Cândido, ou o otimismo

Cândido, ou o otimismo Voltaire




Resenhas - Cândido, ou o otimismo


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z..... 11/02/2020

Coleção Filosofia em Quadrinhos (Ed. Escala Educacional, 2008)
A HQ facilitou bastante a percepção do conto, ainda que tenha excluído certas partes, como a dos macacos amantes das mulheres (parte que para mim permanece confusa).

O entusiasmo pela adaptação está relacionado à visão mais explícita do otimismo de Cândido, sobre causas e efeitos. Este vê o mundo equilibrado e disposto da melhor maneira possível, apresentando passividade ante as causas, as ações que se desenrolavam no mundo (mesmo terríveis) por entende-las necessárias para efeitos positivos que gerariam (já que este seria o melhor dos mundos, disposto da melhor maneira possivel, com as coisas caminhando para inevitável harmonização). O quadrinho reflete isso num processo de questionamentos, frustrações e contestações que o jovem vai tendo ante as circunstâncias, que até então encarava de forma não reativa. Como se diz, além do texto baseado em Voltarie, a imagem também fala por mil palavras...

Citando parte curiosa, a passagem por Lisboa, em que o jovem Cândido, cuja vida fazia jus ao nome, em determinadas circunstâncias, de passivo passa para reativo de maneira extremamente vigorosa e emotiva, chegando a cometer assassinatos. É nesse cenário também que passa a questionar sua visão otimista, instigado por catástrofes naturais (terremoto), direcionamento religioso (como a Inquisição e caráter abusivo de certos religiosos... que o diga a amada de Cândido, a jovem Cunegundes) e confronto de ideias com um maniqueista (de certa maneira também passivo nas circunstâncias como Cândido, por condicionar tudo a algo inevitável, dualista, reduzido como bem ou mal, atribuindo-se merecimento ou não - oras! os inquisidores enveredavam por aí também...).

O final pareceu pouco enfático e pouco poético nas célebres frases de encerramento da obra, sobre posicionamento reativo em vez de simples passividade otimista. "Mas devemos cultivar nosso terreno" fica aquém de "Devemos é tratar de cultivar nossa horta!" e "Cuidemos de nosso jardim!". Podem até dizer que é preciosismo, mas que fica mais interessante isso fica...
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