Emanuela 17/01/2021Eu amo Jane Austen e sigo firme no propósito de ler toda a sua obra. Terminei agora Mansfield Park. Considerado um ponto de maturidade em sua bibliografia, devo admitir que senti falta do romantismo (sou uma romântica)! Talvez aqui o ponto central fosse uma grande ode aos princípios morais e crítica a falta de virtude da sociedade britânica (ou porque não universal).
Trata-se da história de Fanny. Nossa heroína tinha de nove para dez anos quando foi acolhida na casa de seus tios ricos, em Mansfield Park. Passa, então, a ser ?vítima? dos caprichos de seus parentes, mas sua alma resiliente consegue encontrar conforto e amabilidade. Apesar de sua fragilidade, timidez e insegurança, Fanny possui arraigados princípios morais e acaba sendo observadora de todos os vícios e defeitos de seus primos e primas, à excessão de Edmund, a quem dedica sua maior devoção e amor.
ALERTA DE SPOILER!!!
A história começa efetivamente a se movimentar com a chegada dos irmãos Mary e Henry Crawford. Enquanto a primeira rouba a atenção e sentimentos de Edmund, o segundo flerta descaradamente com todas as mulheres a sua volta. A vaidade dos irmãos e falta de decoro não passam despercebidas por Fanny.
No entanto, apesar do caráter duvidoso de Henry, quando este parece estar apaixonado por Fanny, não vou negar que cheguei a torcer por ele. Esperando por uma reviravolta em que ele então abriria os olhos para os melhores sentimentos e valores morais e ela aos poucos esquecesse seu primo (que padecia considerá-la apenas como uma irmã) e se apaixonar pelo jovem. Ou seja, um fio de esperança para essa sociedade tão desvirtuada ao mesmo tempo que encontraríamos a paixão do romantismo. No entanto, ao que parece nada poderia tirar Jane Austen de seu propósito em expor os males sociais.
O livro não decepciona, mas quem espera um herói vigoroso, bravo, charmoso... certamente não encontrará. O tom é contido o tempo inteiro.