A Arma Escarlate

A Arma Escarlate Renata Ventura




Resenhas - A Arma Escarlate


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Gabriela Takeda 25/01/2012

Li A Arma Escarlate em dezembro. Como sou uma leitora compulsiva (quando gosto de um livro o leio sem parar para respirar), o li em apenas dois dias.

No primeiro dia, tendo lido a primeira parte, que é mais "sossegada", com a apresentação da escola e dos personagens para que nos apeguemos a eles (principalmente ao Capí e ao Viny), mergulhamos num mundo mágico novo. Aquele mesmo mundo mágico já visto em Harry Potter - bruxos adolescentes em escolas de bruxos, com varinhas mágicas e caldeirões, horcruxes, professores, roupas incomuns. Porém novo porque é o Brasil, e não a Inglaterra! Com uma escola numa montanha, e a floresta com árvores no chão e no teto, tive um sonho PREOCUPANTE quando finalmente dormi, lá pelas 4 da madrugada.

O sonho foi muito bonito. Com os dormitórios, o tapete de árvores dobrando no horizonte e subindo ao teto. A árvore gigante.

Veja bem. Eu costumo sonhar com Harry Potter. Que estou naquele mundo, com uma varinha mágica, fazendo feitiços como "Vingardium leviosa", "Alorromora", "Lumus", "Estupefaça", "Reducto".

Neste sonho, porém, lá fui eu na minha nova escola de bruxos brasileira e minha varinha de sempre testar o meu corriqueiro "Vingardium leviosa". Resultado: não deu. Por quê? Os feitiços em latim não funcionam no Brasil.

Apesar de frustrar os meus sonhos (já que ainda não domino feitiços brasileiros), isso demonstra o quanto A Arma Escarlate é cativante. Em apenas um dia de leitura, já devastou os meus sonhos, já mudou meus conceitos de mágica, e me fez pensar em como seria uma escola de magia no Brasil, se realmente existisse. E, pensando nisso melhor, seria exatamente do jeito que Renata Ventura relatou! UMA BAGUNÇA! Com um governo corrupto, sistema público de educação com inúmeros problemas, feitiços que não funcionam, e, principalmente uma beleza monumental que nem sempre sabemos apreciar tão bem.

Recomendo!
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Markinhus 27/05/2013

A Arma Escarlate
Quando dizem para “não julgar um livro pela capa” algumas vezes as pessoas tem razão, mas quando eu vi pela primeira vez a capa da segunda edição do livro A Arma Escarlate eu me apaixonei a primeira vista. Depois quando eu comecei a ler a historia e conhecendo os personagens eu me encantei tão profundamente, que sem duvidas é uma leitura que eu recomendo a todos. Com uma mistura genial do universo fantástico de Harry Potter e a realidade vivida no Brasil, a narrativa apresenta uma trama da mais alta qualidade, apresentando personagens que todos adoram, ou adoram odiar.
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José 22/05/2013

Um Futuro Promissor
O que esperar de algo que possa parecer tão óbvio e familiar?Foi exatamente com esse pensamento, que comecei a ler a "A Arma Escarlate" e que felizmente me enganei.O universo que Renata Ventura trás para nossos trópicos, não deixa nenhum pouco a desejar, em relação a grande saga épica criada por Jk Rowling.Se é possível, uma homenagem mais original e inteligente eu realmente não sei, mas de uma coisa eu tenho certeza, Renata Ventura soube muito bem explorar, nossos problemas sociais juntando com fatos históricos do nosso pais, e tudo isso com muita originalidade, fazendo com que em nenhum momento nos perdêssemos em meio a leitura , pois cada elemento envolvido acaba sendo válido para descobrirmos o que irá acontecer. E é nesse brilhante quebra cabeça que a nossa jovem escritora nos envolve, fazendo com que devoremos capítulo por capítulo .Sendo impossível não se sentir cativado por personagens com qualidades tão encantadoras, e que em nenhum momento se esquivam para mostrar seus defeitos, assim tornando-se muito bem humanizados.
Aprendemos, depois de algumas boas páginas a gostar do personagem principal,entendendo que como muitos garotos ele apenas é só mais uma vítima do sistema, sistema o qual conhecemos muito bem, o que fecha os olhos para desigualdade,a falta de assistência educacional, falta de segurança entre outros.
Mas de longe podemos rotular Hugo como uma vítima, pois o mesmo,apesar das dificuldades vividas apresenta uma inteligência sem igual,tomando atitudes certas e algumas duvidosas causando questionamento,como do qual:"E se eu estivesse no lugar dele,será que eu faria o mesmo?"

A Arma Escarlate nos transporta para um mundo de plena magia, valorizando nosso folclore e a nossa cultura, e é com ótimas referências que Renata Ventura nos leva para essa viagem que apresenta tudo para se tornar um ÉPICO
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Filipe Damiani 19/05/2013

A Arma Escarlate é um livro repleto de magia, romance e batalhas espetaculares, nos tomando pelo gosto e o desejo de sempre querer uma continuação, o que é seu maior ponto positivo.
Um livro simplesmente fantástico, para aqueles que buscam matar a saudade do mundo mágico de Harry Potter (não tirando os méritos dessa outra formosa obra literária, pelo contrário, diria que A Arma Escarlate e necessariamente um acréscimo aos contos mágicos sobre bruxos).
A Arma Escarlate não busca somente reinstalar uma cultura já existente para aqueles que acreditam que seu sucesso tenha sido de fato por conta de hp.
Renata Ventura busca trazer aos seus leitores não somente o universo fantástico da magia, como também mostra os valores que nosso país tem de uma forma singular e própria, os males que a própria civilização causa aos demais, problemas sociais, conflitos, alegria e o que nós, grandes fãs da literatura fantástica gostamos, a necessidade de mais encantos e mistérios que o nosso mundo tende a revelar.
Cercado de grande intrigas que nos envolve até o fim do livro - nos deixando com sede pela continuação -, Renata encanta não somente com as atitudes e escolhas que seus personagens tomam, mas nos mostra como um mundo cercado por alegrias pode ser interpretado de uma forma cruel onde talvez nem um passe de mágica possa resolver.
O livro e de um todo encantador, valorizando o folclore brasileiro, a história de nosso país e acima de tudo levados a um simples toque mágico, uma história inteiramente única.
Recomendo muitíssimo o livro e como eu e muito que já resenharam sobre essa obra da literatura brasileira, estamos ansiosos pela continuação desse formidável épico que se espalha por todo o mundo encantando a todos.
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Potterish 30/11/2012

A Hogwarts brasileira
Imagine se, durante algum livro de ‘Harry Potter’, um personagem de Hogwarts decidisse visitar uma escola de bruxaria brasileira. Como ela seria? Quais costumes seriam mantidos ou diferentes? A carioca Renata Ventura não só criou esse mundo, como o apresentou no romance chamado ‘A Arma Escarlate’.

Seguindo a jornada de Hugo, um rapaz que cresceu testemunhando o tráfico no Rio de Janeiro, o leitor vai entender que, apesar da magia ser a mesma, o ambiente brasileiro tem seus próprios medos, configurações e ameaças. Leia a a resenha e conheça o mundo mágico ‘traduzido’ para o Brasil.



“A Arma Escarlate”, de Renata Ventura

Na nota da autora, que antecede “A Arma Escarlate”, Renata Ventura explica e justifica sua missão. Segundo ela, J.K. Rowling respondeu a alguém que perguntou se ela escreveria um romance sobre uma escola de bruxaria nos Estados Unidos dessa maneira: “Não, mas fique à vontade para escrever o seu”.


Ventura ‘abrasileirou’ Hogwarts, Harry Potter e todo o universo bruxo em seu romance. Não se trata de uma cópia, mas sim de uma ‘tradução’ de costumes, hábitos e conflitos. As referências ao trabalho de Rowling aparecem em cada página, mas a autora teve sucesso na difícil missão de interpretar as duas culturas.

Vamos começar pelo protagonista. Hugo Escarlate se chama, na verdade, Idá. Ao entrar na escola Nossa Senhora do Korkovado (que se localiza ‘dentro’ do Corcovado), o rapaz espontaneamente assume uma outra identidade. Com isso, já se percebe a primeira grande diferença entre ele e Harry Potter: Hugo não tem um nome no mundo bruxo para honrar.

Harry chegou a Hogwarts como uma estrela: o menino que sobreviveu, odiado por alguns e superprotegido por outros. O bruxinho britânico é um herói autêntico porque, a cada decisão que tomava, lembrava do legado de seus pais. Hugo não tem esse exemplo: seu pai fugiu quando ele era pequeno, sua mãe é uma boa pessoa, mas irresponsável. Quem ele admira realmente é sua avó, que tem um papel importante na narrativa.

Hugo é um anti-herói e isso tem a ver com o ambiente em que foi criado: num barraco no morro Dona Marta, sem dinheiro ou perspectiva, convivendo com a rotina perigosa do tráfico e testemunhando diversas injustiças. Enquanto Harry sofria ‘bullying’ de Duda, Hugo/Idá via pessoas queridas sendo ameaçadas, torturadas e mortas. É um mundo infinitamente menos cor-de-rosa do que a Rua dos Alfeneiros.

De qualquer maneira, tanto para Hugo quanto para Harry, a escola de bruxaria é um escape da vida horrível que levavam até então. Korkovado não tem separação de casas (“divisão é coisa da Europa”), mas segue um estilo de aulas e submissão às autoridades parecido com o de Hogwarts.

Hugo não tem um Rony, mas contra com os Pixies. Esse é o nome de um grupo que lembra um grêmio ou centro acadêmico universitário. Seus integrantes querem revolucionar o método de ensino, questionam a direção e os professores, protestam, são descolados e têm um respeito e influência sobre os outros alunos. Ao se juntar a esse grupo, Hugo se identifica rapidamente com Capí, que se torna seu melhor amigo. Sereno, íntegro e corajoso, Capí é uma espécie de irmão mais velho que faz Hugo olhar a vida com menos impulsividade e mais clareza.

A ‘Hermione’ é Gislene. Sabe-tudo, teimosa, intrometida, mas com plena consciência do que é certo, capaz de ter compaixão e de se sacrificar pelo bem dos outros. A amizade entre ela e Hugo é bem menos intensa e fraternal do que a de Harry e Hermione, mas a garota tem um papel fundamental no desfecho da trama.

Já o professor Atlas é o personagem que mais se aproxima de uma figura paterna para Hugo. Ele reúne a irresponsabilidade e instinto protetor de Hagrid com a sabedoria e o mistério de Dumbledore. Um Voldemort? Não há. O vilão de ‘Arma Escarlate’ é Caiçara, um dos traficantes do Dona Marta que tem uma ‘pendência’ especial com Hugo.

Sem querer revelar muitos detalhes da história, explico que Caiçara transmite todo o terror de uma pessoa normal com o poder de uma arma nas mãos. Ele chantageia, machuca, mata, sequestra e obriga Hugo a entrar em um caminho sem saída, no qual o protagonista acaba prejudicando muitas outras pessoas. Nesse momento, Hugo deve buscar sua bondade e decidir se ela significa colocar o bem geral acima do que é melhor para ele e seus amados.

O estilo de Ventura é direto, descritivo e empolgante como o de Rowling. Mas o maior mérito da autora foi saber usar as particularidades do Brasil para enriquecer sua trama, como a busca pelo ‘jeitinho’, o acordo fora das regras, a ‘queima de arquivo’. Questões que Hugo e todos os brasileiros enfrentam seja no mundo bruxo ou no real.

Resenhado por Sheila Vieira

549 páginas, Editora Novos Talentos, publicado em 2011.


ACESSE: WWW.POTTERISH.COM/RESENHAS
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Rafael Vinícios 30/04/2013

A Arma Escarlate, uma leitura que vale a pena
Foi por acaso que eu fiquei conhecendo este livro. Ou não, pois o acaso não existe na minha opinião.
Mas fato é que eu li A Arma Escarlate porque a Renata, "por um acaso", me pediu um ponto de vista para o segundo livro e eu disse à ela que precisaria ler o primeiro para entender como funcionavam no primeiro livro.
A princípio eu achei o livro um tanto infantil, a narrativa parecia um pouco pobre e forçada, mas foi enorme a minha surpresa ao chegar num determinado ponto e perceber a importância deste livro para a literatura nacional. Por pior que você ache a história e a trama é impossível não refletir nos temas abordados pela autora. É impossível não perceber o apelo que ela faz para que seja valorizada a cultura brasileira, isso sem falar nos problemas que ela nos obriga a ver e que por nossa hipocrisia ignoramos.
Mesmo que você ler este livro e disser "Foi o pior que já li!" (o que eu duvido muito) eu afirmo com certeza que ele te fará refletir muito e a mudar muitos conceitos e preconceitos.
PS: Eu gostei muito da história!
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Jéssica 23/04/2013

A Arma Escarlate: totalmente rendida e inebriada por esse universo
Finalmente alguém se lembrou - e acreditou! - que nós, brasileiros, também temos sangue mágico correndo nas veias!

"A Arma Escarlate", primeiro livro da saga que contará as aventuras de Hugo Escarlate, cria um mundo mágico semelhante ao de Harry Potter, mas adaptado fielmente a realidade brasileira.

Substitua feitiços em latim por feitiços em Tupi, trouxas por azêmolas, abortos por fiascos e um castelo magnifico por uma espécie de favela dentro do Corcovado e você terá entrado na escola do Rio de Janeiro de magia e bruxaria.

Filho de mãe sem pai, como muitos, Hugo tinha 13 anos e morava no morro Dona Marta quando descobriu que era bruxo e que tinha vaga garantida em uma escola de magia no Rio de Janeiro. Muito cedo, se envolveu com os traficantes da vila para ajudar a mãe no sustento da casa. O único problema é que ele acaba se complicando com eles e, fugindo para não morrer, resolve acreditar que a carta que recebeu contendo todas as informações acerca de seu dom era, de fato, verdadeira.

Desde cedo tinha aprendido a não confiar em ninguém, visto que, claramente, não havia superado o abandono do pai, a quem gentilmente chama de Branquelo Covarde. Porém, uma vez dentro da escola, Hugo encontrará, pela primeira vez na vida, amigos de verdade, pessoas em quem ele realmente podia confiar - embora não o fizesse simplesmente porque Hugo era Hugo e acreditava que poderia fazer tudo sozinho.

Particularmente, eu senti raiva dele até a metade do livro. O garoto era simplesmente insuportável, sempre achando que podia tudo e não precisava de ninguém! Foi só depois que ele voltou para o morro durante as férias que eu comecei a entender um pouco mais o lado dele e que, talvez, ele realmente tivesse motivos para ser do jeito que era.

Me apaixonei por vários personagens no decorrer da obra, também. Eimi, por exemplo, é um mineirinho encantador que grudou em Hugo logo no primeiro dia de aula e, mesmo sendo maltratado pelo mesmo, nunca o abandonava. Já o professor Atlas faz o estilo de professor que todo aluno -bruxo ou não - gostaria de ter, assim como a estabanada diretora Zô, uma velhinha muito alegre que sempre faz questão de ir contra às manias europeias do conselho da escola.

Temos também a indomada e mandona Gislene. Ah, Gislene. Vizinha de Hugo no morro, a garota sabe de todas as confusões em que ele já se meteu e, provavelmente, é uma das poucas pessoas que metem medo nele. Mesmo resignado, Hugo a respeita por temer que ela abra a boca e conte para a escola inteira que ele era envolvido com traficantes fora da escola.

Mas, com toda a certeza, os personagens que mais me marcaram foram os Pixies. O grupo de quatro alunos, formado por Viny, Caimana, Índio e Capí, diverte a todos aprontando com Dalila - a carrasca do conselho - e os Anjos, um grupo de alunos que gosta de seguir a risca o padrão europeu das escolas de bruxaria. Nem preciso dizer que já shippei os personagens Viny e Caimana, não? O casalzinho é simplesmente muito fofo, mesmo que sempre insistam na história de terem um "relacionamento aberto".

E Hugo, bem, o que dizer de Hugo? Ele é marrento, explosivo e complicado de lidar. Já senti muita raiva dele, mas, por mais incrível que pareça, fui me apaixonando aos poucos.

Acontece que Hugo não é um protagonista comum, ele não é bonzinho o tempo todo e tem dificuldade de pensar naquilo que chamamos de "bem maior". Hugo é um pouco egoísta e egocêntrico, mas, com o passar do tempo, eu fui percebendo que ele representa todos nós. Representa aquilo que nós somos e todas as formas obscuras que o ser humano pode ter.

O preconceito que o brasileiro tem consigo mesmo e com as suas raízes também me chamaram a atenção, afinal, qual de nós não disse, uma vez na vida, que viver na Europa seria muito melhor? Dalila e o conselho, por exemplo, querem porque querem se equipararem as escolas europeias, sem perceberem que os moldes do Brasil não permitem tal feito. E o mesmo acontece conosco no dia a dia, às vezes sem nem percebermos.

Bem, certamente eu poderia passar o dia todo escrevendo sobre o livro e sobre as coisas que me agradaram, mas ficaria muito longo e, seu eu falar mais do que isso, vou acabar dando spoiler - e eu odeio dar spoiler, porque eu não gosto de recebê-los (:

A única coisa que eu posso dizer é que eu amei "A Arma Escarlate" e já estou ansiosa pela continuação. Renata Ventura me surpreendeu positivamente com o livro e, sinceramente, acho que acabei de me viciar em mais uma série.

Resenha encontrada no meu blog: http://estoriasdacarter.blogspot.com.br/2013/03/sugestao-de-leitura-arma-escarlate.html
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DAbora311 21/11/2020

"Além do que, o ser humano em geral costuma ser cruel quando se vê em posição de superioridade."

-Capí
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Thiago 30/05/2013

Uma crítica social com o tom de fantasia que todo mundo quer para a vida
A Arma Escarlate trata de uma história muito e nada clássica, trazendo a imaginação inerente a todos que sonham com um mundo melhor, com mais cor e possibilidades, a uma dolorosa realidade, pesada e cheia de rachaduras. Mas fugindo ao modo figurativo de explicar, A Arma Escarlate é um romance pouco convencional e feito às modas brasileiras, com temas recorrentes num tom anti-didático porém sem fazer apologia a qualquer tipo de criminalidade ou atitude "imoral".

Os personagens são complexos e bem construídos, cada um tem a sua própria aura e Renata é muito feliz nas descrições que dá de cenários, personalidades, etnias, culturas e sotaques. Um bom exemplo é justamente o protagonista, Hugo Escarlate, que guarda dentro de si um menino imaturo e carente de atenção e respeito. Hugo evidentemente se sente inferior e se esconde numa casca de rebeldia e atitudes agressivas, cometendo pequenos e grandes deslizes no decorrer do livro, sendo que Renata Ventura tem a grande sacada e de deixar ao leitor uma liberdade de julgar seu próprio protagonista, mostrando que o garoto não é um personagem unidimensional, e sim uma pessoa completa cheia de erros e acertos - mais erros que acertos, vale salientar.

Outro grande acerto da autora sobre o protagonista é como ela dimensiona o cenário que ele vive e descreve as pessoas que lhe influenciam e ajudam a moldar o caráter - o caráter de um menino de 13 anos, ainda descobrindo o que é - e como ela descreve delicadamente cada gesto, cada reação, cada arfar, usando de estudada expressão literária e corporal para fazer de tudo muito mais real, muito mais tangível. A Arma Escarlate é tão consistente que por vezes, durante a minha leitura, cheguei a acreditar que existia mesmo uma Nossa Senhora do Korkovado.

É legal também como ela discorre naturalmente sobre sexualidade, drogas, política e até poesia nas poucas 552 páginas, e é muito bom que o segundo volume da saga saia logo, porque eu estou arrancando meus cabelos por ele!

Para finalizar, vou deixar essa citação:

"Hugo parou, hesitante. Mas precisava continuar. Nem que fosse apenas para acalmar sua consciência torturada. “Se algum dia eu te decepcionar de novo,” ele repetiu, “você promete que não vai desistir de mim?”"
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Vinícius 30/12/2013

A magia do Brasil.
Antes de tudo eu aviso: NÃO É IGUAL AO HARRY POTTER!
Algumas pessoas não querem ler o livro por acharem que ele só é mais uma fanfic que virou livro ou por achar que é uma cópia barata de um mundo já criado. Renata Ventura em seu livro consegue criar uma coisa totalmente diferente do romance de Rowling, inclusive o personagem principal do livro é TOTALMENTE, EXCLUSIVAMENTE, ABSOLUTAMENTE diferente do Sr. Potter, órfão e famoso.

O livro conta a história de Idá Aláàfin Abiodun (sim, esse é o nome dele) que descobre ser bruxo durante um tiroteio no morro da Dona Marta em 1997. Idá estava fugindo de uma invasão da policia na favela quando recebeu uma carta VIA POMBO, da Escola Nossa Senhora do Korkovado.

Primeiramente ele não acreditou, achou que fosse uma piada barata de seu amigo, mas ele não tinha escolha se não acreditar, Idá estava fugindo de Caiçara, um chefe do tráfico e para não ser morto precisava fugir do morro.

Chegando na escola ela descobre que ela fica dentro do Cristo Redentor,mas a escola não é lá essas maravilhas, acontecem desvios de verba, professores faltam e um terrível conselho comanda a escola com imposições aos alunos. No meio disso tudo ele descobre que existe um grupo chamado Pixies, que tenta de diversas maneiras derrubar esse conselho injusto.

Esqueci de mencionar que o Idá muda o seu nome para Hugo Escarlate por achar o nome verdadeiro muito estranho e esquisito e para fugir do Caiçara. Na escola Hugo consegue fazer grandes amizades, mas ele consegue estragá-las. Hugo tem uma personalidade muito... Acanhada, ele é bem desconfiado das coisas.

O livro é dividido em duas partes: Na primeira o foco principal e o Hugo e a Escola e na segunda (na minha opinião a mais forte do livro) o foco é um tema bem polêmico que ainda remete aos dias atuais e o Caiçara.

Deu pra notar como as coisas são diferentes de Harry Potter? Hugo não é famoso e nem órfão. Acho que a única coisa igual no caso de Harry e Idá é que são bruxos, só.

A escritora Renata Ventura se BASEOU em uma entrevista que a J.K deu onde um fã perguntou se ela estaria interessada em escrever sobre uma escola de magia nos Estados Unidos, ela disse que não, mas se ele quisesse escrever, poderia. A partir disso Ventura começou a escrever este grande e ótimo livro.

Vamos às analises.
Narrativa: A narrativa de Renata consegue ser bem gostosa como a de Rowling, você lê varias páginas e nem percebe, o que eu achei fantástico são as falas dos personagens de outros locais do Brasil, como o Eimi que fala totalmente mineirinho, Renata consegue transcrever isso para as palavras. Achei fantástico. Narrativa 10!

Assuntos abordados: Ela conseguiu pegar assuntos bem polêmicos, como educação, drogas e até mesmo influencia dos estrangeiros na nossa cultura (leia que você entenderá. O modo como ela abordou esses assuntos te faz refletir e muito.

Diagramação, arte da capa e erros: A diagramação está perfeita, belo espaçamento e as letras estão na fonte certa. A capa que eu tenho e da segunda edição que é belíssima tem alto relevo e tudo com a varinha do Hugo na frente. Erros ortográficos quase nada.

Enfim, A Arma Escarlate é um livro excelente, além de retornar novamente ao “ambiente mágico de Potter” ele também mostra que é possível gostar das coisas brasileiras, também mostra os problemas que enfrentamos no dia a dia. O livro em breve terá uma continuação e vai ser uma série de prováveis 6 livros. O próximo livro tem o nome de A Comissão Chapeleira e deve sair ainda esse ano e talvez nos próximos meses, então garanta logo o seu exemplar de A Arma Escarlate. Não tenho mais o que falar, o livro é lindo, bem escrito e um excelente passa tempo.

site: http://momentoliterario1.blogspot.com.br/2013/03/resenha-09-arma-escarlate-renata-ventura.html
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Carol 29/03/2021

Quanta coisa
Ai você começa um livro com aquela ideia de "isso vai ser igual ou pior que um fanfic" e termina com "meu deus, por que todos já não leram antes essa obra prima?!". Sim, esse livro é quase hp, mas com o nosso jeitinho brasileiro. A autora utiliza nosso folclore com uma riqueza diferente e formosa, e se apropria dos nossos problemas sociais de 2011 (e atuais ainda) de uma forma natural e leve; lembrando que ela ta falando do tráfico e do quanto ele é brutal. Eu não sei mais oque dizer, só leiam, por favor e passem ódio das personagens comigo.
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Si 17/09/2012

ϟ A ARMA ESCARLATE: citações
"Parecer um alvo fácil era o primeiro passo para se tornar um alvo fácil."

"Ele já tinha aprendido há muito tempo a não confiar em ninguém. Todos, algum dia, seriam traidores; e ele não estava a fim de ser enganado. Das pessoas que conhecia, só confiava em uma."

"Qualquer um com uma arma na mão se torna um monstro. Um covarde. Mesmo quando se tem a melhor das intenções em mente. Não se engane."

"Barba non facit caragium (A barba não faz o mago)"

"Sentia-se ansioso, desconfiado... Estava tudo dando muito certo. Aquilo não podia ser boa coisa. Nunca era."

"Ele sentou-se em um dos rochedos e ficou observando as ondas lá embaixo, tentando relaxar. Por que não conseguia deixar as coisas rolarem, como os outros faziam? Por que sempre tinha que criar caso?"

"'Você devia tentar uma vez. É muito bom.'
'Tentar o quê?'
'Fazer algo pelo simples prazer de fazer. Sem esperar recompensa.'"

"Não é porque a gente PODE fazer uma coisa que a gente DEVE fazer."

"'Quem se importa com o que os outros vão pensar?'
'E você não se importa?'
'Depende de quem está pensando. Se for alguém que eu admiro, sim, eu me importo. Mas estou pouco me lixando para a opinião de quem me despreza.'"

"Ele baixou o olhar e resolveu mudar de assunto. Aquele tema ele não dominava. Nem sequer sabia ao certo se entendia muito bem. Melhor navegar por águas menos arriscadas."

"Agora sabia o que devia ser feito: Precisava treinar sua mente para não confiar nele também. Confiar em alguém, na intensidade com que ele estava começando a confiar no amigo, era pedir para se decepcionar, e feio."

"Sabe, você é que está certa em se manter longe de todo mundo. Ninguém presta não... Sua timidez te protege. Às vezes eu queria também poder sumir e ficar sozinho no meu canto, mas esse lugar aqui parece que vomita gente!"

"O número de fenômenos a serem conhecidos é infinito. Sempre haverá coisas novas a aprender."

"Os calos impedem que eu fira minhas mãos o tempo todo. Pra que eu sumiria com eles?"

"Bicho era outra coisa... Em bicho se podia confiar. Não tinham ambição, nem ódio, nem orgulho, nem atacavam sem motivo."

"Nunca mais tente me corromper de novo."

"'Mas... a saída da escola não fica trancada em dias de aula?'
'A saída... Essa é a beleza de quem pensa no singular.'"

"Incrível o que não se nota quando não se está prestando atenção."

"Tem certeza que quer saber? Nem tudo que se quer, se precisa. Nem tudo que se precisa, se quer."

"Não existem soluções fáceis para problemas complicados. A não ser que sejam soluções cruéis. E essas também, cedo ou tarde, reclamam seu preço."
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Nay 25/05/2020

Amigos leitores e fãs de Harry Potter, atenção!
Concluí recentemente a leitura do livro A Arma Escarlate (que li pois estava free na Amazon) e tive que vir aqui gritar que é um livro que deve ser lido!

No resumão, é uma versão brasileira de HP. O protagonista é de uma favela do Rio, convidado para uma escola de Magia aqui do Brasil.

"Era um sonho de consumo seu, que agora se realizava. Todos os barracos pareciam luzes de Natal lá do alto. Nada de pobreza, nada de violência."

Iniciei a leitura pensando "pqp, que plágio!", mas a construção de referências que situaram a história no mesmo universo de HP direcionou a minha percepção para ver o livro como uma fanfic, depois uma ótima fanfic (e não gosto de fanfic) e depois um ótimo livro.

Houveram alguns detalhes que deixaram a leitura desgostosa, como:

- momentos de extrema infantilidade presente no personagem principal e em alguns diálogos esporádicos (justificado pela idade dos personagens)
- a escolha de termos como "Abra-te Sésamo" e "Saravá", atalhos para os feitiços ensinados na escola apresentando-se como feitiços válidos no mundo bruxo (a trama justifica que algumas magias são tão comuns que acabam se tornando popularmente conhecidas, mas não me convenceu).

Algumas vezes Hugo é tão maduro para a idade dele (super apropriado pela história de vida) mas outras vezes é a pessoa mais ridiculamente imatura que eu já tive o desprazer de encontrar em uma leitura... momentos que me fizeram ter vontade de abandonar o livro.

Esses pequenos detalhes deixados à parte, Renata Ventura escreve muito bem e sabe nos prender a sua história. O livro já tem sequências que estão na minha lista de leitura.

Indico! Espero que leiam e espero que gostem!
“O que estou querendo dizer, Hugo, é que amigos se ajudam. E isso não é caridade. Não é manipulação. É simplesmente a definição do que é ser amigo."

site: https://www.facebook.com/fnayanderson/posts/2896594623786459
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Domingas.Beatriz 04/01/2021

Mundo bruxo no Brasil
Inspirado em Harry Potter, mas vai além disso.
Além de mostrar como seria uma escola de magia e bruxaria no Brasil, nos mostra como não valorizamos nossa cultura. A leitura é divertida e um pouco tensa, já que Hugo (personagem principal) é um cabeça dura kkkkk, acho que todos deveriam ler. :)
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