Silent Spring

Silent Spring Rachel Carson




Resenhas - Silent Spring


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Marcos606 09/02/2024

Um dos livros mais influentes do movimento ambientalista moderno. Publicado em 1962, Silent Spring foi amplamente lido pelo público em geral e tornou-se um best-seller do New York Times. O livro forneceu o ímpeto para um controle mais rigoroso dos pesticidas. O título Silent Spring foi inspirado em um verso do poema de John Keats “La Belle Dame sans Merci” e evoca um ambiente em ruínas em que “o junco murcha no lago, / E nenhum pássaro canta”.

Carson foi uma bióloga com mestrado em zoologia pela Universidade Johns Hopkins em Baltimore, Maryland. Embora estivesse ciente do uso de pesticidas sintéticos desde a Segunda Guerra Mundial (quando o DDT era amplamente utilizado para controlar a malária e o tifo), ela não se concentrou no assunto até 1957, quando foi recrutada pela Sociedade Nacional Audubon para investigar o perigos do uso pouco regulamentado de DDT e outros pesticidas. Além de ler literatura científica e participar de audiências da Food and Drug Administration sobre o uso de pesticidas químicos em culturas alimentares, Carson conduziu extensas entrevistas com cientistas e médicos para aprender sobre os efeitos dos pesticidas.

Publicado pela primeira vez como uma série na The New Yorker e depois como um livro, documenta os muitos efeitos nocivos que os pesticidas têm no ambiente, Carson argumentou que os pesticidas deveriam ser adequadamente chamados de “biocidas” devido ao seu impacto em outros organismos que não as pragas alvo. Especificamente, ela notou os danos que o DDT infligiu às populações de aves e alertou para uma futura primavera caracterizada pela falta do canto dos pássaros. Ela destacou o facto de o DDT ter sido classificado como um agente químico cancerígeno implicado na causa de tumores hepáticos em ratos e acusou representantes da indústria química de espalharem desinformação contrariada pela investigação científica. Ela também acusou os funcionários do governo de aceitarem acriticamente as reivindicações de segurança da indústria química e, mais radicalmente, questionarem o paradigma então dominante do progresso científico e a crença filosófica de que o homem estava destinado a exercer controle sobre a natureza. Ela argumentou que o sucesso dos pesticidas é necessariamente limitado porque as pragas alvo tendem a desenvolver imunidade, enquanto os riscos para os seres humanos e para o ambiente aumentarão à medida que os pesticidas se acumulam. Contudo, Silent Spring não apelou à cessação de todo o uso de pesticidas; exigia maior moderação e cuidado no seu uso.

Foi persuasivo em campanhas contra a utilização do DDT, que foi proibido nos Estados Unidos em 1972 e internacionalmente em 2004, exceto quando utilizado para o controle de mosquitos causadores da malária. O livro também têm sido usado como modelo de ativismo ambiental radical que questiona as atitudes predominantes sobre os benefícios do progresso científico e a atitude que os humanos deveriam tomar em relação à natureza.
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JPHoppe 02/06/2022

Primavera Silenciosa
A humanidade sempre enfrentou a natureza. Faz sentido, se analisarmos que, por mais que carregue suas peculiaridades e singularidades, o ser humano é no fundo mais uma das milhões de espécies animais que habitam a Terra. O conflito com a natureza se dá de diversas formas. As vezes de forma simples e direta, como a fuga de um predador, ou a perseguição e abate de uma presa. Porém, na imensa maioria dos casos o conflito se dá de forma indireta. A competição por recursos.

De forma breve, são dois os recursos mais preciosos do ser humano: seu próprio corpo, e sua produção biológica. No primeiro caso, temos como principal competidor os parasitas e seus vetores. No segundo, temos as ditas "pragas ambientais", espécies que parasitam ou se alimentam dos animais e vegetais que utilizamos para sobreviver (ou, sendo mais sincero, para produzirmos lucro).

O século XX viu o surgimento dos defensivos químicos para atuar nas linhas de frente, dos quais três letras carregam um peso histórico enorme: DDT. No início, parecia algo maravilhoso. Uma substância de fácil produção e dispersão, com efeitos imediatos sobre os inimigos naturais da humanidade. Mas, realmente não há almoço grátis. O DDT e outros pesticidas são letais contra as pragas, mas até certo ponto, a partir das quais elas adquirem resistência. No entanto, são terrivelmente mais eficazes contra praticamente todos os outros organismos.

O uso indiscriminado de DDT causou uma das maiores tragédias ambientais já vistas. E, como qualquer grande indústria, um lobby poderoso e influente trabalhou muito para encobrir e desviar o foco dos problemas.

Depois que uma amiga relatou a morte em massa de pássaros nos arredores de sua propriedade, Rachel Carson resolveu pesquisar e escrever um livro contando sobre os perigos dos defensivos, sua ineficácia para cumprir o objetivo incial, e alternativas mais baratas e eficazes. O livro, munido de fontes e relatos bem detalhados e quantificados, não pode ser ignorado, e provocou a mobilização de pessoas e grupos para a modificação dos processos. Nasceu o Movimento Ambientalista.

Poucos livros são tão influentes assim. Na biologia, diria que fica atrás somente do "Origem das Espécies" de Charles Darwin.
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Jéssica 20/01/2021

The obligation to endure gives us the right to know.
O livro que ajudou a lançar o movimento ambientalista, cheio de exemplos de estudos e de consequências reais do uso de pesticidas. Apesar de não ser um livro atualizado e o DDT não ser mais amplamente utilizado - o livro foi lançado em 1962, no Brasil o DDT só foi banido em 2009 -, ainda é uma leitura necessária para quem se interessa pelo assunto e, sinceramente, todos deveriam se interessar.
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