Garcia Marquez ou um Machado de Assis. Seu mais novo livro, Leite Derramado, tem sido vendido como uma saga familiar marcada pela decadência (similar aos Cem Anos de Solidão), ou então como uma espécie de Dom Casmurro moderno, uma vez que seu narrador e personagem principal padece da mesma dúvida que assolou Bentinho no famoso clássico literário. Embora realmente existam similaridades em relação a ambos, a obra de Buarque trata principalmente da relação de um homem com suas memórias.
Descendente de linhagem rica e nobre, o protagonista Eulálio Assumpção jaz em uma cama, velho e alquebrado, enquanto narra sua história de vida de maneira não-linear e por vezes repetitiva, confundindo amiúde faces, nomes e eventos. Sua relação imediata com as pessoas e objetos ao redor é apenas um meio cujo fim é trazer à tona a próxima reminiscência.
Nem mesmo sua filha ainda viva, Maria Eulália, existe fora de sua construção da realidade; embora presente, ela é mero lembrete do que seu pai perdeu ou vivenciou. Eulálio, quando abandonado por sua mulher, Matilde (perda que o assombra constantemente), passa a buscar na filha traços que a identifiquem com a mãe, ficando desolado ao perceber que a menina cresce cada vez menos parecida com ela. Mesmo antes de tornar-se ancião, Eulálio já vive de memórias de outros tempos, característica que o acompanha pelo resto da vida cada vez mais difícil que leva.
Suas posses mínguam; o estilo de vida luxuoso da juventude gradualmente dá lugar à pauperização. Todos os terrenos e casas – templos que encerram diferentes significados para ele – são vendidos a fim de saldar dívidas, até não ter nenhum lugar para chamar de seu. Enfim, quando precisa morar de favor em um cômodo contíguo a uma igreja, fica satisfeito porque estará no mesmo terreno da fazenda de que outrora teve que se desfazer. Mais que a precariedade da situação, o que lhe importa é conectar-se aos seus antepassados, à sua história de vida e à sua identidade.
Buarque emoldura cada um desses eventos cruciais para Eulálio com fatos da história do Brasil. Tudo está inserido em um contexto, em um bom exercício de intertextualidade, mas sem perder de vista que o que interessa é sempre a perspectiva de seu protagonista acerca das coisas. Não há julgamentos valorativos sobre, por exemplo, a ditadura militar. Esta é mero pano de fundo para certos infortúnios pelos quais os Assumpção têm que passar em sua trajetória.
A prosa do autor é simples e concisa sem qualquer prejuízo ao seu talento de evocar sensações e gerar reflexões. Buarque não precisou escrever um épico familiar ou o conto máximo sobre ciúme machadiano para manter-se válido. A narrativa que construiu sustenta-se sem comparações (embora inevitáveis, claro) e merece ser chamada de Literatura, com “L” maiúsculo.
Francisco Buarque de Holanda não é um Gabriel Garcia Marquez ou um Machado de Assis. E isso não é algo necessariamente ruim.
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Aline Maziero 24/06/2009

Impossível parar de ler. Livro denso, sem perder a leveza, pra sr lido de uma vez, sorvidm grandes goles
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Lia 20/06/2009

'Um deleite derramado aos pés de Chico Buarque' (2)
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Vitor Peixoto 13/06/2009

A Solidão e seus mais de 100 anos.

Já li todos os livros de Chico Buarque e toda vez que termino algum deles me vem a vontade de reler toda a história que acabei de concluir, para que eu não perca sequer uma palavra do que está impresso no romance.

Leite Derramado iniciou-se para mim de forma despretensiosa. Não sei se devido à narrativa em primeira pessoa e acronológica da personagem principal, ou se foi por causa de seus curtos capítulos, enfim, tive a impressão de que nunca ia entender aquela "bagunça de histórias" contadas por Eulálio D'Assumpção (com "p" mudo, como ele frisa no livro).

Como por um passe de mágica, passei a saber tudo da vida do simpático velhinho moribundo e solitário. Já podia falar de Matilde, Maria Eulália, Amerigo Palumba, o pai e mãe de Eulálio, todos figuras constantes e presentes de forma aleatória nas conversas do narrador/personagem, que, devido à idade, já não mais consegue organizar tão bem suas ideias, nem distinguir o que é presente ou passado em sua longa vida.

A solidão mais uma vez se fez presente num livro de Chico e me prendeu à sua história. Terminei o livro em 2 dias, sentindo uma tremenda vontade de conhecer ainda mais o que presenciou os mais de 100 anos de Eulálio, num Brasil que passou pela Velha República, pela influência da França na Belle Epoque tropical, por Getúlio Vargas, por Juscelino e Brasília, pela Ditadura, pela Nova República.

Narração perfeita e muito inspiradora, de um "escritor em plena posse de seu talento e de sua linguagem" com diz a orelha do livro, escrita por Leyla Perrone-Moisés.

Recomendo bastante, assim como indico todos os outros livros de Chico Buarque, a quem espera ótima escrita, história, palavras, reflexão, poesia, prosa, palavrões, alegrias...

Divirtam-se.















































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Pablo Ribeiro 22/05/2009

Bela narrativa
Uma estória leve, bem escrita, discorrida de maneira interessante, meu primeiro livro de Chico Buarque, e posso dizer que agora irei buscar os seus outros títulos.
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Marcelo 29/04/2009

UM LIVRO INTELIGENTE
Em "Leite Derramado", Chico Buarque dá um baile no leitor ao narrar, através do personagem narrador, a saga de 200 anos de uma família oriunda dos tempos do Brasil império que, como muitas, não resistiu às oscilações de poder e grandes colapsos financeiros indo à bancarrota. Tal situação é bem sintetizada naquele velho ditado: pai rico e filho nobre, neto pobre. É um livro de leitura fluida que traz como atração principal as memórias nada lineares e tampouco confiáveis de um velho moribundo de mais de cem anos que, em um leito de um hospital, conta a história de sua vida em uma espécie de quebra-cabeça mental.
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Aryana 24/04/2009

Derramou-se
Todo o tempo uma grande peça da memória.
Os estranhamentos e acontecimentos são fácilmente compreensíveis nessa estória contada por um velho que fala a quem quiser ouvir, que muda de interlocutor, de assunto, de lugar... Corrente, coerente, até quando não parece pretender ser.
Bom, mas me assusta ouvir comparações a Machado, pensava que acharia artifícios que Bruxo criou, mas nenhum artifício ficcional desse porte. Chico escreve como um bom escritor, como alguém que escreve bem, que parece ter aprendido, mas longe de ser um gênio literário.
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Cristina117 18/04/2009

Não sei se obra-prima, mas divertido.
Não se deve abandonar Leite Derramado pela metade. Do meio para o fim é que nos acostumamos com as fragmentações e nos deliciamos com a graça-irônica da literatura do Chico. É um livro de leitura rápida, mas requer atenção: as lembranças de Eulálio pulam de uma época para outra, da realidade para a invenção, da invenção para outra invenção. Afinal, não há controle cronológico para as lembranças e um homem obcecado, na flor dos cem anos.
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Marcos Bassini 16/04/2009

Panos
Existem, entre outras, inúmeras, duas tramas inesquecíveis sendo tecidas ao longo deste romance que é, não sem razão, um deleite até para a crítica.

Uma é o próprio enredo do livro, um velho num leito de hospital, narrando, através de caducas reminiscências, a história da sua família, usando como pano de fundo a história do país com sua política, seus costumes e suas mazelas (fingindo aqui não estarem aquelas contidas nesta).

A outra, como já insinuei no parágrafo acima (você se recorda?), é a mecânica da memória, estes panos pingando lá do alto, que nunca conseguimos agarrar, apenas puxar de cada um deles um fio que, enredando-o a outros, guardados onde não sabemos, transformamos em panos que jogamos lá embaixo para nós mesmos.

Chico Buarque, agora com pleno domínio da narrativa, planejando o segundo exato de conceder ao leitor uma nova informação (ou dúvida), conseguiu de mim o mesmo que nos seus shows: a sede de bis quando as cortinas se fecham e o pano cai como uma chapa de leite negro derramando-se no palco.
Samyta 14/04/2009minha estante
Brilhante resenha, Marcos!

Fiquei instigada a ler...



caramelim 17/04/2009minha estante
inspirado, hein!

uhuuuuu!


Aryana 24/04/2009minha estante
Acho que discrepamo um pouco. Fiz uma resenha também, pequenina, na outra edição!


Nessa Gagliardi 19/08/2010minha estante
Linda resenha!!!


Agatha 15/11/2011minha estante
A melhor resenha das que li. Pena que poucos compreenderam o livro da forma que você fez.


Ninha Machado 26/06/2014minha estante
Linda resenha! Fiquei com mais vontade ainda de ler


Bianca 10/01/2018minha estante
UAU! Excelente resenha.


Narrilla 10/02/2021minha estante
Uma resenha é uma resenha.




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