Sueli 16/11/2011
O Amor É Fogo, Mas Dói Demais!
Como quase sempre, as minhas leituras são baseadas em dicas, resenhas ou comentários de amigos e familiares. Isso está me deixando muito nervosa, pois minhas amigas estão sempre me falando de livros em que fico com água na boca....Será que isso não vai terminar nunca, assim como a minha gula?
Esse livro, em questão, eu soube através de um comentário da minha prima sobre outro livro dessa mesma autora – “Meu Pescoço É Um Horror” – aliás, o meu também está terrível!
Na época, não encontrei o livro sobre o pescoço da autora, mas achei que “O Amor É Fogo” fosse mais um delicioso romance desses que adoro e que ela costuma dirigir, roteirizar, produzir ou até mesmo atuar...Me enganei redondamente!
É basicamente, um livro sobre o desamor e sobre a dor que a pessoa desprezada em uma relação amorosa sente. Só que a autora, desde cedo, aprendeu a mascarar suas dores com piadas, comentários cruéis e exposição pública.
Eu já sabia do seu casamento fracassado com Carl Bernstein( um dos jornalistas responsáveis pela cobertura do escândalo de Watergate e posterior renúncia do presidente americano, Richard Nixon) e, que foi retratado no filme “A Difícil Arte de Amar”, de 1986, que ela mesma roterizou e que, com isso, alimentou a fúria de seu ex-marido. Eu só não imaginava a extensão do seu sofrimento. No princípio do livro não me solidarizei com essa mulher que expunha as entranhas do seu casamento, aliás, de seus casamentos, com tanta coragem e despudor.
Mais ou menos na metade do livro, comecei a pensar em Nora Ephron como um eficiente palhaço de circo que cumpre a sua função mesmo que tenha seu coração sangrando.....Ela é uma mulher diferente de qualquer outra que eu tenha conhecido pessoalmente, brilhante, egocêntrica, narcisista, ciumenta, invejosa mas, que amou tão intensamente, que não teve nenhum pudor em colocar num livro a dor que sentiu ao descobrir estar sendo traída, aos sete meses de gravidez.....
Você começa o livro rindo e sem avaliar a extensão da sua agonia e termina com o coração apertado, além de se solidarizar com ela em sua dor, mas em nenhum momento nos é permitido sentir pena de Nora Ephron.
Não posso criticá-la, nem dizer que não faria o mesmo....Li, há tempos, em algum lugar e não lembro o autor que “amar é dar vexame” e, disso a Nora Ephron abusou!
Um conselho, não tentem fazer as receitas do livro, pois assar algo, durante três horas, à 350 graus, você só conseguirá que a sua casa pegue fogo, assim como o casamento da autora.
É um típico livro da categoria “parece, mas não é”. Parece fácil, só parece....