The Left Hand of Darkness

The Left Hand of Darkness Ursula K. Le Guin
Ursula K. Le Guin
Ursula K. Le Guin
Ursula K. Le Guin




Resenhas - The Left Hand of Darkness


10 encontrados | exibindo 1 a 10


bardo 30/05/2024

Poucos livros conseguem a façanha de ser simples e complexos ao mesmo tempo e The Left Hand of Darkness de Ursula K Le Guin o faz com maestria. A história contada é de uma simplicidade e até um certa previsibilidade que mesmo os contratempos enfrentados pelo protagonista não são capazes de torná-la uma trama super complexa. Nosso protagonista também está longe de nos ser carismático, a todo momento somos apresentados as suas reflexões que podem nos soar preconceituosas e incômodas.
Não, o foco em The Left Hand of Darkness é um complexo estudo das relações e interações e uma profunda discussão sobre sociedade e gênero que permeia a obra. Cabe dizer que por mais que sejam válidas algumas críticas por Ursula ter escolhido suprimir o gênero feminino e não o masculino, tal escolha permite uma discussão sobre masculinidades extremamente avançada e atual se considerarmos quando o livro foi escrito. As reflexões sobre a relação entre a tensão sexual permanente entre os gêneros e o caráter belicoso das demais espécies humanas com uma divisão de gênero binária são extremamente interessantes e provocativas.
Foi também muito astuto por parte da autora citar a incapacidade de Genly Ai em aceitar a não binariedade dos habitantes de Inverno e como tal estranheza e preconceitos dificultaram e quase invalidaram sua missão. É um contraponto interessante a postura oposta de Estraven que o enxerga tal como ele diz ser, sem reservas.
A quantidade de temas discutidos e de reflexões colocadas na obra é de deixar o leitor tonto, temas como fé, patriotismo, amizade, amor, dogma e propósito são tratados e mesmo quando a autora não os aprofunda, a provocação está ali para fazer o leitor pensar.
Úrsula convida-nos a refletir sobre temas espinhosos: se é certo que um dos temas principais da trama é a questão de como o gênero permeia todas as relações humanas, por outro lado temos uma profunda reflexão sobre a dificuldade de comunicação e incapacidade de verdadeiramente enxergar o outro como de fato é e não como é projetado por nossos anseios e preconceitos.
Carla.Floores 30/05/2024minha estante
Foi a segunda coisa que li da Ursula e caí de amores por ela. A primeira foi o conto Aqueles que se afastam de Omelas, que mexe muito com a noção ética. Perfeita sua colocação sobre a influência que o gênero tem nas relações e em como percebemos o outro. Seria como O Ensaio sobre a Cegueira do gênero. E se não houvesse gênero? E se o gênero não importasse? Isso desmanchada tanta coisa na sociedade. Sexismo, maternidade e paternidade. Parabéns pela resenha!


bardo 30/05/2024minha estante
Ainda temos um longo caminho para chegar em uma sociedade assim, ou pelo menos em uma que o gênero não consiga marcar os papeis de uma forma tão profunda e por vezes nociva. Sigamos!




flávia and the sun 26/05/2024

Leitura perfeita
Primeira leitura de 2024. Achei incrível como esse livro foi publicado em 1969 e continua extremamente atual. Com certeza irei ler os outros romances da Ursula K. Lee Guin.
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Julia 25/08/2022

Não foi bem o que eu esperava
Estou tentando ter mais contato com livros em inglês e essa foi a leitura mais desafiadora até agora, tanto pela linguagem da autora, ao usar palavras um pouco mais rebuscadas, como pela característica da história, que se passa em outro planeta. Le Guin usa várias palavras próprias de um vocabulário alienígena, o que me causou um certo estranhamento, principalmente nas primeiras ?sentadas?. Esse estranhamento foi diminuindo no decorrer da leitura, que foi ficando mais fluída, mas ainda assim sinto que é uma história que demora muito a engatar.
Definitivamente não foi um livro que eu devorei.

Fiquei reflexiva com vários diálogos e acontecimentos, mas também um pouco decepcionada com a forma pela qual as discussões de gênero foram feitas. sim, sei que tenho que levar em consideração ser uma obra antiga, mas mesmo assim esperava um pouco mais - até porque um dos principais motivos que me fizeram optar por esse livro, além de já querer conhecer a obra de Ursula Le Guin, foi por abordar discussões de gênero a partir de uma perspectiva de uma autora mulher.

Em Gethen (planeta onde se passa a história), na maior parte do tempo as pessoas não tem sexo biológico e nem gênero, e só manifestam a sexualidade no período de ?Kemmer?, quando um órgão sexual se desenvolve e os desejos também.
No entanto, fiquei com a impressão de que a autora tentou criar estes personagens sem gênero, mas acabou representando vários estereótipos masculinos. não parecia uma história sem gênero, mas sem mulheres - inclusive, ao menos na versão em inglês o pronome usado para todos era o masculino.

Dito isso, eu amei o desenvolvimento dos personagens Genly Ai e Estraven - principalmente este último.

Apesar de tudo, vale a pena ler.
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Gabriel 14/11/2021

Um livro extraordinariamente a frente de seu tempo, inclusive em seus eventuais desacertos. Brilhantemente escrito. Há uma associação inaudita entre a sublimação sexual e a sublimação política. É um texto incontornável para pensar o nosso presente.
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Thami 25/08/2021

Incrível!
A escrita da autora é simplesmente magnífica e sua maneira não óbvia pra tratar de amor, amizade, preconceitos, o estrangeiro, política e mais, faz esse livro ser um dos meus preferidos da vida.
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Ingrid 26/05/2021

Um dos melhores livros de ficção científica que eu já li, um enviado viaja pra um novo planeta onde as pessoas não dão definidas como homens e mulheres e é muito interessante como essa dinâmica é desenvolvida.
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Tainá 23/03/2020

Eu amo uma autora
Já me apaixonei pela Ursula Le Guin desde que li Os despossuídos e esse livro foi o que eu esperava. Já sabia da fama de ser uma leitura lenta e arrastada, mas até que curti a leitura. A autora levanta reflexões importantes sobre papéis de gênero, preconceito e xenofobia.
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Caique 09/03/2020

Explorando diversidade
Nos faz pensar sobre como aceitar/conviver com o que é diferente do que somos acostumados e que algo ser diferente não necessariamente é ruim...


Boa leitura...
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Luís Araújo 08/09/2016

O propósito principal de uma boa ficção cientifica é debater e levantar questões que preenchem a mente das pessoas e apresentando-as em diferentes perspectivas. A ficção cientifica é, em seu melhor, geradora de intenso debate e de grandes reflexões sobre a realidade e o pensamento.

Em A Mão Esquerda da Escuridão, publicada aqui pela editora Aleph, Ursula K. Le Guin coloca um humano em contato com o planeta de Gethen, ou Winter (Inverno), onde ele conhece outros tipos de humanos que são bem diferentes do que nós chamamos de humanos.

Genly Ai, o protagonista, é um enviado de Ekumen, uma aliança de planetas com vida inteligente (ou de humanos), com o propósito de oferece-los um lugar na mesma. Ekumen é principalmente um canal de troca de conhecimento e cultura - já que a viagem interplanetária é muito demorada, mas a comunicação entre os planetas é praticamente instantânea com os equipamentos certos - e tem como intuito ajudar no desenvolvimento das civilizações humanas.

Na narrativa nós somos os alienígenas visitando o planeta dos outros em nossas espaçonaves. Conhecendo uma cultura que nasceu em um ambiente de frio extremo, quase que completamente hostil, com um desenvolvimento muito adverso ao que os outros oitenta e três planetas que já compõem a aliança conhecem.

No ponto central das diferenças fica a componente biológica da sexualidade: em Gethen as pessoas não tem um sexo definido sempre, eles são andróginos na maior parte do tempo. Em determinados períodos os gethenianos entram em kemmer e acontecem mudanças em sua fisiologia para que assumam um ou outro papel sexual. Sua relação com a sexualidade também é diferente, os gethenianos não parecem competir por parceiros e em geral não tem nenhum sentimento sexual fora do período determinado por seu kemmer. Isso muda a dinâmica das competições sociais em relação ao que se é acostumado a ter entre seres com sexos definidos. Do mesmo jeito, a violência e a criação dos filhos é tratada diferente.

Toda a leitura é uma imersão nesse novo mundo, com essa nova sociedade e suas crenças e política. Fascinante do início ao fim. A autora nos leva por muitas situações diferentes, dando uma visão geral de todas as classes sociais e modos de vida contidos em pelo menos dois dos reinos de Gethen, nos mostrando que mesmo sendo tão diferentes todos temos nosso jeito de causar sofrimento e de sentir amor.
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Lili Machado 26/09/2012

Ganhador dos Prêmios Hugo e Nebula, como o melhor dos anos de 1969 e 1970.
The Left Hand of Darkness, com aspectos de psicologia, sociologia e antropologia, conta a estória de Genly Ai, um humano solitário, enviado a Winter, um mundo alienígena de condições árticas, cujos habitantes são fisicamente iguais aos terráqueos, mas podem mudar de gênero, num ciclo mensal, chamado de kemmer. Se um dos membros de um casal se torna mulher, o outro, automaticamente, se torna homem.
A meta de Genly Ai é facilitar a inclusão de Winter na civilização intergalática, Ekumen of Worlds, e travar uma troca intelectual de idéias e tecnologia.
Para tanto, ele tem de alinhar sua própria cultura e preconceitos com a cultura daqueles membros de uma civilização tão diferente.
Uma das partes mais interessantes do livro é o relacionamento do terráqueo Genly com o homem-mulher de Winter – e seu entendimento. A estória levanta questões sobre nossa percepção associada ao chauvinismo sexual.
Para 1969, a época em que foi escrito The Left Hand of Darkness, o gênero literário de ficção científica estava inciando novas dimensões sociais. Mas o livro é imensamente rico em sabedoria atemporal.
Le Guin é uma mestra na literatura sci-fi, com foco maior na exploração do relacionamento humano, do que na exploração de futuras possibilidades. Ela pode criar novos mundos e novas culturas, insuperáveis por outros autores do gênero.
Este é um clássico que deve ser lido por qualquer um que ama ficção científica, e deve ser relido várias vezes, com muito prazer.
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