Resenhas - A Filha do Escritor

Paula 20/07/2010

Loucura e literatura
Achei a proposta do livro muito interessante e realmente é bem gostoso de ler. O autor consegue prender a curiosidade do leitor todo o tempo. Mas não sei por qual motivo, desde o início do livro já estava um pouco que prevendo o final da história, fiquei com a sensação de já ter lido algo parecido. Tentando me lembrar de outro livro com desenvolvimento semelhante, lembrei agora de "Elogio da madrasta", do Mario Vargas Llosa, que no final acaba por nos surpreender com um narrador que não é bem quem a gente imagina durante toda a leitura.
Em "A filha do escritor", uma paciente aparece em um hospital psiquiátrico em que o narrador trabalha, dizendo-se filha de Machado de Assis. Toda a história se desenvolve a partir desse delírio, que acaba envolvendo outros personagens da história, como o médico. Isso foi o que achei mais interessante, a forma como o autor constrói esse delírio da paciente Lívia, que tem o mesmo nome da personagem principal do primeiro livro de Machado de Assis, e que reconta a sua vida como se fosse esse romance. O médico então vai ler os livros de Machado para tentar entender o delírio da paciente e ajudá-la a voltar à realidade, mas ele mesmo acaba sendo conquistado de certa forma por Lívia. Acho que se eu comentar mais vai estragar a surpresa do final para os que ainda pretendem ler o livro =]
Mas temos aqui um livro interessante, que fala de loucura e literatura e de como, em alguns casos, as duas coisas podem se misturar.

Léia Viana 05/02/2013

Grande sacada!
Quando peguei este livro para ler imaginei que a história fosse bem diferente do que supôs a minha imaginação, já que não tinha lido nada a respeito dele. “A Filha do Escritor” tem um enredo desenvolvido através de referências à obra de Machado de Assis, infelizmente, li apenas dois livros desse escritor, mas isso não impede em nada na leitura dessa história que logo na dedicatória nos revela a sua real essência.

Não vale a pena resumir a história, e sim, se entregar a leitura e ser envolvido e surpreendido por essa trama muito bem construída. A narrativa é bem envolvente, daquelas que deixam quem lê muito curioso a cada linha lida, além de causar a sensação, pelo menos em mim foi assim, de que o tempo todo estava interagindo com o personagem narrador.

Posso afirmar aqui, que este livro é no mínimo interessante, inteligente e muito surpreendente. Adorei o final, fui pega de surpresa e em nenhum momento achei que poderia terminar assim.

Leitura recomendada!

Paty 14/11/2013

Quem é mais louco: quem cria a loucura ou quem se convence dela?

mariri. 01/09/2022

??
esse livro me deixou louca, biruta, lele, completamente paranoica, eu não entendo mais nada, nada faz sentido, eu me sinto completamente burra, mds, eu amei esse livro

Milly 04/07/2020

Dedo. dado. dedo. dado. dedo. dado. dedo
Isto não é uma resenha ->

Se o título chamou sua atenção aconselho iniciar a leitura, assim como o título a história é um quebra-cabeça contínuo onde juntando as informações certas e deduzindo entende o que está acontecendo.A filha do escritor é aquele livro que te faz ler o mais rápido possível apenas para entender o conflito que acontece.
Apesar da narrativa trazer confusão e certa densidade, o livro em si é ótimo para ler, fluí sem nenhuma complicação. Gustavo Bernado escreve o impacto que um médico tem com a irracionalidade de uma das suas pacientes, Lívia, que ao chegar no hospício diz ser filha do escritor Machado de Assis.Não existiria problema nenhum dela se apresentar assim se o escritor de fato fosse pai de alguém e se não estivesse morto cerca de cem anos.
O mais interessante é que o próprio psiquiatra reconhece está familiarizado com a loucura dos pacientes, logo não deveria se surpreender com Lívia. A busca por entender esses sentimentos que podem ou não está associado ao interesse que sente por ela, nos direciona a tentar o entender mais do que entender a paciente.

Ana 25/06/2022

Gostei bastante de ler, me prendeu bastante a leitura, só não devorei o livro por motivos que eu tava lendo junto com outros livros, mas gostei muito principalmente da alusão às obras de Machado de Assis

Milk 04/12/2020

Surpreendente
Certo, por essa eu não esperava. Mas que reviravolta eim, quem diria.. simplesmente adorei. Só queria entender porque Lívia enquanto haviam tantas outras personagens em tantas outras obras. Fica o questionamento.

elainepaiva 12/06/2009

Vem aí ...A Filha do Escritor de Gustavo Bernardo
Resenha por Elaine Paiva

Mais que um final surpreendente, Gustavo Bernardo consegue nos deixar chocados com desfecho de seu romance. Inteligente, interessante, divertido e emocionante.

O livro gentilmente cedido pela Editora Ediouro, foi lido em um só fôlego. A curiosidade começa com a chegada da paciente Lívia que se apresenta como “Filha de Machado de Assis” a um Hospital Psiquiátrico em Itaguaí.

Livia chega ao Hospital por sua própria vontade, não para se tratar e sim para se encontrar com seu pai, o escritor, Machado de Assis, morto há cem anos com “quem”, segundo ela, havia marcado um encontro “nesse estabelecimento”, conta o narrador, Dr. Joaquim, médico de Plantão no dia da chegada da paciente.

Dr Joaquim fica extremamente perturbado com Lívia que possivelmente sofreria de esquizofrenia. Ele fica intrigado e encantado pela bela paciente e seus traços finos, corpo bem definido e do bom gosto de suas roupas.

A cada capítulo narrado pelo Dr Joaquim, nos envolvemos mais com Livia e com próprio médico. Em alguns momentos, durante a leitura questionamos o bom juízo do médico que nos passa uma insegurança para descobrir qual seria a verdadeira história de sua paciente e como tratá-la. Em outros, esquecemos do Dr Joaquim e ficamos intrigados com Lívia que afirma ser a filha de Machado de Assis.

Enquanto Dr Joaquim busca respostas sobre Livia, temos a oportunidade de conhecer estórias de outros internos do hospital”. Um deles é o poste. Paciente que apresenta uma atonia tão grande que parece desejar se tornar uma estátua. Gustavo Bernardo, foi simplesmente Genial com os personagens que inseriu para completar o enredo desse livro.

As narrações do Dr Joaquim seguem um ritmo tão acelerado a ponto de nos confundir em determinados capítulos. Suas dúvidas sobre a Livia, a história de Machado de Assis e a sua própria função dentro do hospital, acabam revelando alguns pontos “obscuros” sobre o médico e sua paciente que nos leva a um final surpreendente.

Eu nunca li uma literatura brasileira tão gostosa e intrigante como esse livro do escritor Gustavo Bernardo.

Se fosse diretora de televisão faria uma adaptação do livro para uma minissérie, daí, o título.

Vem aí

A Filha do Escritor de Gustavo Bernardo.

Excelente!!!

Elaine Paiva

Dri Ornellas 18/07/2010

Original e surpreendente
O livro é do carioca Gustavo Bernardo, o escritor do título é o Machado de Assis. e a história se passa nos dias atuais. Então, como é sobre a filha do escritor Machado de Assis se se se passa atualmente? Ai reside o primeiro ponto interessante do livro: a mulher, Livia, que afirma ser filha de Machado de Assis foi para um hospital de doentes mentais dizendo que lá era o estabelecimento onde seu pai havia marcado em encontro com ela. E não vai sozinha, leva consigo seu filho Luis, o grande problema de Luis é que ele não existe. Quando sua mãe faz carinho em sua cabeça, ela toca o ar, pelo menos para quem ve de fora.

Lá, coincidentemente, na Casa Verde (mesmo nome do manicômio de O alienista), Livia é atendida pelo psiquiatra Joaquim, coincidentemente chará de seu pai (Joaquim Maria Machado de Assis). Logo, Joaquim percebe que seus sentimentos por Livia não são iguais pelos que ele tem pelos outros pacientes. Com essa sensação, ele tenta ajudar Livia sem se envolver.

Outro ponto interessante no livro é a narração. O protagonista narrador (Joaquim) trava um diálogo com um personagem e, durante todo o livro, temos a sensação de estarmos conversando com Joaquim enquanto ele nos conta sua história. Um mistério que faz você ficar se perguntando durante todo o livro: quem é esse personagem com quem Joaquim conversa?

Outro ponto interessante (são tantos) é o ótimo final. Original e surpreendente ! Quando estava chegando perto do final, tive que ler novamente alguns parágrafos para me convencer de que era aquilo mesmo (Isso já havia acontecido quando li Reparação, que tem um final chocante. Quem não leu, leia. E depois assista ao filme).

E um ótimo livro, recomendo para todos. E ele é pequeno, tem 150 páginas, você pode ler sem medo.

Blog A menina do fim da rua (http://a-menina-do-fim-da-rua.blogspot.com/)

- giu 17/09/2022

meio nhee ?
Achei a história e a escrita do livro um pouco confusa e maçante, porém conseguiu me prender e me deixar curiosa para o final.

Eu estava esperando algo totalmente diferente para o final, talvez ela reencontrando o pai (que eu achei que era um dos outros pacientes), mas foi algo totalmente diferente, e não me agradou muito embora tenha me deixado surpresa.

Giovanna 20/07/2022

acabei de terminar e eu já sabia que ele que era o paciente, ficou meio óbvio desde o começo mas o modo que a história ia se passando eu fiquei muito agoniada com tudo.
Achei legal essa parte da doença se misturar com literatura, e como o cérebro é tão uau e seila a partir de um surto conseguir criar tudo isso a partir de histórias !!
foi uma leitura gostosa e a curiosidade com a agonia que você sente lendo me deixou toda aaa
amei muito

heloreis_ 12/11/2020

Resenha atrasadissima
Li esse livro em 2013 e foi um dos meus preferidos, mais pelo que ele me causou do que por conta da história. A história é muito envolvente e curiosa. Apesar do cenário ser um hospital psiquiatrico a história é bem leve e a personagem principal é misteriosa e isso te prende, e a reviravolta mexeu muito comigo na época. Muito bom!! ?

eli 16/10/2022

Historia muito bem construída e envolvente, desenvolvimento maravilhoso e final empolgante, quase viro uma paciente também kkkk.

Carla.Maciel 21/01/2022

Lívia/ Machado de Assis e um estabelecimento verde
A filha do escritor, romance brasileiro, autor Gustavo Bernardo. 2° ed. Pela vida melhor. Rio de Janeiro 2012.
O livro é bem curtinho tendo 148 páginas, contanto 22 capítulos, obviamente furtos também.
Temos a historia de Joaquim um médico psiquiátra e a filha do Machado de Assis.
A narrativa é maravilhosa pois o narrador é o médico no entanto ele comta a historia para um amigo imaginário que adivinhem só é o próprio Machado de Assis. Então descobrimos que Lívia não existe que Joaquim não é médico que ele se chama Pedro e é bibliotecário.
Indico o livro para jovens adultos ou adolescentes pois o "psicólogo" têm desejos sexuais por Lívia e além disso se o leitor for familiarizado com a obra de Machado a leitura fica melhor, para pegar as referências a ela que são significativas.
Não é um livro ruim mas para mim não vale a releitura, gostei do Pedro ser um Simão Bacamarte moderno. O que deixou tudo com jeito de reconto do Alienista.

Citações preferidas:
" Salvo melhor juízo, a esquizofrenia, termo que vem do grego ' alma fendida', é uma doença mental devastadora que impossibilita o mínimo desempenho social, logo o mínimo convívio social. Ninguém pode conviver bem ou sequer fingir que convive bem com a sensação, pior, a certeza de que é dois, ou de quea vários dentro de si mesmo". (P.12)

"( ) mas se eu não fosse psiquiátra há tanto tempo talvez eu mesmo enlouquecesse". (P.15)

" É bem mais fácil levantar os olhos das fichas brancas para encarar o paciente do que faze-lo com o computador, sua tela luminosa me agarra e me aliena do outro, justamente a quem preciso olhar bem." (P. 18)

"Quando a gente fica se olhando muito tempo no espelho, acapamos percebendo um estranho do outro lado. " (p. 40)

" Por sorte Severino- Baillon passava e, interronpendo sua lenga lenga em francês leu para mim, em portugues claro, o poema invisível. São quatro versos, sempre os mesmos quatro versos: " loucura/ loucura / como fosse assim/ uma prosa indireta (p. 64)

"Castro&Silva refere-se a um amanuense carioca do início do século vinte que separava quase todo o seu estipêndio, o que hoje chamamos de salário para comprar livros. Não tinha vida social, não tinha amigos, apenas livros, muitos livros. Parecia não incomodar ninguém com a sua mania de livros, até que aos poucos a loucura foi se instalando " (p. 67) será o caso do protagonista??

" (...) de maneira inteiramente logica, mas só lógica, ou seja, inumana, ela enlouquecia o mundo para garantir sua sanidade " (p. 77)

" Eu precisava de um gole ou dois para ficar sóbrio. Enquanto pegava a garrafa na gaveta, pensei que isso tinha tanta lógica quanto curar ressaca com álcool, mas naquela hora quem precisava de lógica." ( p.86)

"Um consultório escrupulosamente arrumado funciona como um contraponto ambiental ao caos interno que eles sofrem. " (p 137)

" Que, quando a gente está tentando curar os outros , não cura a si mesmo " (p. 144)

sonia 19/11/2013

`os normais são gente muito chata, tão certinhos e previsíveis', já escutei de alguém
Como médica, sempre me senti atraída pela psiquiatria, e pelos dramas da alma humana.
O autor escreve um livro instigante, interessante, no entanto do meio para o fim do livro torna-se um tanto repetitivo além da conta, e me enjoou um pouco; além disso, eu pressenti o final. (para quem não o pressente, o final é uma surpresa total)
A inserção de Machado e suas obras na trama são um chamariz interessante.
Vou ficar de olho neste autor, ele promete - tem estilo. Quem sabe de suas futuras obras, eu goste mais.