Dante 13/08/2020
Nosso berço
Qual o sentido de estudarmos a Antiguidade em pleno século XXI? O que a cultura clássica tem a ver com a gente? A resposta reside no fato de a Antiguidade estar muito presente no nosso cotidiano: as estruturas de pensamento dos intelectuais modernos advêm das teorias de Aristóteles, a estética está recheada de influências dos magníficos templos gregos.
Um trecho que chama muita nossa atenção, diz respeito a desigualdade social em Roma. Muito se assemelha a atualidade. Interessante como a história se repete. Segue abaixo:
“A concentração da terra nas mãos de grandes proprietários fez com que a produção de seus escravos concorresse com vantagens com a dos pequenos produtores. Os camponeses romanos que não podiam suportar a concorrência arruinavam-se. Desencorajados e empobrecidos, pouco a pouco, abandonavam suas terras, a partir do início do século II a.C e se estabeleciam em Roma. Haviam perdido todas suas posses e não podiam viver senão de seu trabalho, quando encontravam algum, e passaram a ser chamados então de "proletários", significando que sua única riqueza eram seus filhos, "proles", em latim.”
As religiões e as filosofias sabiam-se múltiplas, não pretendiam impor -se a todos. Uns eram de um jeito, outros de outro. Está a essência do mundo antigo que se alterou, de forma radical, com o cristianismo de Estado. Essa igreja passou a chama-se, por isso, católica, quer dizer "Universal ". A civilização clássica, heterogênea e pluralista, chegava, assim, ao seu acaso. Esse espírito livre e criativo de gregos e romanos não deixou de animar a humanidade nestes últimos dois mil anos, sempre que o homem se pôs a refletir sobre a liberdade, como no Renascimento, nas revoluções americanas e francesa, etc e etc. O Direito romano é o fundamento do Direito brasileiro, o latim é a base da nossa língua, lembrando também que as primeiras experiências democráticas aconteceram na Grécia. Um ótimo livro! Leitura fluída e linguagem simples. Forma didática na qual o autor expõe os assuntos abordados. História, religião, política, mitos, lendas, arquitetura, moradia (rico e pobre), classe social, início meio e fim, transformações, filosofia, matemática, enfim, tudo. Vale a pena.