O texto, ou: a vida

O texto, ou: a vida Moacyr Scliar




Resenhas - O texto ou a vida


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Luis 31/03/2011

“ Read Me, do not let me die”
Fiquei tristemente surpreso com a notícia da doença de Moacyr Scliar, recebida em um sábado de fevereiro, na leitura da coluna de Arnaldo Bloch, no Globo. Imediatamente corri à Internet para saber mais detalhes, quando me dei conta da gravidade da situação. O genial escritor gaúcho morreria poucas horas depois, na madrugada de domingo.
Tive a oportunidade de conhecê-lo em 2009, quando esteve na Bienal do Rio para uma concorrida palestra. Já meu encontro com a sua obra, se dera pouco antes, em 2007, quando adquiri o “Contos Reunidos”, luxuosa edição da Companhia das Letras, comprada a um precinho camarada nos dias finais de uma livraria do Centro da Cidade.
“O Texto, ou : A Vida” embora curto e informal, pode ser encarado como um testemunho da formação do autor, indicando a precoce vocação de contador de histórias que sempre correu em paralelo ao abraço no sacerdócio médico. Ao contrário do colega Pedro Nava, que, infelizmente, só se ocupou efetivamente das letras após a aposentadoria da carreira médica, Scliar escreveu o tempo todo, valendo-se de uma disciplina férrea para deixar um legado de quase 70 livros.
O que mais me impressiona no autor é sem dúvida a clareza e a lógica impressionantes de seus textos. Scliar é legível a qualquer nível, daí talvez a sua fluência entre os diversos gêneros literários. Foi mestre no ensaio, na crônica, no conto, no romance seja adulto ou infanto Juvenil.
Esse pequeno e essencial volume da Bertrand Brasil, vale como um bate papo animado com o Dr. Moacyr, que, a pretexto da frase da poeta Edna St. Vicent Milay (1892-1950) que ilustra o título dessa resenha, revive a cada página lida e relida de sua imortal obra.
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