A Ascensão da Casa dos Mortos

A Ascensão da Casa dos Mortos Lemos Milani




Resenhas - A Ascensão da Casa dos Mortos


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Davi.Paiva 23/10/2022

Regular
Link Amazon: https://amzn.to/3smCQY9

Este é mais um livro da minha coleção que quis ler antes de vender o meu exemplar. Mas como o obtive em uma feira literária como produto de doação e tenho uma regra de nunca vender o que ganhei (doar, sim. Vender, não), tive que mudar de ideia.

Geralmente eu começo elogiando o trabalho de uma editora pela escolha do papel, fonte, ilustrações e capa. Mas no caso de "A Ascensão da Casa dos Mortos", não vai rolar. Para um livro cujo título já fala sobre uma casa, a imagem de uma estátua não diz muita coisa. E as imagens internas também não ajudam. E para piorar, por mais que seja ecologicamente correto usar um papel reciclado, acho que ele não casou com a proposta do livro. Um ponto a menos.

E sobre o conteúdo?

A abertura não é das melhores por não despertar nenhuma emoção no leitor. Todavia, continuei para ver até que ponto iriam e como os personagens iriam parar na tal casa. E embora houvesse motivações (quererem passar mais tempo com o patriarca vítima de um AVC e a madrasta precisar de um espaço amplo para realizar uma festa), não me senti a vontade ao ver que tal casa foi escolhida. Em vários momentos a casa é criticada por ter uma estrutura precária e sua arquitetura irregular mostra o quanto os personagens estão desconfortáveis. Então não consegui pensar em como eles ficaram ali por tanto tempo.

E por falar em "eles", o excesso de personagens e mal desenvolvimento de alguns me deixaram um pouco cabisbaixo com a obra. Na casa temos a protagonista (filha do adoecido), seu irmão, seu pai, sua futura madrasta, sua prima, a empregada, a filha da empregada e um fisioterapeuta. A garota carrega traumas de ter perdido um namorado em um acidente de trânsito e ainda sente falta da mãe. Todavia, tudo isso só é apresentado quando convém ao roteiro. E sem contar que de tudo de sobrenatural que ocorre na casa, só os jovens (garota, irmão e prima) ficam sabendo.

E por falar em eventos sobrenaturais... eu as achei muito ruins. Um ataque era um sonho, um problema se resolve apenas correndo, ora a casa inteira parece ser um lugar ruim e ora um livro na casa é o centro de toda maldade e ora um barco aparece em um lago no terreno da casa (?!) de onde sai toda a maldade... sem contar uma fonte que alegam ser o coração do mal da casa, mas que não é de fato.

Tudo isso culmina em colocar personagens em perigo para só serem concretizados no final. Até lá, um massacre põe fim a tudo e as mortes que poderiam ser mais sentidas gradualmente foram todas colocadas no final.

Escrever terror é difícil. Em um mundo como o nosso, onde a TV e jogos se valem de recursos multimídia para aumentar o medo do público, é muito difícil fazer o medo voltar à sua fonte original que eram as narrativas. Todavia, não consigo passar pano para "A Ascensão da Casa dos Mortos" e o classifico como um produto regular e que poderia ser muito melhor com um excelente planejamento que poderia ir da capa ao modo como foi publicado (até uma planta do terreno e da casa facilitaria algumas visualizações) e estrutura de roteiro.

Sem mais.
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Michelle França 28/10/2020

Não perca seu tempo.
A história tinha tudo para dar certo, embora eu tenha odiado, os nomes dos personagens são horríveis você se confunde o tempo todo quem é quem.
Saber que o autor desperdiçou toda essa renca de personagens para uma história acabar como acabou de uma forma tão lixo simplesmente o que eu percebi aqui que o autor chegou no momento que ele mesmo não queria mais escrever porra de livro nenhum e decidiu dar o final mais bosta que ele poderia dar para um personagem da literatura.
Não perca o seu tempo.
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João 10/12/2016

A Ascensão da Casa dos Mortos é um dos poucos livros que existem sobre um dos meus temas favoritos de leitura:casa assombrada.Por isso iniciei a leitura cheio de expectativas.
A primeira parte do livro onde é apresentada ao leitor a vida dos personagens foi um pouco maçante.Mas com a chegada a Mansão Morrison as coisas começaram a ficar interessantes.Depois disso o livro seguiu bem,gostei das partes onde aparecem os fantasmas e coisas estranhas acontecem.Porém algumas partes são um pouco confusas.Apesar disso,achei um bom livro sobre casa assombrada.Não sou crítico literário e apenas opino sobre o que eu gosto e o que não gosto.Sem querer fazer comparações,apenas fazendo uma colocação,esse livro me agradou mais que o clássico A Assombração da Casa da Colina(Shirley Jackson).São autores diferentes,cada um com seu estilo,cada um em sua época mas ainda assim A Ascensão da Casa dos Mortos me prendeu mais à leitura.Mas isso é uma questão de gosto e essa é a minha opinião.Enfim,vale a pena ler esse livro pra quem gosta do assunto.
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Isabele 01/09/2016

A mansão e seus segredos.
O que aprendi com o livro: Aprendi a gostar de livros de terror e assim iniciou meu amor por leitura.

Tudo começou quando a família Weisberger Albuquerque dos Anjos foi para a casa. Ninguém tinha ideia do que estava por vir e nem como tudo terminaria.
Alexandre, além de ser o pai de Julieta e Santiago, era um juiz muito viciado em seu trabalho, mas o excesso de trabalho, o que deixou-o extremamente estressado, lhe causou um AVC. Samara, sua noiva, sugeriu que fizessem um passeio em família, já que Alexandre estaria de licença medica, para que ele descansasse e para passarem um tempo juntos.
Alexandre, Samara, Julieta, Santiago, a prima Lindsay, a empregada Tábita e sua filha Victória e o fisioterapeuta Paulo passariam as férias em uma mansão. Ninguém sabia o que estava por vir e como terminaria.
Ao chegarem a Mansão Morrigan foram recepcionados por um dos proprietário do casarão, onde ocorreria também a festa de aniversário de Samara no final dos 15 dias que passariam lá. Ele fez uma excursão pela casa inteira, por dentro e por fora.
Passando os dias - que são divididos por capítulos - Santiago, Julieta e Lindsay começam a vivenciar coisas horrorosas e assustadoras na mansão. Mas por que só eles?

A cada capítulo você se envolve mais na história, qualquer coisa que acontece com a personagem acontece com você. Comece a leitura e conheça a misteriosa mansão e seus segredos.
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Leitora Viciada 22/08/2014

Um livro inteligente feito sob medida para os fãs de terror e suspense. Casa assombrada é um assunto que sempre instiga e amedronta; causa curiosidade e temor. No caso de A Ascensão da Casa dos Mortos todas essas sensações estiveram presentes durante a leitura. A ascensão da Casa dos Mortos possui muitos fatores misteriosos, fazendo dele um livro único.

O terror é explícito, com acontecimentos macabros, sobrenaturais e rodeados de sangue - perigo físico e letal. Não espere por fantasmas bobos que apenas assustam e nada fazem às suas vítimas de forma direta. Na mansão Morrigan existem muito mais que simples espíritos, é uma força muito mais impactante. Eles ferem, torturam e matam;
O terror é psicológico, já que as personagens sofrem, ficando presas numa sinistra rede sequencial de desespero, horror e dúvida. O sofrimento torna-se enlouquecedor, atingindo-as em mente e não apenas em corpo.

Apesar de o autor ser jovem e iniciante, ele possui maturidade na forma de escrever e o mais importante: possui personalidade.
Através do uso de palavras variadas, de vários sinônimos que deixam o texto agradável e pouco repetitivo ele consegue detalhar minuciosamente os cenários sem se perder em pormenores dispensáveis.
Possui talento, criatividade e objetividade, pois aborda um tema clássico transformando-o numa história de terror moderna que valoriza o que o gênero traz de melhor: medo e desespero.
As cenas por ele descritas são de simples visualização, fazendo o leitor imaginá-las rapidamente e enxergar cada canto obscuro da casa.

Para ler toda a resenha acesse o Leitora Viciada.
Faço isso para me proteger de plágios, pois lá o texto não pode ser copiado devido a proteção no script. Obrigada pela compreensão.

site: http://www.leitoraviciada.com/2012/08/a-ascensao-da-casa-dos-mortos-de-lemos.html
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Victor 06/02/2014

A qualidade da impressão e diagramação é impecável...

Mas a história...

A Ascensão da casa dos mortos tem como premissa um enredo básico para histórias de terror: uma família vai para uma mansão antiga, mas assim que se instalam começam a acontecer coisas estranhas ... Acho que todos nós já vimos isso em algum lugar, não?

Até aí tudo bem, um tema batido pode ter uma nova cara se for escrito com sabedoria e originalidade de eventos. Mas isso não ocorre aqui.

A primeira parte do livro (que por si só já é pequeno) foi totalmente desnecessária durante todas suas mais de sessenta páginas. Somente serviu para apresentar os personagens através de diálogos inúteis e enfadonhos. Nesta parte, foi evidenciado o caráter duvidoso dos personagens. Como exemplo, os protagonistas eram ricos e pelo que percebi sentiam "pena" de um outro que era mais pobre que eles.

Sem me atentar a detalhes éticos (pois cada um tem a sua), percebi que tudo foi focado nos diálogos e nas ações mundanas. Detalhes que não são relevantes à história são o que mais "preencheram" o livro, tais como discussões sem sentido entre irmãos.

Agora quando era chegada a hora dos acontecimentos que eram para ser bizarros, o autor se perde totalmente no que está escrevendo. Ele começa uma frase com um personagem num lugar, mas interagindo com objetos de outro, sendo que estava em um local completamente diferente. É como se dissesse: "Ele pegou o telefone da sala e puxou-o do gancho da árvore, então virou-se e atirou-o na água do lago da floresta e viu a pedra afundar na fonte da juventude de OZ...". Confesso que muitas vezes fiquei perdido e creio que o autor também (deve ter dito para si mesmo: Ah... Deixa assim, vai...).

Ele criou alguns detalhes, mas sequer se lembrou deles no final do livro. Eu esperava que todas as "esquisitices" e contradições tivessem um propósito no final, mas o único propósito que tiveram foi para confirmar a falta de estrutura do livro.

Há cenas em que ele apela para a sexualidade excessiva e totalmente desnecessária. Outras no entanto ele ainda cita na fala de um personagem que aquilo não é um filme de terror clichê no qual a mocinha levanta de noite para ver um barulho estranho na casa.

Mesmo sendo exatamente o que ela faz constantemente.

Por fim, com uma linguagem fraca, morosa nos diálogos e confusa nos "eventos sobrenaturais", o livro foi um total desgosto. Há críticas afirmando ser uma escrita inteligente, contudo, não vi traços disso durante todas as suas 223 páginas.

Creio que para o autor faltou um pouco mais de leitura para perceber como desenvolver uma história.
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W Nascimento 09/12/2012

Uma ótima estréia
Uma mansão antiga, imponente, luxuosa, situada em uma região afastada do Rio de Janeiro. Uma família e seus amigos que resolvem passar férias nela. Um mal secreto que habita as paredes do lugar e é despertado pela presença de uma personagem específica. Tais atributos poderiam significar que “A ascensão da casa dos mortos” de Lemos Milani não passaria de uma versão tropical de “O iluminado” de King. Contudo, fico feliz em dizer que, apesar das semelhanças, a obra brasileira consegue acertar em pontos que nosso ilustre americano deixou a desejar.
(Antes de começar a falar da obra em si eu preciso sinceramente fazer um comentário com relação à qualidade da edição. Digo isso, pois fiquei verdadeiramente impressionado com o trabalho que a editora Estronho dedica a suas obras. A impressão, a diagramação, a revisão e a capa são exemplares, e muitas editoras brasileiras deveriam aprender com ela.).
Enfim, retornando desta breve digressão, devo dizer que “A ascensão da casa dos mortos” é um livro bastante interessante, com uma história dinâmica e atraente. Com personagens bem brasileiros, com características diversificadas e pessoais. As cenas de terror são muito bem escritas e – fazendo ponte com a obra de King – não se perdem em cenas fantasmagóricas sem sentido. O livro é bem dosado, entre momentos de frisson insano e outros de reflexão e enredamento. E também há uma forte dedicação do autor em nos apresentar este mundo maléfico que permeia a casa, mostrando-nos as causas e origens de tanto mal, mesmo que de forma um tanto quanto corrida, mais ao final da obra.
Como ponto a chamar a atenção, saliento que o livro peque com relação a seus personagens. Há, na verdade, um excesso deles, pois a história, muito centrada em Julieta, Santiago e Lindsay, acaba por excluir muitos outros de uma maior participação. E alguns deles parecem estar ali apenas para converter oxigênio em gás carbônico. Todavia, nada que desmereça o trabalho.
Neste sentido, recomendo a leitura de “A ascensão da casa dos mortos”, que demonstra muito bem o talento de Lemos Milani. Sua genialidade, todavia, é mais impactante em seus textos curtos, como os poemas e contos inseridos dentro do romance. E por conta disso, acredito que esses sejam os gêneros de texto mais fortes do autor.

Willian Nascimento.
Autor dos livros "O Véu" e "De Corpo e Alma"
Esta e outras resenhas você encontra em:
http://pordetrasdoveu.blogspot.com.br/
Promotor 02/01/2013minha estante
Não acho que os outros personagens sejam considerados "excesso", nem muito menos que estejam na obra, para transformarem oxigênio em gás carbònico. Acho que todos eles foram muito bem apresentados pelo autor, tiveram seus momentos na trama, mas os personagens principais da história são Julieta, Santiago e Lindsay.
Assim, como em qualquer obra de ficção, seja em livros como em filmes, há uma pluralidade de personagens, Lemos Milani soube bem amarrar cada um deles, na medida em que o livro não pudesse se tornar monótono e pobre! E não falo que ele quis encher linguiça, pois, novamente ressaltando, cada personagem teve seu momento na história.
Willian, não conheço suas obras, não tive a oportunidade de ler, mas acho que seu comentário sobre o "excesso" de personagens foi infeliz.
Aliás, também foi infeliz seu comentário sobre o fato de que a genialidade de Lemos ser mais impactante em textos curtos, uma vez que esta obra (A ascenção da casa dos mortos) foi a primeira publicada do talentoso escritor. E essa genialidade incomum e inigualável você terá a honra de perceber quando outras obras (que eu já pude antecipadamente ler) estiverem disponíveis ao público!


W Nascimento 03/01/2013minha estante
Olá Promotor. Bem, em primeiro lugar, em nenhum momento falei que o autor queria "encher linguiça". Pelo contrário, pois um de meus comentários com relação a obra foi justamente que as passagens "não se perdem em cenas fantasmagóricas sem sentido. O livro é bem dosado, entre momentos de frisson insano e outros de reflexão e enredamento". O que disse sim foi que alguns personagens foram menosprezados, pois tiveram pouca participação em um ambiente em que só havia eles. E quando me referi a "trocar oxigênio por gás carbônico", usei de uma figura de linguagem, que logo, não deve ser levada ao pé da letra. Não quis ofender ninguém. E por último, quando falei que acho Lemos genial em textos mais curtos, digo isto com propriedade, afinal, além de ler os poemas e contos que estão disponíveis no próprio "Ascenção da casa dos mortos", também tive acesso a dois de seus contos publicados na coleção sete demônios, da editora estronho. E torno a dizer, como romancista, Lemos é bom, como contista ou poeta, é genial. Algum problema em ser bom?


Promotor 04/01/2013minha estante
Olá Willian. Bom, não quero criar nenhum debate, uma vez que interpretação de texto acaba por ser pessoal.
Mas quero dissecar aqui que, em momento algum eu mencionei que você disse que o autor quis "encher linguiça", uma vez que estava me referindo ao que eu mesmo comentei com relação a cada personagem. Também quero ressaltar que, durante meu comentário, não deixei explícito (nem implícito) que você ofendeu alguém.
Eu apenas discordei do fato de que os personagens tiveram pouca participação, uma vez que ali, apenas os três principais (Lindsay, Julieta e Santiago)conseguiam vivenciar as cenas horripilantes e fantasmagóricas. Para os outros, a casa era apenas uma casa. Não tinha por que haver mais participação deles.
Pra finalizar, não há problema nenhum em ser bom, isso é a sua opinião. Porém pra mim, ele é ótimo apenas pelo simples fato de ser sua primeira obra!
Mas enfim, como você é um escritor, com obras publicadas, como "o véu"...obra essa que eu ainda não li (apenas a resenha que vc mesmo fez), e eu apenas um mero leitor, acredito que tenha mesmo mais propriedade para falar sobre a genialidade dos escritores.
No mais, tudo de bom pra você! Abraço!


W Nascimento 04/01/2013minha estante
Pelo contrário, não se menospreze. Não é o fato de eu já ter escrito um livro que me coloca em um patamar elevado e me permita fazer uma crítica melhor que outra pessoa. Nem torne a dizer uma barbaridade dessas. Você tem todo o direito de discordar de mim. E como assim não quer criar nenhum debate? A crítica serve exatamente para isso, para por em dialogo opiniões divergentes, que se contestes e, assim, se complementem. Assim como você discordou de minha crítica, eu discordei de seu comentário e isso é o melhor que podemos fazer pelo livro de Lemos, pois quer dizer que ambos nos demos o trabalho de ler com atenção e criar interpretações sobre o mesmo. Lemos, como um autor maduro, vai entender nossas divergências. O que podemos de melhor fazer por a "Ascenção da casa dos mortos" é sermos sinceros, assim como desejo que todos os que leram "O véu" sejam para comigo. Pois só assim seremos justos com a obra e com os autores que dedicaram seu trabalho para nos entreterem.




danilo_barbosa 24/10/2012

Onde reside o terror
Veja mais resenhas minhas no Literatura de Cabeça:
http://literaturadecabeca.com.br

Entre sussurros à meia luz, sombras desconcertantes e uivos misteriosos, venho lhes cumprimentar... Agora é hora de nos arrepiarmos com aquela respiração desconcertante, tremer diante daqueles olhares vindos do além-túmulo e revirar-se na cama.

Vamos falar de terror! Isso aí, minha gente!
Eu, como fã inveterado do gênero, não poderia deixar de falar desse tipo de leitura, que mexe com os meus brios (quando é bem feito, é claro!). Quando eles ganham o seu espaço no meu coração, como meu mestre King, tento devorar tudo que aparece na minha frente. Principalmente, quando os limites ultrapassam todos os nossos parâmetros do sobrenatural.

Afinal, criar uma verdadeira trama de terror não é para muitos...
Isso porque para fomentar uma boa trama, aquela que, ao mesmo tempo que nos faz dormir de luz acesa e alimenta os monstros sedentos que estão no nosso armário, não é necessário criar monstros sanguinolentos, decapitações e jorros de sangue... É necessário o clima ideal, sombrio e aterrorizante, que tanto fascina os leitores do gênero.

Tem que ser muito bom para saciar a minha sombra...
E hoje posso, finalmente, falar que temos, entre os nacionais, autores capazes de nos levar com precisão à este clima. E mais ainda, me levanto da minha cadeira e bato palmas para Lemos Milani, que em sua primeira incursão ao mundo literário, me arrebatou com a maestria com que criou A ascensão da Casa dos Mortos (Estronho, 223 páginas).

Uma mansão na região serrana do Rio de Janeiro, uma família que faz uma viagem de férias para que Alexandre, o patriarca da família se reestabeleça de um derrame, uma viagem para que seus filhos, Julieta e Santiago, tenham mais contato com a sua "futura madrasta", Samara. Um passeio também para que Lindsay, a sobrinha de Alexandre, saia do ambiente maçante que vive com os pais.

Todos estes ingredientes, unidos, levam o leitor a uma espiral de horror. Confrontados pelo poder da casa, Julieta, Santiago e Lindsay são assombrados cada vez mais pela mesma e, juntos a eles, nos tornamos prisioneiros do ambiente gótico que a casa nos joga, como em uma montanha russa sem freios. A Mansão Morrigan, com seus jardim labirínticos e estátuas pagãs rondando a casa, é um cenário vivo, capaz de nos surpreender em cada página...

Sente-se premente nas obras a agilidade e descrição dos mestres modernos do gênero, como King, Straub e Koontz, mesclando ao gótico das grandes obras vitorianas. Apesar de cenas verdadeiramente chocantes, como espíritos que abrem seus corpos, pessoas que vomitam aranhas ou corpos que se esfacelam, nada é esdrúxulo ou apelativo. O leitor é um convidado da obra a conhecer as suas entranhas e descobrir o lado sombrio deste universo fantasmagórico, dando o clima ideal para a obra, como poucos jovens autores sabem redigir.

A tensão crescente é um dos pontos-chave da trama e no final, caminha para um banho de sangue digno de "Carrie, a estranha", como nunca tinha visto em um livro nacional. O que mais me cativou é que você não vê fórmulas prontas ou ideias descabidas. Tudo é direto, tem sentido e se explica, dando os pontos necessários para este belíssimo espécime de terror.

O acabamento da Editora Estronho, em si, já é uma maravilha à parte. Desde a capa até os divisores de capítulos... Tudo nos leva e nos mergulha a intensidade que precisamos, com terror inteligente, na medida certa.
Não queira saber mais... Mergulhe nesta viagem como eu fiz... E veja o mundo da mesma forma, se for capaz.
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Literatura 23/10/2012

Onde reside o terror
Entre sussurros à meia luz, sombras desconcertantes e uivos misteriosos, venho lhes cumprimentar... Agora é hora de nos arrepiarmos com aquela respiração desconcertante, tremer diante daqueles olhares vindos do além-túmulo e revirar-se na cama.

Vamos falar de terror! Isso aí, minha gente!
Eu, como fã inveterado do gênero, não poderia deixar de falar desse tipo de leitura, que mexe com os meus brios (quando é bem feito, é claro!). Quando eles ganham o seu espaço no meu coração, como meu mestre King, tento devorar tudo que aparece na minha frente. Principalmente, quando os limites ultrapassam todos os nossos parâmetros do sobrenatural.

Afinal, criar uma verdadeira trama de terror não é para muitos...
Isso porque para fomentar uma boa trama, aquela que, ao mesmo tempo que nos faz dormir de luz acesa e alimenta os monstros sedentos que estão no nosso armário, não é necessário criar monstros sanguinolentos, decapitações e jorros de sangue... É necessário o clima ideal, sombrio e aterrorizante, que tanto fascina os leitores do gênero.

Tem que ser muito bom para saciar a minha sombra...
E hoje posso, finalmente, falar que temos, entre os nacionais, autores capazes de nos levar com precisão à este clima. E mais ainda, me levanto da minha cadeira e bato palmas para Lemos Milani, que em sua primeira incursão ao mundo literário, me arrebatou com a maestria com que criou A ascensão da Casa dos Mortos (Estronho, 223 páginas).

Veja resenha completa no site:
http://www.literaturadecabeca.com.br/2012/10/resenha-onde-reside-o-terror.html
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Cristiano Rosa 09/09/2012

Diário CT: A Ascensão da Casa dos Mortos
Um derrame cerebral por excesso de trabalho faz com que o juiz Alexandre tenha que se afastar do seu trabalho. Por sugestão de Samara, sua noiva, eles e os filhos Julieta e Santiago, acompanhados da prima Lindsay, da empregada Tábita e sua filha Victória, e do fisioterapeuta contratado para o tratamento Paulo, resolvem passar uns dias em uma casa na serra do Rio de Janeiro.

É assim que começa o livro A Ascensão da Casa dos Mortos, do jovem Lemos Milani, publicado recentemente pela Editora Estronho. A obra, dividida em um prólogo e três partes, tem 224 páginas e uma diagramação instigante e bem ilustrativa à trama, toda feita em papel reciclado.

O lugar chama-se Mansão Morrigan – uma moradia grande, cercada de altos muros, arbustos de flores vermelhas, portão de ferro e com muitas estátuas no seu interior – e cada um dos 15 dias que os visitantes ficam lá é contado separadamente ao longo da narrativa. O local atiça todos os sentidos dos moradores; visões, odores, gostos, vozes e barulhos começam a perturbá-los desde o primeiro dia, mas a uns mais do que os outros.

Motivados pela curiosidade em conhecer todos os aposentos e o que cerca a misteriosa mansão construída em 1853, os então moradores partem em busca do desconhecido, descobrindo passagens e paisagens que ao mesmo tempo que encantam, aterrorizam. Lembranças de um passado triste voltam e atormentam alguns personagens, assim como acontecimentos que já não se sabem mais se são reais mesmo ou apenas frutos da imaginação deles.

Os dias passam e Julieta, Lindsay e Santiago percebem que há uma energia diferente naquela casa, sentem mais que os outros que algo de estranho está ali. Vozes, vultos e criaturas os perseguem naquela casa viva, que respira e comporta muito mais do que todos possam imaginar. O tempo e o espaço se confundem, as dimensões naquele terreno fazem os personagens sentirem-se perdidos, sozinhos.

Medos, loucuras, gritos, mortes, sangue, pesadelos, perigos e dores seguem pelas páginas do livro enquanto o trio tenta desvendar o mistério que assombra a mansão. Os dias passam e a agonia aumenta, a narrativa aumenta a intensidade gradativamente, transformando o silêncio e a escuridão em elementos mais que sombrios. Aos poucos os irmãos e a prima descobrem sobre a criadora das estátuas e seu herdeiro, fortemente ligados aos acontecimentos macabros.

Algumas passagens realmente atormentam, como quando Lindsay cospe uma aranha no pomar, Julieta vê e sente sangue jorrando na fonte do lago, Santiago presencia uma garotinha cortando os pulsos e um corpo pegando fogo, tudo contado com detalhes. O último dia, que era para se celebrar o aniversário de Samara com uma festa grande, torna-se um verdadeiro banho de sangue.

A obra cumpre – e muito bem – o seu papel como ficção de terror, com uma narrativa em tons originais, estabelecendo uma ótima conexão com o leitor. Oferece momentos tensos e cenas de horror impactantes, com uma descrição em palavras na medida certa pelo autor. Apostei na leitura do exemplar e fiquei realizado ao terminá-la; as trevas de A Ascensão da Casa dos Mortos convencem e propiciam um mergulho num mundo que perturba e agrada ao mesmo tempo.

Fonte: http://www.blogcriandotestralios.com/?p=18427
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Leitor Cabuloso 07/09/2012

Descobrir um autor nacional talentoso é uma coisa boa e descobrir um autor nacional de terror é uma coisa muito boa.

A Ascensão da Casa dos Mortos me fez passar por essa ótima descoberta.

Conhecemos a rica família Albuquerque dos Anjos, tendo como patriarca o juiz Alexandre, juntamente com os dois filhos: Santiago e Julieta, ambos na faculdade. Alexandre é viciado em trabalho e chegou no ápice do estresse o que lhe causou um AVC. Diante do fato de não poder mais trabalhar e precisar freqüentar um fisioterapeuta, os filhos de Alexandre ficam preocupados com a reação do pai.

A solução vem da noiva do juiz, Samara. O mês de férias está chegando, então um passeio em família seria o ideal. Um lugar isolado, longe do barulho e movimento da cidade e com uma baita festa no final dos 15 dias.

Santiago e Julieta não gostam muito da futura madrasta, mas concordam para o bem do pai. Samara se prontifica a pagar um fisioterapeuta para acompanhá-los durante a estadia. Ela tem dificuldades em conseguir um local apropriado para as férias, mas no final consegue a casa perfeita.

Todos então viajam para o interior do Rio de Janeiro, incluindo Tábita, a empregada da casa que já é considerada da família, sua filha, Lindsay a prima de Julieta e o fisioterapeuta Paulo.

Só que a casa não é como imaginaram… ela é linda, espaçosa, com esculturas, um pomar, um lago, parece perfeito… só que Lindsay, Santiago e Julieta passam a presenciar o horror no local e por algum motivo, somente os três são importunados.

Os aspectos de terror foram muito bem utilizados no livro. Aquelas cenas em que você acha que está tudo bem e de repente tudo desanda. A partir do momento em que pisam na casa, tudo fica muito tenso. Os acontecimentos levam os três adolescentes à loucura o que resulta no final trágico.

O ápice da história, onde o mistério é revelado – por que só os três, Julieta, Santiago e Lindsay vêem coisas na casa? – foi uma surpresa para mim. Não esperava que terminasse dessa forma. A história da casa e os motivos para os acontecimentos foram bem estruturados.

Pode ser impressão minha, mas eu senti influência de grandes autores durante a leitura, como King, Poe ou Rowling o que é uma coisa muito boa. Não que certa passagem está muito parecida com alguma obra desses escritores, mas a forma de narrativa e como o terror é passado me fizeram lembrar desses nomes.

Vamos poder tirar essa dúvida na entrevista com o Lemos.

Após a chegada na casa, o livro é dividido em dias e isso nos ajuda a perceber o quanto as coisas vão piorando. Ele é dividido em três partes e no início de cada uma delas temos um poema macabro pra nos inserir ainda mais no clima.

Se você é fã de terror e suspense como eu e gosta de ver escritores brasileiros explorando esse tema, A Ascensão da Casa dos Mortos é altamente recomendado.



“Sentiu um arrepio súbito ao ser atingida por uma corrente de ar frio. Ao olhar para trás, no final do corredor estreito, diante da porta do quarto de Alexandre e Samara, viu Lindsay sorrir e entrar em um dos cômodos.

Alívio. E como o alívio pareceu forte. Não esperava algo ruim, na verdade, não tinha ideia do que esperava, apenas temia pelo ato de temer. Podia retornar sem problemas a ida até o quarto.

No andar de baixo, Lindsay conversava com Santiago.”
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