Sabrina758 01/08/2023
Tratando sobre assuntos delicados e inerentes a todos nós - como transição para a vida adulta, sonhos e expectativas x responsabilidade e sobrevivência, relacionamentos, autonomia e angústia, em Solanin acompanhamos o casal, Taneda e Meiko, desbravando a cidade grande e tentando se encontrar em meio às dificuldades, arrependimentos e o conforto que um traz ao outro, enquanto sentem que precisam recuperar algo que foi perdido, mas não sabem exatamente o que.
Além disso, temos povs do grupo de amigos deles, que também passam por questões similares, cada um com as suas próprias faltas e realizações. Como uma pessoa na mesma faixa etária, me identifiquei com os dilemas e dores dos personagens aqui, e acho que falamos muito pouco sobre a crise dos 20. Essa sensação de estar perdido ou não saber exatamente o que quer fazer, se deve ou não arriscar e ir atrás dos sonhos, ou continuar naquele emprego meia boca que traz o sustento, são alguns dos conflitos presentes no mangá.
Algumas das coisas que mais achei interessantes foram as críticas sociais e as reflexões sobre o mercado de trabalho, capitalismo e automatismo que vivemos e, às vezes, nem reparamos que só estamos replicando as coisas de forma robótica sem sentir qualquer tipo de prazer ou conexão com o que estamos fazendo.
A relação da Meiko e o Taneda é tão real e crua que dói. Mesmo estando felizes um com o outro, as batalhas internas que cada um trava e os mal entendidos acabam interferindo o tempo todo. Entretanto, do jeitinho deles, continuam tentando fazer dar certo pois sabem que, de todas as questões que têm na vida, estão certos de que querem estar um com o outro.