A Sócia do Casamento

A Sócia do Casamento Carson McCullers




Resenhas - A Convidada do Casamento


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vick 21/04/2020

Mais uma maravilhosa incursão da Carson mcculers sobre os outsiders da vida. A adolescente Frankie se agarra com todas as forças a uma viagem pro casamento do irmão mais velho, como uma forma de aguentar a vida solitária. Uma visão sobre o interior do Sul dos estados unidos e das pessoas que lá habitam.
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GilbertoOrtegaJr 06/12/2015

A convidada do casamento – Carson McCullers
Eu já imaginava que o livro A convidada do casamento não seria um livro que eu gostaria tanto quanto o primeiro que li desta autora (Reflexos num olhou dourado). E alguns dos motivos para os quais eu não ter gostado tanto dele podem ser: 1º é um romance psicológico, o que dá a impressão de que nada acontece, 2º ele funciona como um romance de formação feminino e 3º a protagonista é um bocado chata (ou eu não sei ter grandes empatias com adolescentes, afinal de certa forma eu não fui um).

Em um verão Frankie, de doze anos recebe a notícia de que seu irmão irá se casar, e isso se torna um tipo de gatilho do que será um verão angustiante, dominado por tédio e angustia. Seu primo John Henry West, de seis anos e a cozinheira negra Berenice Sadie Brown lhe fazem companhia em suas tardes em casa, tardes que passam entre conversas e jogos de cartas.

Frankie que está em plena adolescência, e como toda pessoa nesta fase, sofre de insegurança e incertezas de seu papel no mundo, sua identidade e a necessidade de ser bem aceita e valorizada pelos outros. Em especial no caso de Frankie me parece que falta a ela algo que a ocupe, de forma constante e séria, já que ela tenta um pouco de tudo, desde jogar baralhos, passear com homens mais velhos ou até mesmo brincar de atirar facas.

O livro tem toques de romance de formação, e uma clara evidência disso, é que ao longo das três partes, das quais ele é dividido, em cada uma Frankie será chamada de um modo (Frankie, Frances Jasmine Addams e F. Jasmine). E as leves mudanças e sentimentos de Frankie são captados de forma precisa, e convertidos em uma prosa poética do começo ao fim.

Como eu disse no começo, pelo fato deste livro ser um romance de formação, e também psicológico, é que eu acabei não gostando tanto quanto eu achava que fosse gostar, contribuindo para isso o fato de que não consegui achar Frankie de forma alguma, achando ela chata e irritante várias vezes.

site: https://lerateaexaustao.wordpress.com/2015/12/06/a-convidada-do-casamento-carson-mccullers/
Rosa Santana 15/02/2022minha estante
Mas vc não gostou tanto daquele adolescente de O Complexo de Portnoy?
A propósito, esses dias assisti a um filme é um (dos personagens citou esse livro, OCP.)


GilbertoOrtegaJr 15/02/2022minha estante
Eu gostei mais ou menos, não achei ele tão uau assim


Rosa Santana 16/02/2022minha estante
?Tão uau? é ótimo!!




Melissa Padilha 25/05/2014

A Convidada do Casamento narra a história de Frankie, uma menina de 12 anos que passa a viver verões de extremo tédio. Frankie começa a se confrontar com seu verdadeiro lugar no mundo, durante o período que o livro narra na vida de Frankie, a segunda guerra mundial está no seu auge, com notícias de morte, de confrontos e todo medo que isso gera.

Frankie mora com seu pai, sua mãe faleceu no seu nascimento e ela passa o dia com a empregada da família, Berenice, que acompanha a maior parte de sua vida e responde a maior parte de suas dúvidas. Outro personagem que também é constante na vida de Frankie, é John Henry, seu primo de 6 anos, que a faz companhia e é, praticamente seu único amigo.

O irmão mais velho de Frankie está para se casar, o que lhe confere um certo sentimento de abandono, apesar do irmão que faz parte do exército, não ficar muito em casa e quase não a ver, a sensação de perda de Frankie se torna quase insuportável. São todos esses conflitos, associados ao fato daquela menina estar entrando em contato com questões da vida adulta, que fazem com que haja um intenso conflito na vida de Frankie.

O livro não narra fatos, acontecimentos importantes, são descritas, conversas, sensações, e pensamentos de Frankie, que atravessa um período difícil de sua vida, imersa em um tédio imenso, um verão de intenso calor, a narração do livro acompanha esse mesmo ritmo da vida de Frankie, por isso o livro pode parecer arrastado e mesmo cansativo. Vários períodos são narrados mas, parece que Frankie e o livro consequentemente, não saí do mesmo lugar.

O livro é dividido em 3 partes que demonstram claramente as diferentes fases de Frankie no livro, que não só alterna comportamento e humor, mas também seu nome. A mudança de nome é significativa, enquanto Frankie denota a sua infância, F.Jasmine, seu segundo nome, corresponde ao nome do irmão e a de sua noiva e ao progressivo amadurecimento da personagem principal.

Frankie questiona durante todo o livro onde é seu lugar, em casa ? ou com irmão e a noiva ? A falta de uma conexão com qualquer coisa, e até mesmo com o pai, fica evidente. É quando ela então se conecta ou se apaixona (nas palavras de Berenice) pelo casamento do irmão. É estranho pensar que essa menina de 12 anos descobre o amor através de um casamento, ou do relacionamento que o irmão e a noiva mantém, mas é isso que acontece, a rápida conexão com esse fato, faz como que F.Jasmine se reconecte com aquilo que a rodeia e numa tentativa desesperada de entender o que lhe acontecia, começa a narrar o que pretende fazer a todos na cidade onde mora.

O irmão que trabalha para o exército vive viajando e conhecendo novos locais, e isso traz como que um consolo de que vivendo com eles, poderia de alguma forma se "encaixar" naquilo que nem sabia o que era.

Já vi muitos comentarem que este livro tem um toque de O apanhador no campo de centeio, uma certa semelhança com Holden Caulfield, acredito que no caso dos dois livros, ambos passam por um momento de transição, o que leva a uma confusão e consequentemente a ideia de que de alguma forma não pertencem mais ao mundo que o cercam. Porém Holden é dinâmico, enquanto que Frankie passa por um período intenso de apatia e tédio. São crises parecidas, mas com consequências diferentes.

Como disse é um livro de narrativa lenta, por vezes cansativa, mas feita de forma proposital, para que acompanhemos o mesmo estado de espírito e dúvidas que passam a personagem principal da história. Por isso, apesar de o livro ser relativamente pequeno, a leitura para mim foi lenta e arrastada, porque tratamos sempre de pensamentos, sentimentos e sensações das personagens. Entretanto, em vários momentos há uma certa poesia que é inserida na vida cotidiana, como sons de piano que acompanham a vida e os pensamentos de Frankie, músicas e sons que trazem o tom do livro.

É um livro que trata de amadurecimento, do conflito de uma adolescente que começa a tomar contato com a vida adulta, como disse o livro é lento, mas não entenda isso como uma crítica, é uma apenas um característica da personagem que a autora acomapnha no mesmo ritmo com a narração do livro. É um livro que se coloca mais em relação ao aspecto psicológico da personagem ou seja, seus obstáculos e desafios internos ao tentar colocar os pingos nos is, do que uma ação em si. Nos dias quentes que andamos passando, corre o risco de nos inspirarmos em Frankie e começarmos a pensar na vida como ela.

site: http://decoisasporai.blogspot.com.br/2014/03/buddyreads-convidada-do-casamento-de.html
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Eduarda Sampaio 28/02/2014

Não é uma leitura fácil
A Convidada do Casamento não é uma leitura fácil. Imagino que algumas pessoas discordem dessa afirmação, mas para mim todo e qualquer livro que tenha poucos acontecimentos em sua trama e muito trabalho psicológico de personagens é um livro difícil. A protagonista, Frankie, é uma menina de doze anos que está vivendo um dos verões mais tediosos de sua existência; e Carson McCullers não facilita a vida de seu leitor, já que todo o tédio que Frankie experimenta nós também experimentamos. Há calor e abafamento, já que a história tem lugar no sul dos Estados Unidos, há moscas, há jogos de baralho intermináveis, há jantares lentos e há conversas repetidas. A sensação que temos é a de que a vida de Frankie parece não sair do lugar.

Frankie não se sente parte de nada. Ela não tem amigos, sua mãe faleceu quando ela nasceu e seu pai é um figura ausente. Ela passa todo o verão na cozinha de sua casa, na companhia de Berenice, uma empregada doméstica negra, e John Henry, seu primo de seis anos de idade. Frankie está passando por aquela fase da adolescência de intenso questionamento. Apesar de usar o cabelo bem curto, em um corte joãozinho que a faz parecer um menino, ela demonstra constante preocupação com a sua alta estatura e com sua aparência física. Quando perguntada sobre como seria um mundo perfeito, Frankie responde que seria um em que as pessoas pudessem livremente mudar do sexo masculino para o feminino e vice-versa, desde que assim o desejassem. Esse mundo livre de gêneros que Frankie imagina demonstra sua dificuldade em lidar com sua feminilidade, e ao mesmo tempo em que ela assume a aparência de um menino, coloca um batom rosa-choque quando deseja parecer mais bonita e desejável, experimentando aquele confuso sentimento adolescente de quem ainda não se sente confortável com sua sexualidade em desenvolvimento.

A todo tempo Frankie questiona qual o seu lugar no mundo, já que ela não se sente conectada com as pessoas ao seu redor. Ela está sempre sentindo uma mistura de solidão, medo, tédio e angústia:

She was afraid of these things that made her suddendly wonder who she was, and what she was going to be in the world, and why she was standing at that minute, seeing a light, or listening, or staring up into the sky: alone. She was afraid, and there was a queer tightness in her chest.

A ideia central do livro é a de Frankie, ao ser convidada para o casamento de seu irmão, apaixona-se pelo casamento em si, o que cria nela um intenso desejo de juntar-se a esse casal e viajar com ele pelo mundo. O título original do livro, em inglês, "The Member of the Wedding", que em tradução livre seria "O Membro do Casamento", retrata justamente esse sentimento de Frankie de que ela é parte deste casamento, de que por ser um futuro membro desse casamento ela finalmente se sente conectada com o mundo. A paixão de Frankie pelo casamento, apesar de bizarra e fadada ao fracasso, é compreensível para o leitor, já que o irmão e sua noiva estão constantemente viajando, sempre se mostram interessantes, são bonitos e jovens e representam a mudança que Frankie tanto deseja em sua vida.

A narrativa de Carson McCullers é focada em sentimentos, pensamentos e sensações, e não em eventos, o que torna o ritmo do livro lento e por vezes até mesmo arrastado, ainda que repleto de momentos poéticos. Em um das cenas do livro, por exemplo, um afinador de pianos toca as notas musicais numa escala ascendente, mas sempre pára antes de chegar ao fim, repetindo constantemente as notas, numa clara metáfora da vida de Frankie que parece nunca chegar a lugar nenhum.

Outro aspecto interessante do livro é sua divisão em três partes e o fato de a protagonista receber três diferentes nomes, um para cada parte. Na primeira parte ela é Frankie e apelido enfatiza o aspecto infantil da personagem, bem como sua dificuldade em lidar com sua feminilidade, já que Frankie é um nome que serve para ambos os sexos. Na segunda parte ela é F. Jasmine, o que demonstra o esforço da protagonista para projetar uma imagem adulta, o que exige o abandono do apelido da infância. Na terceira e última parte ela é simplesmente Frances, o que representa o amadurecimento da personagem e a aceitação de sua identidade.

Em muitos aspectos, a temática de A Convidada do Casamento lembra o já clássico livro O Apanhador no Campo de Centeio, mas Frankie, apesar de ser uma personagem muito bem desenvolvida e complexa, não possui a personalidade cativante e carismática de Holden Caulfield, o que torna o mundo visto pelos olhos de Frankie apático, tedioso, desinteressante e por vezes até mesmo sombrio. Frankie é extremamente insegura, não é nem um pouco engraçada e muitas de suas ideias beiram o ridículo, o que torna difícil para o leitor desenvolver um sentimento de empatia. Mas nada disso é um acaso, já que a intenção de Carson McCullers é mostrar que mesmo essa adolescente desajeitada, desajustada e solitária com quem não nos importamos tanto assim precisa sentir-se amada, desejada e querida, assim como toda e qualquer pessoa no mundo.

site: http://maquiadanalivraria.blogspot.com.br/2014/02/a-convidada-do-casamento-carson.html
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cid 24/07/2012

Uma narrativa melancólica e poética
Da infância para a adolescência
Em um verão abafado no sul dos EUA, uma menina sonha com o casamento do irmão, sonha em conhecer o mundo e deixar a monotonia da sua pequena cidade.
As conversas na cozinha com seu amiguinho de 06 anos, com sua cozinheira , mostram uma menina solitária , cuja mãe morreu ao lhe dar a luz e um pai ausente.
A infância termina com o verão.
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M 14/02/2011

Fala da busca de uma pré-adolescente de se encaixar no mundo. Ela acredita o casamento de seu irmão seja o motivo de continuar a viver, pois acha que irá embora com ele e a noiva pelo mundo. O livro é sobre a procura de encontrar a si mesmo, numa fase da vida em que não sabemos o que realmente somos.
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Claire Scorzi 18/03/2009

Ao terminar esse romance pensei em "O apanhador no campo de centeio": tanto o herói de Salinger quanto a menina de McCullers acham-se num limiar - da adolescência para a vida adulta, no caso de Holden; da infância para a adolescência - e conseqüentemente logo a vida adulta - para Frankie, depois F. Jasmine, depois Frances; a própria alteração do nome da menina ao longo da narrativa - ela é chamada de forma diferente em cada uma das partes do livro - parece-me já indicar uma passagem, e o 'verão louco' que Frankie atravessa funciona assim como um rito de passagem.
O tom de McCullers é poético, melancólico e muito humano, mostrando simpatia por suas personagens esquisitas, tornando-as tocantes.
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