Resenhas - Da Criação ao Roteiro

Luiz.Goulart 15/09/2021

Uma ferramenta preciosa
Apesar de ter esse livro há mais de 20 anos e já ter tentado lê-lo quando estudante de Jornalismo, somente este ano dei cabo da leitura. Uma obra fundamental do escritor brasileiro Doc Comparato. Perfeito para quem gosta ou tem interesse em escrever para cinema, teatro ou televisão. Uma visão privilegiada do trabalho do roteirista. Uma ferramenta de conhecimento inesgotável para profissionais e estudantes.

Paulo 20/12/2020

Aula em calhamaço
Talvez seja falta de tato ou de consideração chamar Doc Comparato de Syd Field brasileiro, mas acho difícil não pensar nessa comparação, visto que Syd é um dos mais renomados "pedagogos do roteiro" do mundo, mas Doc tem também uma carreira internacional, muita experiência e certamente muita maestria, didática e habilidade para dar uma de suas oficinas em versão calhamaço.
Doc nos dá centenas de páginas de teoria, nas quais aborda técnica, criatividade, tempo do autor, exercícios, pedaços, e até um episódio inteiro, de seus próprios roteiros. Existem muitos tópicos nos capítulos, mostrando sua preocupação e didática em tentar sanar já o máximo de dúvidas ou experiências pelas quais podemos ter e passar.
Algo que me agradou muito é que, ao contrário de Syd Field, Doc não insiste no quadrado da estrutura dos roteiros, um roteiro não tem que ter o mesmo formato necessariamente, ele ocasionalmente comenta que um roteiro pode sair dessas regras, o faz também quando elabora as características principas dos gêneros, em um dos quais ele diz que é primeiro importante conhecer os métodos tradicionais para depois tentar quebrá-los, ou seja, você não precisa fazer dessa forma, mas saiba como geralmente se faz.
Existem alguns epílogos muito interessantes depois que Doc termina seu livro, todos de amigos de Doc, um deles é um jovem roteirista a quem Doc pediu que escrevesse sobre sua experiência enquanto "jovem escritor jovem", e esse traz um decálogo que é basicamente sobre suas experiências, negativas, enquanto roteirista incipiente, que servem de aviso e conselho para os que começam.
Demorei algumas semanas para ler, afinal, teoria é teoria, mas não é, no geral, um livro difícil, apesar de em alguns momentos achar que Doc faltou explicar melhor algumas coisas e eu ter me sentido embaralhado. Essa edição que li tem 400 e tantas páginas, alguns anos atrás esse livro foi ampliado para mais de 700 páginas.
Autor/livro que deve estar na lista de quem quer trabalhar como roteirista.

André 14/03/2018

Excelente para quem quer cinema e TV
O livro é sensacional, traz passo a passo de diversas etapas da criação de roteiro, e apesar de tentar se referir a todo tipo de roteiro (tendo um capítulo de nome "Roteiro para novas mídias"), é mais focado em cinema e TV mesmo.

Do capítulo 1 ao 10 está o conteúdo mais valioso, a todo momento cita filmes ou programas de TV para relacionar com a teoria que está expondo.

Fala bastante de personagem, cena, macroestrutura, microestrutura, escaleta, conflito, drama, ação dramática, tempo dramático, storyline, sinopse, primeiro roteiro, roteiro final, e outros detalhes super importantes. E arrisca até em funções de diretor de cinema, como planos e movimentos de câmera.

Antes do livro começar a perder a graça, cita detalhes da construção de roteiros de séries estilo sitcom.

As ressalvas que faço é: o livro não foca em roteiros de teatro, romance, e o capítulo "Roteiro para novas mídias" não fala em roteiros de coisas feitas para a internet (tutoriais, gameplay's, vlog's), por exemplo.

Do capítulo 11 em diante fica todo desinteressante. A melhor parte fala sobre o mercado de trabalho de audiovisual, mas também não se salva. Perde muito tempo falando de roteiro para videogames, realidade virtual e mundo cibernético (?), sério. Fiquei boiando nessa parte.

O último capítulo estraga tudo com relatos de quando o autor viajou para escrever a minissérie "Me alugo para sonhar".

Se o teu foco é cinema ou TV, até o capítulo 10 existem grandes aprendizados.

Comprei esse livro por indicação da youtuber Carol Moreira que fala sobre séries e cinema.
Também comprei o Manual do Roteiro (Syd Field), e pretendo ler em breve.

leitorDedicado 06/07/2017

5 estrelas
Um livro quase completo sobre como escrever um bom roteiro, indicado para quem realmente leva a sério a arte de escrever.

cfsardinha 13/07/2011

Neste livro Doc comparato esmiuça todos os detalhes de como montar um projeto de roteiro, seja para cinema seja para televisão. Ele mostra desde a ideia e os primeiros rascunhos até o roteiro final / pronto. Além de parte teórica, ao mesmo tempo Doc Comparato propõe exercícios práticos para testar a apreensão dos conteúdos. É um livro extremamente recomendado por profissionais da área àqueles que desejam começar. Ou seja, é um livro bem didático, voltado principalmente para os iniciantes.

Fabio Shiva 30/08/2010

O autor é experiente e conceituado como roteirista de cinema e tevê
O livro nasceu de um curso que ministrou na CAL, Centro de Artes de Laranjeiras, Rio de Janeiro, em 1982.

É possível que o livro, enquanto meio de ensino técnico, tenha ficado algo defasado de lá para cá. Mas além da técnica existe a arte, e há certas coisas que não mudam na arte de contar histórias.

Logo na primeira página uma definição tão primorosa quanto valiosa, que transcrevo por ser de utilidade pública. São as três qualidades essenciais que toda história deve ter:

“LOGOS é a palavra, o discurso, a forma que daremos. É a organização verbal de um roteiro, sua estrutura geral.”

“PATHOS é o drama, o drama humano. Portanto, é a vida, a ação, o conflito do dia-a-dia gerando acontecimentos. Mesmo na comédia temos o pathos do humor.”

“ETHOS é a ética, a moral. É o significado da estória, suas implicações morais, políticas etc. É o conteúdo do trabalho, o que se quer dizer com ele.”

[29.06.08]

Caramba!

Não lembrava que tinha começado a ler esse livro há tanto tempo. Tempus Fugit que não é mole!!!

Pois bem, comecei com grande expectativa e fiquei um pouco frustrado de início, pois ficou patente que o livro ficou superado em muitos quesitos referentes à tecnologia. Pois foi escrito em 1983, quando o videotape era a maior novidade, Internet era ficção científica e CDs e DVDs nem pensar! Mas mesmo assim encontrei diversão e aprendizado nessas passagens desatualizadas. Há um trecho em que Doc cita que alguns escritores adotaram a altíssima tecnologia de escrever em um computador, o que torna possível – maravilha das maravilhas – encontrar qualquer trecho que foi escrito simplesmente através de um comando...

Fora isso, certamente ficaram desatualizados também os diversos modelos de roteiro e formulários, além da lista de endereços e telefones ao final do livro.

Mas quer saber? Isso se tornou um mero detalhe quando finalmente retomei a leitura do livro e vi o quanto ele poderia somar à minha vivência.

“Roteiro” se propõe a ser um manual de “play writing”, o primeiro do gênero escrito no Brasil. Isso envolve a parte tecnológica, é certo, mas essa é a menor parte no ofício de escrever.

Doc Comparato fez um belíssimo trabalho, muito útil e interessante! Pois a maior parte do livro é dedicada justamente ao trabalho de se escrever, a dicas e orientações sobre o que funciona e sobre o que não funciona em uma história. O foco maior é a redação de roteiros para cinema e televisão, mas a maior parte das dicas se aplica a qualquer tipo de ficção.

Adorei adorei adorei esse livro!!!!

Me trouxe muitos insights e percepções sobre a arte de escrever. E também me proporcionou uma nova visão de filmes e novelas. Percebi o quanto havia aprendido ao assistir um filme (no caso, foi “O Silêncio dos Inocentes”) e ver como eu estava conseguindo fazer uma leitura totalmente nova, percebendo as intencionalidades do diretor e do roteirista com cada cena...

Valeu a pena esperar tanto tempo para ler esse livro! Valeu a pena levar tanto tempo para terminar de lê-lo!

Em tempo: creio que o livro foi reeditado com o título “Da Criação ao Roteiro” (Ed. Summus). Para mais informações vejam:

http://www.roteirodecinema.com.br/livros/dacriacaoaoroteiro.htm

(08.03.10)

Edprod 10/06/2010

O primeiro passo para escrever qualquer enredo.
Além de ser um ótimo livro para quem está interessado em aventurar-se como um roteirista de tevê e cinema, Você também pode usar de algumas dicas para se tornar um autor literário, pois com uma linguagem bem simples Doc Comparato tira alguns mitos sobre a criação de histórias. É um livro que se deve ler mais de uma vez, ou por assuntos, pois sempre tem algo que passa despercebido.

Eu fui um dos alunos dos cursos ministrados por Doc na CAL (Casa de Artes de Laranjeiras) no Rio de Janeiro e garanto que o livro é fiel ao curso.A vantagem é a presença do autor criador da Oficina de Autores da Rede Globo e autor de seriados como: Malu Mulher, a mini-série Lampião e Maria Bonita(Globo) e Cangaceiro Trapalhão (Cinema com o Renato Aragão).

Com este livro e o curso, eu percebi que o trabalho de um roteirista é bem complexo. Hoje eu o agradeço, pois com ele me abriu os horizontes sobre personagens e conflitos no enredo me fazendo hoje um escritor de romances.