Trombetas da Revolução

Trombetas da Revolução Lloyd Biggle Jr.




Resenhas - Trombetas da Revolução


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JCarlos 10/11/2019

A voz de um povo que soa como trombetas não pode se calar
Gurzil é um planeta hostil, onde não são permitidas investigações culturais. Possui dois continentes: Larnor (Democracia) e Kurr (Monarquia).
Jef Forzon, um funcionário dos Serviços Culturais, foi designado para comandar uma equipe, onde inicia uma investigação cultural em Kurr.
Nomeado Coordenador Supervisor da Equipe B, pretende implementar uma revolução e transformar o monárquico Kurr em uma democracia.
Aqui, diferente daquela famosa diretriz de não intervir em civilizações em menor grau de desenvolvimento, temos uma organização ? Gabinete de Relações Interplanetária ? que procura anexar planetas, mas encontra dificuldades em implementar uma democracia, requisito que entende ser essencial para tornar Gurnil um planeta-membro.
O rei Rovva, um tirânico monárquico, governa sem lei e se você o contraria, pode até ter seu braço decepado. O que acontece? Você passa a viver separado, em uma aldeia, a Aldeia de Manetas.
Nessa aldeia vive Tor, logo reconhecido por Forzon como um gênio musical nato.
Algo precisava ser feito. Uma revolução. Musical. Cultural.

?Como poderia alguém ser incitado a uma revolta por causa da cultura? Através dos quadros? O governador que estabelecera um imposto sobre os quadros fora imediatamente despachado para uma aldeia de manetas. Música? Era evidente que os Kurranianos tinham um intenso amor pela música. Adoravam-na com paixão, cantavam magnificamente, tinham artistas fenomenais, mas... Uma revolução?? - pág. 94

Um mundo com certa paixão cultural, mas com ausência de deselvolvimento em algumas áreas. Sem arquitetura, embora haja construção. Sem imprensa, poderia haver poesia? Canções poderiam ser criadas?
Forzon, com a ajuda de seus agentes da Equipe B, encontra uma solução, mas terá que fazer uso da Regra de Um, uma autorização do GRI para que apenas uma única introdução tecnológica fosse utilizada, se necessário, nos mundos visitados.
Então, uma ideia veio-lhe à cabeça. Tor tinha apenas uma mão. Um instrumento musical deveria ser criado. A regra precisaria ser utilizada.

?A música existe para ser ouvida.? - pág. 113

A partir daí o ritmo passa a ser vertiginoso. E é incrível, porque numa leitura em que há um peculiar enfoque nas artes e no ser humano, o que achei muito interessante, surpreende a forma como se desenvolveu, e a solução encontrada por Biggle para o seu desfeixo foi satisfatória.
Não se pode negar que há um viés social e político, onde se busca uma transformação e imperiosa busca pelo poder e a supremacia, mas Lloyd Biggle Jr., além de escritor, foi músico. Então, escreveu The Still, Small, Voice of Trumpets (1968) com bastante paixão. Sentimento fácil de adquir com sua leitura.
Os instintos marciais de um povo são despertados. E as trombetas não devem parar. Um povo não deve se calar. E a leitura desse livro não pode cair na indiferença.
Recomendo, pois.

?Nem mesmo o rei com menos princípios pode ignorar uma consciência quando ela começa a soar como uma trombeta!? - pág. 184
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