MarcosQz 21/03/2024
De todos os livros lidos até agora de Jorge Amado confesso que essa biografia romantizada de Castro Alves foi o mais chato. Cansativo, repetitivo, poético até demais mesmo quando não há necessidade, mas é o que Jorge já havia dito sobre, "é uma louvação", e não se engane. Um ABC afinal de contas é exatamente isso, uma louvação.
As notas de rodapé ao mesmo tempo que são bem informativas outras porém são cansativas, muitas delas são completamente desnecessárias. Apesar disso fica muito evidente o tom particular de Jorge Amado de escrever, de contar algo, seja ficção ou não, a gente sente uma vida pulsante pelas páginas. É Castro Alves, é Jorge Amado, ambos tão parecidos.
Jorge Amado narra toda a vida de Castro Alves para uma mulher, uma amiga, uma "preta", romantizado e romantizando a trajetória do poeta que era também apaixonado pelas mulheres, então nada mais justo que a narrativa ser voltada para uma mulher. Mas era apaixonado também pela liberdade e pela abolição. A amiga poderia ser qualquer uma delas.
Confesso que também não sou muito de poesias, conheço pouquíssimas, não sou conhecedor da vida e da poesia de Castro Alves, mas é fato que o homem viveu intensamente sua poesia, seus amores e sua visão política, sendo além de um poeta grandioso para a época também um grande abolicionista.
Viveu pouco, mas deixou muito para o país e para os amantes da poesia, morreu aos vinte e quatro deixando um legado que a maioria por anos e anos não é capaz de criar. Era poesia viva.
Porém, infelizmente, para mim foi um livro bem cansativo de se ler, demorei mais do que imaginei.
Continuo amando Jorge.