Doctor Faustus

Doctor Faustus Thomas Mann




Resenhas - Doutor Fausto


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Caroline Gurgel 02/02/2018

Genial!
Comecei a leitura de Doutor Fausto sem ter muita noção da dimensão da obra que tinha em mãos. Sabia apenas que era uma releitura da famosa lenda fáustica alemã, na qual o médico vende sua alma ao diabo em troca de tempo de vida para fazer grandes descobertas científicas. Como amante da música, o que mais me interessava não era a lenda, mas o fato de narrar a vida de um compositor alemão, ainda que fictício.

Li aquelas primeiras páginas umas trocentas vezes. Ia e voltava, não entendia muita coisa. Então, resolvi continuar mesmo sem compreender tudo o que lia para ver no que dava. E o que surge diante dos meus olhos são capítulos maravilhosos, sensacionais, seja sobre música, seja sobre guerra, intercalados com uns capítulos malucos, de quebrar a cabeça.

Ambientado na Alemanha da primeira metade do século XX, Doutor Fausto nos conta a história do músico Adrian Leverkühn, narrada por Serenus, seu amigo de infância, que tem uma profunda admiração pelo compositor.

Após ter se relacionado com Esmeralda, uma prostituta, e contraído sífilis, Adrian, doente, faz um pacto com o diabo – em um capítulo de tirar o fôlego – no qual vende sua alma e a capacidade de amar em troca de 24 anos de uma carreira brilhante na música. Acompanhamos, estupefatos, todo esse período de apoteose musical até o momento em que ele decide convidar amigos para uma, digamos, apresentação final.

Até a metade do livro, apesar de ter uns capítulos de cair o queixo, eu não imaginava que ia gostar tanto desse livro. Foi uma leitura das mais difíceis que já fiz e a que me deixou mais eufórica quando concluí. Os capítulos finais são apoteóticos, indescritíveis. Eu tinha vontade de ler tudo em voz alta, de marcar todos os trechos, de mostrar a todo mundo aquilo que lia. Thomas Mann é genial.

Durante todo o livro o autor fala muito de música e composição, o que pode deixar a leitura ainda mais difícil para quem nada entende do assunto. Para quem ama a música, como eu, é de entrar em êxtase. Fala de polifonia, fuga, adagio, harmonia, coro… fala de partitura, de dodecafonia, faz referências a músicos como Wagner e traça paralelos com a 9a Sinfonia de Beethoven. É de pirar!

Além de tudo, o personagem ainda é considerado uma alegoria da Alemanha da época, daquela Alemanha que se rendera ao nazismo após a Primeira Guerra. Quando ficamos sabendo disso, tudo cresce ainda mais. É, repito, apoteótico, genial, sensacional.

Não tenho palavras para descrever como queria a experiência dessa leitura, que entrou, sem dúvidas, para minha lista de favoritos. Leiam! Vale cada gota de suor.

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Nadiny Prates 29/08/2016

Acho que um questionamento que perdura na cabeça de muitos, é como a Alemanha, um país de mentalidade humanista, e terra de grandes intelectuais, foi capaz de cometer e permitir tanta atrocidade e barbárie, levando a morte de 6 milhões de judeus da forma mais horrenda que se possa imaginar.Em Doutor Fausto, Thomas Mann tenta responder essa questão. A história é narrada por Serenus Zeitblom amigo de infância de Adrian Leverkühn, um compositor, que vende a alma ao diabo em troca de 24 anos de intensa criatividade musical, mas o preço a ser pago ainda em vida, é a perda de sua humanidade, incapacidade de amar as pessoas. É uma clara alegoria a ascensão do Terceiro Reich e da renúncia da Alemanha à vida, liberdade e o amor, como se tivesse feito um pacto demoníaco. O livro contêm dois tempos narrativos. Entre 1942 a 1945, onde Serenus começa a escrever a biografia do Adrian.E os anos anteriores a essa data, onde desenrola os fatos.Portanto, há umas digressões, onde o narrador relata os acontecimentos da guerra que está se desenrolando ao seu redor. A medida em que acompanhamos a vida, apogeu e a tragédia do protagonista, também acompanhamos a história e a derrocata da Alemanha na guerra, em um brilhante paralelo que o Thomas Mann faz. Em diversas passagens, o autor reconhece a culpa alemã pelas atrocidades que cometeu, e de certo modo crítica àquelas pessoas que sabiam que as coisas estavam tomando um rumo sombrio e nada fizeram.Brilhante!!Recomendo fortemente, extremamente e veemente rsr a leitura desse livro, maravilhoso em todos os aspectos, os capítulos finais é de tirar o fôlego e nos deixar extasiados.Sim a narrativa é um pouco complexa, tem uma escrita bem erudita e teorias musicais, que para quem é leigo no assunto como eu, pode ser difícil de entender, mas vale a pena vencer essa barreira.

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Luísa Coquemala 29/06/2016

www.velhocriticismo.com
Diante te tanto burburinho político, discursos de ódio e confrontos políticos dos últimos tempos, me peguei pensando em Doutor Fausto, de Thomas Mann. Inevitável falar do livro. Vamos, pois, a ele.



BREVE RESUMO



De cara, já encontramos as linhas gerais do livro: Serenus Zeitblom, filologista, conta a biografia de seu amado e saudoso amigo, o compositor Adrian Leverkühn. Logo também sabemos da morte de Adrian (a 25 de agosto de 1940) e de seu destino trágico, cujo título já é grande indicativo do pacto demoníaco. Não é um livro de grandes mistérios ou de acontecimentos muito surpreendentes. Sabemos do talento de Adrian e do pacto diabólico. Thomas Mann começa sem muitas voltas. Eis o livro.

O narrador criado por Mann é interessante, ama o objeto de sua narrativa e, acima de tudo, não tem pressa. Como alguém que sofre ao lembrar de seu passado, Zeitblom se apega aos detalhes, às conversas e às imagens que envolvem a vida de Leverkühn. Sua tristeza é pura, podemos senti-la. Além das reminiscências, há uma enxurrada de assuntos envolvendo a narrativa: música clássica e teoria musical, religião, história, estética, referências à própria narrativa e por aí vai. Se você procura um livro para ler rapidamente, não leia este livro. Aviso de cara que este relato merece ser lido com muita calma, palavra por palavra. Do contrário, o melhor ficará de fora.

O narrador conta a infância de Adrian, fala sobre a inteligência e humor obscuro deste, sobre os primeiros estudos teológicos e a resolução, finalmente, de se dedicar à música. A erudição envolve a vida de Adrian e, às vezes, é fácil se perder no meio de tanto conhecimento – daí a generosidade necessária com cada linha do livro. Tentar acompanhar tanto conhecimento é tentar entender o próprio mundo das personagens.

Adrian demora a encontrar a sexualidade. Esta aparecerá na figura de Esmerada, prostituta que o deixará envolvido. Depois de ir a seu encontro, Adrian contrai sífilis, rendendo-lhe posteriormente uma febre cerebral. A partir daí, através das cartas do compositor e das incessantes observações de seus amigos, a realidade torna-se obscura, o livro se enche de incertezas.

No capítulo XXV é onde fica o tão esperado pacto com o Demônio. A escrita da carta de Adrian, contando o ocorrido, é muito intrigante. O espírito de Mefistófeles é capturado de maneira brilhante: ele é irônico, sagaz e, claro, é ele quem dita as cláusulas da compra da alma de Adrian. Lendo sua conversa com o compositor, podemos sentir o mesmo ar do Fausto de Goethe, a inserção de Mann na tradição fáustica.

Adrian, ciente de sua doença e febre cerebral, tenta argumentar, mas Mefistófeles mostra ser esperto. A recompensa oferecida são 24 anos de criatividade, a arte bárbara após o refinamento burguês. O preço é a proibição do amor na vida de Adrian. Mas, por maios recluso que seja, Leverkühn nem sempre escapa às garras do amor – e ele acredita que algumas mortes no livro têm relação com um sentimento de amor que surge nele.

O livro muda de tom depois do pacto. Tudo se torna ainda mais sombrio.

Há, ainda, a exposição das obras feitas por Adrian (em comentários complexos para quem não sabe muito sobre música), sua tentativa de noivado, a passagem do sobrinho Nepomuk em sua vida e, por fim, a reunião para apresentar sua grande obra, Lamentação de Doutor Fausto, cuja conclusão não é feita. Além disso, o agravamento de seu estado de saúde e sua morte. O amigo Zeitblom se mantém fiel, indo visitar o músico até seus últimos dias.

Temos, na segunda metade do livro, seu ponto alto – como em uma ópera que começa calma e continua em um crescendo.



MUITO ALÉM DO ÓBVIO



Fausto faz pacto com Mefistófeles.

O livro de Mann, contudo, não fica apenas nisso. Há, sobretudo, dois componentes que acrescentam planos interessantes ao livro.

Além da história biográfica sobre o compositor, o relato de Serenus Zeitblom contém uma crítica muito interessante à burguesia da época. Em personagens como Inês Rodde, a crítica é certeira. Inês, a fim de sair da casa de sua mãe e de uma vida que não a atrai, se casa com Institoris, mesmo sendo apaixonada por Schwerdtfeger, amigo frequentador de sua casa. Algum tempo depois, leva uma vida infeliz e rasa, sempre tentando mascarar seus desgostos através das aparências. Depois do término de seu caso, vemos uma Inês que já não consegue mais suportar o fingimento no qual vive, viciada em morfina e desnorteada.

Outra crítica muito interessante se dá em relação ao que foi feito pela sociedade burguesa quanto à ascensão do nazismo. Em dado momento da história, alguns personagens tecem comentários sobre as possibilidades de futuro para a Alemanha e, apesar de suas expectativas, não se mostram assustados ou alarmados para fazerem algo a respeito da intolerância crescente. O narrador, testemunhando todas aquelas opiniões e falta de atitude, fica embasbacado, principalmente tendo em vista a perspectiva sob a qual escreve.

E qual seria essa perspectiva? Eis outro plano muito interessante da narrativa. Serenus Zeitblom começa seu relato a 27 de maio de 1943 e só o finaliza anos depois. Entrementes, o narrador de nossa história vive um tempo sombrio para a Alemanha e para os alemães: a Segunda Guerra Mundial e a derrota alemã. Nesse sentido, a história não se resume apenas ao pacto demoníaco feito por Adrian, mas há também uma indicação de que a própria Alemanha, de certa maneira, também entrou em um pacto desse. Tempos sombrios, temos de ódio e intolerância.

E, de fato, o andamento da guerra e do relato da vida de Adrian andam juntos – e, por vezes, são escritos de forma muito tocante. Adrian morre no início da guerra, e o relato de sua biografia terminará juntamente no momento em que a guerra também finda. O narrador, portanto, tem a perspectiva de um alemão, dentro da Alemanha, que vivencia a guerra e a destruição de seu país (o que, sabemos, não é propriamente o caso de Mann, exilado nos Estados Unidos no momento). Existe uma relação muito interessante, um jogo com o elemento temporal, portanto, no andamento da vida de Adrian e na decadência alemã. A saúde de ambos vai piorando, as tragédias internas (de Adrian) e externas (do país) se misturam e o fim de ambos caminha junto:

“E no entanto…! Por menos que fosse possível estabelecer um contato psíquico entre o declínio de sua saúde [de Adrian] e a desgraça da pátria, não pude me impedir de descobrir em ambos um nexo objetivo, um paralelo simbólico. Essa minha inclinação talvez tivesse sua origem no mero fato da simultaneidade, mas nem sequer a distância que Adrian mantinha das coisas exteriores lograva superá-la. Escondi, porém, cuidadosamente esse pensamento e me abstive de mencioná-lo nem de longe em sua presença” (p. 397).

Em muitos momentos, pode-se imaginar em Zeitblom o próprio Thomas Mann e o que sabemos que sentia em relação às duas guerras pelas quais seu país passou: o inicial entusiasmo e depois a grande decepção com a Grande Guerra, o assombro e tristeza ao ver o rumo de seu país durante a destruição.



O LIVRO E NÓS



Sou fã de Thomas Mann. Desde que li A montanha mágica pela primeira vez, não parei mais. Despois de Os Buddenbrook, Morte em Veneza e Tonio Kroger, topei com a edição de Doutor Fausto na livraria. Não pensei duas vezes sobre comprar o livro ou não.

E acredito, de fato, que o livro de Mann não é importante apenas para aqueles cuja paixão pela literatura pedem um bom livro, mas também para todos nós, testemunhas de tempos turbulentos, de ódio e paixões exaltadas.

É importante pensarmos o que determinadas ideias podem fazer com toda uma nação. É necessário ter cuidado, avisa o autor, e é a partir daí que devemos começar a ponderar.

A Alemanha entrando em guerra, imersa em seu desespero, lembra um pacto demoníaco. Thomas Mann, então longe de sua pátria, sentado em sua mesa, escreve corajosamente um livro sincero sobre a guerra e sua aflição sobre ela. Para isso, sem rumo, como Dante, invoca as Musas e, assim, quem sabe, conseguirá encontrar esperança de fazer sua denúncia através da arte.

Doutor Fausto é um livro triste. Mas, não deixa de ser um relato de uma pessoa que, enfrentando um verdadeiro inferno, vê no fundo do poço a espera de um recomeço. Espelhemo-nos em Mann para não nos vermos em um pacto onde o amor ao próximo não é mais permitido.
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andré 13/04/2013

A queda do homem, a queda da nação
Ao fechar desse livro senti todo o peso do que os gregos chamavam de catarse, sob a forma de um sentimento abstrato, de uma elevação melancólica que vinha não sei de onde e me enchia por completo. O poder narrativo de Mann rompe as barreiras do tempo, as barreiras do espaço, tanto na obra, quanto no universo do leitor. Doutor Fausto te leva para regiões de si mesmo inexplicáveis em palavras, onde somente a arte (a arte como deveria ser) é capaz de levar no seu resultado final! Ele te rouba daqui, te coloca num universo paralelo, apesar de todo esforço necessário para ler sua prosa, que é, sem dúvidas, difícil. Isso se deve ao caráter de oralidade da narração, o narrador monologa com o leitor (o que é muito interessante), mas sem abandonar o seu microcosmos, ou seja, ele fala com quem lê falando ao mesmo tempo com si mesmo, o que dá várias vezes um ar filosófico ao livro. Outro ponto "pesado" são os trechos sobre teoria da música, o que é incrível, porque entre as passagens técnicas Mann faz o absurdo de descrever algo tão abstrato quanto a música! Mas o fato de nem todos os leitores (eu por exemplo) não serem músicos, torna meio complexo a leitura.
Quanto a história! Thomas Mann viaja entre dois tempos com seu narrador, Severos Zeitblom,que vive o final da Segunda Guerra Mundial, e volta, através de suas lembranças, até antes do começo da Primeira Guerra, para narrar a vida do amigo protagonista, Adrian Leverkühn, cuja história termina, pasme!, no começo da Segunda Guerra Mundial. A razão é o jogo figurado fodastico de Mann, que faz seu protagonista e seu país dividirem o mesmo destino. Ambos são levados por palavras (Hitler e o diabo) a venderem suas almas em troca do brilho da grandeza, e seu destino é trágico por isso. Quando o Fausto do século XX e o país mais poderoso do mundo partilham do mesmo fim, é natural que a narração abarque ao mesmo tempo ambos. E ao mesmo tempo, a história de Doutor Fausto é a história da arte. A apologia à arte moderna é gritante, romper as barreiras, alcançar o absolutamente novo, transformar em arte o que é apoético! E no fim de tudo, o encontro da beleza com a tristeza, como a dor sem medidas transportada para a arte consegue encarnar o mais elevado tributo, e transformar-se, a tristeza na arte, na expressão máxima de uma época, que, com toda sua perda da "eminência à vida", como diria Lukács, encontra na tragédia a expressão absoluta!
Por fim, fica, é claro, o vazio que te acompanha ao terminar uma obra na qual vc mergulhou por muito tempo e que deixará, felizmente, saudade.
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Ze Moderno 11/08/2012

Um compositor e seu país se entregam ao mal
É um livro sobre o espírito criador. Esse espírito que não apenas vagueia nas alturas da idealização e nas substanciais criações de seus antepassados, mas que também desce nas camadas sujas e demoníacas de nossa existência. Para a personagem principal essa oscilação acaba sendo trágica, assim como para o povo alemão. A "profundidade e a forma", características apenas da Alemanha, nação de riqueza cultural acima das outras, fraquejam diante do vulgar e do sórdido. A bestialidade primitiva, tão presente nos países sem Cultura com C maiúsculo (Brasil e os outros 99%) ganhou impacto maior na Alemanha na primeira metade do século XX, mas por que? Para Adrian, Thomas Mann encontra uma resposta; para a Alemanha, só a lamentação.
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Francisco 15/04/2012

Trata-se de um 'tour de force' da criação literária diante da criação musical, a questão da criação artística, tema tão caro às obras de Thomas Mann aqui aparece de uma forma desafiadora e genial. Não imagino uma leitura desse romance ser proveitosa sem conhecer um mínimo de história da música ocidental.
Apesar de essa ser uma obra da maturidade, ainda acho que o melhor de T.Mann está na 'Montanha Mágica',obra que traz personagens como Naphta e Settembrini e cuja narrativa cheia de ensinamentos humanistas me apaixonou no sentido pleno da palavra.
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Paula 25/10/2011

Foi uma leitura difícil, não que o livro seja ruim, mas talvez eu não seja uma leitora madura e é um livro longo que todo mundo resume numa linha: o homem que vendeu a alma ao diabo.
O livro é narrado pelo Zeitblom, que é amigo de infância do musico Adrian Leverkühn, contando sua vida, relações, doença e fatalidade, a época em que acontecem os fatos, sua carreira e sua musica. Também nos conta que Adrian vendeu a alma ao diabo para ter tempo de concluir sua "musica", que seria a frente de seu tempo e por isso, talvez, incompreendido. Sua ultima obra dele é "Lamentações de Fausto", onde depois de concluída, digamos que o tempo literalmente acabou.
A parte curiosa do livro é a conversação que ocorre entre Adrian e o diabo, onde o próprio diabo fala sobre porque ele esta oferecendo mais tempo ao Adrian e por qual motivo ele escolheu o Adrian. O que mais me tocou no livro foi à descrição da época, pois o professor Zeitblom passa pelas duas grandes guerras e escreve como ele lamenta e fica horrorizado com tamanha atrocidade, e de como a Alemanha foi arrastada pela degradação na mão de malucos.
Confesso que para compreender melhor o livro, procurei saber sobre a vida do autor e o contexto que esta inserida a obra, assim pude apreciar um pouco melhor.
Tizo 07/12/2012minha estante
O autor deixa no ar se ele realmente se vendeua ao Deonio ou se tudo não passva de efeitos colaterais da sua enfermidade, a saber Sífilis neurológica.




Danilo 09/10/2011

No início do livro quase não há drama, quem não entende de teoria musical sofre bastante. Isso por quase 350 páginas. Depois o livro fica muito interessante com a volta ao Fausto de Goethe. Recomendo aos que curtem e conhecem música erudita e aos mais dedicados.

Adrian Leverkühn. Não sei porque mas nunca esqueci esse nome.
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ReiFi 18/08/2010

Doutor - Fausto
José Reinaldo do Nascimento Filho

(16/08/2010)

TTerminei.

Se não me falha a memória faz quase dois anos que li A Montanha Mágica, e lembro-me que, concomitantemente à leitura dessa obra, estava cursando a matéria Teoria da História com um professor apaixonado por música ao ponto de embalar sua explanação ao som de violões ou de músicas clássicas, pois, segundo ele, a sala de aula era seu palco e os alunos os seus espectadores. Lembro-me ainda, e não tenho orgulho disso, Leonardo muito menos, que, certa feita, o Teórico, vendo-me debruçado sobre a “Montanha”, dirigiu-se até mim, e fez a seguinte pergunta: Esse livro não é muito complicado para você, não, meu filho? Eu respondi: Humm, mas eu tento professor. Passados dois anos voltei à leitura de mais uma obra de Thomas Mann, mas dessa vez, e juntamente com o término da leitura, a certeza de que, se me fosse feita a pergunta anterior, a resposta teria sido diferente: Sim, Doutor Fausto é muito complicado para mim (ainda).

Há um ano comprei o livro O Poder Simbólico, de Pierre Bourdieu, e lembro-me...

Para saber mais acesse:
http://catalisecritica.wordpress.com/2010/08/18/doutor-fausto-thomas-mann/#comments
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Gley 30/11/2009

Muito extenso para o que tem a dizer.
Thomas Mann, neste livro, parte de um pressuposto interessante (para a época, hoje está batido): uma releitura do tema de Fausto e seu pacto com o diabo inseridos em um período histórico recente.

O problema do livro consiste no timing do autor, que conta a história de maneira morosa, ao estilo alemão vigente (anos 40). O contraponto entre uma Europa conturbada (principalmente na Alemanha) e a alegoria do acordo com o demônio ficam evidentes em menos de um quarto do romance, e daí as idéias que são desenvolvidas não são suficientes para manter a atenção do leitor, haja vista que o desenrolar da trama parece bastante previsível.

Parei de ler na metade, para quem quiser ir além, boa sorte. Se a conclusão valer a pena, é favor me informar para que eu possa tentar de novo com mais esperança.
Tizo 07/12/2012minha estante
A melhor parte da obra é justamente a segunda metade. Acho que o livro cobra do leitor muita atenção na primeira metade e devolve uma história surpreendente na segunda parte. O capítulo da conversa com o demônio é sensacional.


andré 13/04/2013minha estante
Cara, vc deixou escapar toda essência da obra. Primeiro Mann não faz um releitura do Fausto, ele cria um Fausto totalmente oposto aos modelos originais. Segundo, o timing dele em não está de acordo com os da sua época, porque a sua época foi marcada justamente pela busca de uma forma de expressão, então não existia um sistema definido em nenhuma arte. E a forma morosa, a forma lenta, é proposital, justamente para ironizar o intelectualismo e racionalismo da época, que é o que o autor faz, alem de concentrar no campo do monologo, que ao mesmo tempo é dirigido ao narrador e ao leitor (o que é muito foda) a trama. E precisa ser longa, pq o romance platônico homossexual na obra é um pano de fundo para o verdadeiro tema: a decadência da Alemanha Nazista. A parte realmente difícil da obra é só a da teoria musical, que permeia a obra inteira, mas mesmo isso tem um motivo, que é a ironização de uma época, como já disse. A história de um livro é só 50% da obra, o que torna literatura arte é o elemento plástico, o trabalho com a palavra, aquilo que vc chamou de batido em um autor cuja primeira peculiaridade é a inovação paradoxal, no sentido que ele jamais abandonou a natureza romanesca clássica.




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