Viagem ao Brasil

Viagem ao Brasil Hans Staden




Resenhas - Viagem ao Brasil


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Renato 12/01/2024

Extraordinário pra dizer o mínimo
Esse pequeno livro nos impressiona por vários motivos. Primeiro por ser um relato de um alemão viajante e aventureiro que aos vinte e poucos anos se engaja nas viagens marítimas do século XVI atraído, seguramente, pelas maravilhas que os descobrimentos anunciavam na Europa. Depois seguem suas desventuras de náufrago que não alcança seu destino e que se torna mercenário a serviço de Portugal.

Por fim cai prisioneiro dos indígenas que o tomam por inimigo português e pretendem literalmente comê-lo no ritual antropofágico. Sua permanência por quase um ano entre os tupinambás é uma epopeia de medo e expectativa de salvamento sempre frustrada. Nesse roteiro inacreditável ele conhece um povo que, tratados com má-fé e abusados de sua ignorância sobre o mundo europeu, serão, como sabemos, dizimados.

Seu relato nos mostra um país em seu nascimento, selvagem, intocado, disputado por adversários europeus ávidos pela sua riqueza, mas é principalmente um retrato de seu povo originário, seu hábitos, sua cultura e seu território prestes a ser espoliado. Como, lamentavelmente, tem sido até hoje.
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Katherine.Rayane 04/09/2023

Contexto do mau selvagem
Livro bem histórico e introdutório sobre a visão antropológica do bom e mau selvagem, além de mostrar pelos olhos de um forasteiro como foi a chegada dos europeus no Brasil.
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Nic 13/03/2022

Belo registro histórico
Hans Staden foi um mercenário explorador alemão, neste pequeno livro escrito em 1557 ele narra sobre as coisas que passou e viveu em suas duas viagens ao Brasil recém "descoberto" pelos portugueses.
O livro é com uma linguagem muito simples e direto, sem nada de floreios, na primeira parte ele narra sobre os 9 meses que viveu preso pelos índios tubinambas sob o constante medo de ser devorado, neste parte ele narra também as disputas travadas entre as tribos e os rituais de "canibalismo" quando estes comiam assados os seus inimigos após capturados.
"Neste entretempo, Cunhambebe (o líder da tribo) tinha diante de si um grande cesto cheio de carne humana. Comia de uma perna, segurou-a a frente à minha boca e perguntou se eu também queria comer. Respondi: 'Um animal irracional não come um outro igual a si, e um homem deveria comer um outro homem?'. Então ele mordeu e disse: 'Jauara iche. Sou uma onça. É gostoso'. E afastei- me". (Pág 110).
Na segunda parte do livro, a que mais curti, ele narra sobre os costumes dos indígenas, desde hábitos alimentares, habitação, costumes, valores, ornamentos, etc... Narra também sobre os tipos de animais e de plantas que encontrou aqui no Brasil.
"Entre eles não há comércio, e também não conhecem o dinheiro. Suas preciosidades são penas de pássaros. Quem tem muitas é considerado rico, e aquele que tiver belas pedras para os lábios e as bochechas está entre os mais ricos. Cada família tem sua própria plantação de mandioca para a alimentação". (Pág. 153).
Sem dúvida alguma este livro foi um dos primeiros registros históricos dos europeus sobre o que encontraram aqui no Brasil.
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Letícia 09/08/2020

Relatos do Brasil colonial
Apesar de ser um livro publicado em 1557, a leitura é fluída e simples. Gostei da riqueza de detalhes nas descrições de Hans Staden, me senti na aventura junto com ele. De fato, da maneira como ele conta, realmente parece um milagre divino ele ter sobrevivido. O único problema é que sou uma pessoa sensível com violência, não consegui ler a descrição dos rituais de canibalismo, nem consegui acreditar que isso era uma prática comum na época. Mesmo assim, acho que é uma leitura que vale a pena!
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Vincent 23/04/2020

Um achado
Excelente edição deste livro escrito há séculos. Um retrato do Brasil em seus primórdios escrito através das experiências pessoais do autor, em suas duas viagens ao Novo Mundo.
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fabio.ribas.7 05/01/2020

Viagem ao Brasil
Após assistir ao filme “Hans Staden” (https://www.youtube.com/watch?v=xBztbsC8WU8), fascinado por este personagem inacreditável, corri para pesquisar mais sobre ele e descobri muita literatura sobre sua vida, até mesmo uma adaptação infanto-juvenil de Monteiro Lobato ambientada no seu Sítio do Pica-pau Amarelo.

A “Viagem ao Brasil”, escrito pelo próprio Hans e publicado em 1557 (dois anos após sua viagem ao Brasil) narra as aventuras desse cristão desde sua saída do Velho Continente até seu regresso. O filme cobre do capítulo 17 até o capítulo 51 do livro. E, após ler o livro, fica-se com aquela velha certeza que o livro é bem melhor do que a adaptação feita para o cinema, embora o filme tenha muitas qualidades, entre elas, ser quase todo falado em Tupi e mostrar costumes, danças e músicas indígenas. Mas, por exemplo, também peca por introduzir coisas que simplesmente não foram narradas por Hans (pelo menos não neste livro, pode ser que ele tenha escrito outras narrativas, não sei).

Por que fui assistir ao filme que me levou ao livro? Ao que tudo indica, ano que vem, estarei trabalhando com povos de culturas e línguas bem diferentes das quais trabalhei anteriormente no Xingu. Trabalhei com línguas da família karib. Estas são línguas, cuja família não apresentam características suficientes nem para pertencer ao Tronco Tupi e nem ao Macro-jê (ver https://pib.socioambiental.org/pt/c/no-brasil-atual/linguas/troncos-e-familias), são bem diferentes da que vamos trabalhar.

A língua com a qual trabalharemos a partir do ano que vem pertence ao tronco Tupi, que é o mesmo tronco ao qual pertence a língua com que Hans Staden entrou em contato no Brasil. Como começamos a estudar a língua Kaiowá/Guarani, isso me levou ao filme, que me levou ao livro. Contudo, ouvindo o filme e lendo o livro, surpreendi-me com a existência de morfemas e palavras semelhantes e até de mesma função morfológica que vi nas línguas karib. Tudo isso para mim é muito fascinante!

O livro de Hans vale sua leitura por várias razões:

1) A narrativa é muito prazerosa e dinâmica;
2) Hans é um cristão sincero, alvo da misericórdia e providência divinas;
3) O livro foi escrito para glorificar a Deus pelo livramento de Hans;
4) É um dos documentos históricos mais antigos sobre o Brasil;
5) Não sei como está em outras edições, mas a edição que eu li possui 3 características sensacionais. A primeira é a apresentação interessantíssima feita pelo amigo do pai de Hans, que também corrigiu o manuscrito original; a segunda é que a minha edição está escrita num português de 1900 e, para um amante da filologia como eu, é simplesmente um charme à parte ler “sahir”, “assucar”, “commigo”, etc; e, por fim, e o melhor, é que as notas de rodapé culturais e linguísticas são de uma preciosidade ímpar! Estamos habituados a saber que há em nossa língua muitas palavras indígenas, mas o autor das notas de rodapé, além de restaurar a grafia do Tupi de Hans Staden, vai traduzindo as palavras. Uma deliciosa aula!

Por tudo isso, deixo aqui o link da edição que eu li: https://tendimag.files.wordpress.com/2012/12/hans-staden-viagem-ao-brasil-1930.pdf
Boa leitura!

site: https://www.facebook.com/fabio.ribas.7 https://kiestoulendo.blogspot.com/
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Albert 24/11/2015

Um aventureiro em terra desconhecida
O livro conta a aventura da um alemão em passagem pela América, especificamente no Brasil. Publicado em 1557 e com tradução em várias línguas, o próprio autor descreve as aventuras e como foi feito prisioneiro pelos índios em solo brasileiro e como escapou da antropofagia (canibalismo). Os índios tinham como costume matar e devorar seus inimigos.

Staden detalha suas experiências desde a chegada até a volta à Europa e o leitor tem a oportunidade de ver como era o Brasil na época com seus povos indígenas, costumes, fauna e etc; muito interessante. O livro contém xilogravuras que demonstram vários fatos do ponto de vista do autor, entre eles o ritual do assassinato dos prisioneiros, as guerras entre tribos, como os índios selvagens viam os colonizadores e etc. A obra é rica não só nos detalhes da vida indígena, mas os dias angustiantes por qual passou Staden nessa que foi uma experiência aterrorizante.

Ótimo livro – inclusive inspirou o filme – em que o leitor tem a oportunidade de viajar no tempo com uma leitura leve e rápida. Hans Staden dividiu muito bem as partes do livro em suas duas viagens ao Brasil.
Krisley 25/11/2015minha estante
Ótima resenha Albert!
Despertou meu interesse no livro.




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