À Sombra das Chuteiras Imortais

À Sombra das Chuteiras Imortais Nelson Rodrigues




Resenhas - A Sombra das Chuteiras Imortais


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Darllan.Senna 10/01/2023

Nelson Brasil
Ao final dessa leitura um misto de sentimentos se apossava da minha alma: o primeiro de reverência a brilhante capacidade de Nelson Rodrigues em sintetizar de forma histórica e literária a jornada do Brasil de 1958 até 1970, bem como do futebol carioca de sua época. O texto é um espetáculo, sua capacidade é ampla ao enxergar os acontecimentos como uma grande e poderosa epopéia onde nada é por acaso e todas as coisas se unem a condição humana.

O segundo sentimento é uma espécie de "déjà vu" quanto a descrição de algumas dessas situações. A história não se repete, mas com frequência ela rima. Essa sensação me persegue ao concluir essa obra. Nelson percorre as entranhas da alma do brasileiro; isso confere uma atualidade atemporal ao seu texto.

Por mais que se possa tentar dizer o contrário, a sensação é que a relação do brasileiro com sua seleção não mudou tanto assim.
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SamuellVilarr 25/02/2022

Á sombra das chuteiras imortais, Nelson Rodrigues.
Neste compilado de crônicas futebolísticas, Nelson Rodrigues detalhe seu olhar aguçado e transcental atribuído ao futebol, comenta e descreve os lances, os gols, as peripécias dos jogadores com minúcias e uma expressividade que ilumina e traz a tona uma noção de vislumbre nas características do futebol, sobretudo o brasileiro, o qual tanto prezava e admirava. Tudo isto sob o estilo primoroso e preciso de um grande observador diário, em que pelas ocorrências do futebol como a copa e precisamente alguns jogadores específicos como Pelé, denota aspectos de preciosidade nisto tudo, suas crônicas são espetaculares, indispensável.
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Rafael Castro 10/08/2020

Crónicas de futebol do gênio Nelson Rodrigues, com toda sua universalidade e dramaticidade
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Cheiro de Livro 13/06/2018

À Sombra das Chuteiras Imortais
O primeiro texto que li de Nelson Rodrigues foi a coluna “Dragões de Espora e Penacho” é a coluna dele sobre a vitória da seleção brasileira na Copa de 1970. É impossível não se apaixonar por futebol lendo os textos de Nelson, tudo é épico, heroico e glorioso, uma leitura perfeita na semana em que a Copa da Rússia começa. “À Sombra das Chuteiras Imortais” compila crônicas de futebol que vai da derrota da Copa de 1950 até o tricampeonato em 1970.

As crônicas de futebol de Nelson Rodrigues são clássicos do nosso jornalismo esportivo o curioso é que ele enxergava muito mal e com isso via quase nada dos jogos que depois tornava espetaculares no jornal. Ler as crônicas é se apaixonar pelo esporte, pela sua imprevisibilidade e encontrar uma certa poesia mesmo na pelada do Aterro. Meu amor pelas crônicas de Nelson cresceu com os textos sobre o Fluminense, é claro, mas pessoas de todos os times pode, com facilidade, se identificar com os personagens criados. O meu preferido é o Sobrenatural de Almeida que entrava em campo para explicar aquela bola que bate nas traves, quica na linha e não entra no gol, que gerava lances inacreditáveis que fazem do futebol o esporte mais popular do mundo.

Foram nessas crônicas de futebol que Nelson cunhou a expressão “complexo de vira-lata” para falar da baixa autoestima dos brasileiros, nas crônicas de futebol Nelson mostra um povo que improvisa, que surpreende os adversários e que, como na final da Copa de 1958, vira o jogo. Alias, esse jogo da final contra a Suécia mostra a importância de Didi, “o príncipe Etíope de Rancho” segundo Nelson, que pega a bola do jogo e vai falando com cada jogador da seleção, o Brasil virou já no primeiro tempo com dois gols de Vavá. O terceiro gol é o mais famoso de todos, o de Pelé com direito a chapéu na área, o 5×2 foi finalizado com um gol de Zagallo. Uma história sobre a final de 1958 que adoro é que quando foi sorteado que a Suécia seria a seleção que usaria o primeiro uniforme, uma camisa amarela, teve um certo pânico na seleção. Nosso segundo uniforme era branco, cor do uniforme que a seleção usava na derrota da final de 1950, foi então que surgiram as camisas azuis, os jogadores foram convencidos que ela daria sorte porque azul é a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida.

Voltando a Nelson, reler essas crônicas e me deparar com frases como “o Fla x Flu começou cinco minutos antes do nada” mostra que mesmo as piores peladas tem sua poesia. Ler Nelson falando de futebol explica um pouco da devoção nacional ao esporte. Nesse mês de Copa do mundo essas crônicas são uma leitura perfeita.

site: http://cheirodelivro.com/a-sombra-das-chuteiras-imortais/
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Fabio Martins 30/07/2015

À sombra das chuteiras imortais
Poucos escritores têm o dom de elaborar um texto conciso, claro e que prenda o leitor até o fim. Escrever crônicas é mais difícil ainda. São pequenas histórias sobre determinado assunto ou personagem. É tão difícil porque exige uma linguagem rebuscada, mais romântica ou literal, a fim de emocionar o leitor.

O jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues tinha esse dom! Trabalhou grande parte da vida como colunista de jornais e revistas, e seus romances e crônicas sempre fizeram grande sucesso no público leitor.

Amante do futebol, do Fluminense e principalmente da seleção brasileira, Nelson Rodrigues sempre gostou de escrever sobre o assunto. Entre os anos de 1955 e 1970, ele escreveu na extinta revista Manchete Esportiva e no jornal O Globo. Esses textos foram reunidos e foram transformados no livro de crônicas À sombra das chuteiras imortais.

Nesses textos, Rodrigues faz ótimas análises do futebol da época, inova com analogias inteligentes e cria termos que são famosos até hoje, como por exemplo, que o brasileiro tem “complexo de vira-latas”, pois já entra em campo derrotado, cabisbaixo e por isso sempre perde no futebol (lembrando que na época o Brasil havia perdido a final da Copa do Mundo de 1950 e deu vexame na Copa de 1954).

Apesar disso, sempre exalta o futebol brasileiro, que chega ao seu ápice no tricampeonato mundial, em 1970, no México. Com uma linguagem atraente e descontraída, Nelson Rodrigues revive o momento mais romântico do futebol nacional.

site: lisobreisso.wordpress.com
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Filipe 04/03/2014

O imortal das chuteiras imortais
As crônicas de Nelson Rodrigues sempre foram recheadas de detalhes e impressionam pela riqueza de informações, ainda mais pelo fato do jornalista não enxergar muito bem. Sempre que ia ao Maracanã para acompanhar os jogos, era preciso de alguém ao seu lado para lhe dar maiores informações sobre os acontecimentos no gramado.

Apaixonado pelo futebol, tema central de grande parte de suas crônicas, Nelson era Fluminense fanático e torcia fervorosamente para o clube de futebol carioca. Além do Flu, a Seleção Brasileira de Futebol também era frequentemente escolhida como tema de seus textos.

Todo o material reunido em À Sombra Das Chuteiras Imortais são de duas fases diferentes de Nelson Rodrigues. As 31 primeiras crônicas foram retiradas de sua coluna para a extinta revista Manchete Esportiva, na qual trabalhou durante quatro anos. As 39 restantes foram escritas durante a sua passagem no jornal O Globo, onde tinha uma coluna diária chamada Às sombras das chuteiras imortais.

As crônicas presentes no livro são retratos de como o escritor e jornalista enxergava o futebol. Os relatos são de fatos cotidianos, principalmente a respeito dos times cariocas e das tardes de jogos no Maracanã. A Seleção Brasileira também foi um assunto bastante descrito no livro, seja pela festa após as vitorias ou pelos grandes jogadores que vestiram a camisa da nossa seleção.

Na crônica “Somos burros, burríssimos”, Nelson Rodrigues detalha bem o clima de Copa do Mundo no Rio de Janeiro, durante o torneio de 1966 e fala da habilidade de Pelé, pelo qual chama de crioulo e compara a outros grandes nomes do futebol mundial.

Nelson sempre, em todos os seus textos, escolhe apenas um nome, e o torna protagonista da crônica. Não necessariamente é um jogador que brilhou, mas sim aquele que chamou mais atenção. Isso não exclui os personagens extra-campo, como o árbitro, os auxiliares, os treinadores e até membros da torcida, que acompanhavam os jogos perto dele. Exatamente por isso, alguns personagens ficaram caricatos como a “Granfina de nariz de cadáver”, que aparece em diversos momentos. Ela se torna um estereótipo de uma mulher, de classe alta, que jamais se envolveu com o futebol, mas acaba acompanhando o esporte através do belo futebol apresentado pela Seleção Brasileira de Pelé, Garrincha e todos os craques da época.

Dentro de campo, geralmente, seus personagens principais eram os jogadores de destaque do fim de semana ou do jogo do dia anterior. Mostrava bem o porquê de o personagem ser o protagonista da crônica, ligando o fato a alguma história anterior. Um exemplo disso é a crônica ““Beau” Yustrich “Geste””, na qual ele compara um capitão do romance de nome “Beau Geste” ao técnico do Atlético Mineiro, que comandou uma virada histórica do time, que representava a Seleção Brasileira, em uma amistoso contra a Iugoslávia.

Os textos de Nelson Rodrigues são um misto de Literatura e Jornalismo. Ao mesmo tempo em que relatava os fatos ou jogos, ele utiliza uma linguagem bastante culta e carregada de adjetivos, dando um ar dramático e poético aos seus relatos. Quase nunca o jornalista se dirige ou dialoga com os leitores, seu texto é direto, conciso e sempre bem detalhado. Ele descreve o evento com muita opinião, e em grande parte delas, Nelson endeusa os craques que se destacavam nas partidas. Sua escolha era cirúrgica e o protagonista do dia era inflado por elogios e adjetivos dos mais diferentes estilos.

Suas crônicas eram narrativas, e em sua maioria, como já foi dito, elogiando determinado jogador ou time. Algumas vezes, fatos do cotidiano da sociedade da época também eram citados, mas sempre ligados ou direcionados ao futebol. Na crônica “Encouraçado de sol”, Nelson Rodrigues começa falando das praias brasileiras no inicio do século XX, a “falta de roupa” e do calor. Por fim, depois comenta sobre os jogos suspensos por causa das altas temperaturas.

Um detalhe importante e interessante - que até mesmo reforça o conhecimento de causa que Nelson Rodrigues detinha sobre o futebol - surge a partir do momento em que ele começa a escrever sobre a Copa do Mundo de 1970. Segundo o próprio autor, mesmo antes do evento ocorrer, o povo brasileiro não acreditava no título mundial. Muito pelo contrário. A grande e esmagadora parte os jornais, críticos e torcedores, pensavam que a viagem do Brasil ao México seria uma empreitada vexaminosa, e indo contra a essa quase unanimidade, Nelson pregava que a Seleção Canarinha era a melhor equipe de todo o planeta e iria trazer o caneco. Quando a competição começou, as previsões dele iriam se reforçando a cada exibição exemplar do grupo comandado por Pelé, Gérson, Rivellino e Jairzinho. Ele aproveitou essa oportunidade para massacrar toda a mídia brasileira que havia criticado o Brasil em outras oportunidades. Quando o tricampeonato aconteceu, ele inflou o seu próprio ego e despachou toda sua revolta contra aqueles que azaravam a Seleção Brasileira. A última crônica do livro, intitulada “Dragões de Espora e Penacho” é a conclusão de todo o enredo da Copa no México. Ficou comprovado ali que Nelson Rodrigues não era apenas mais um cronista da imprensa brasileira, mas sim um grande entendedor do futebol.

Não se sabe como Nelson Rodrigues reagiria se ainda estivesse vivo, assistindo, escrevendo e comentando o atual panorama que se encontra o futebol nacional. Os jogadores de hoje em dia já não possuem mais aquela identidade com o seu próprio time. Não existem mais Garrinchas e Pelés, tanto no quesito qualidade, como na questão de profissionalismo. Um jogador, hoje em dia, passar dez temporadas atuando pelo mesmo time, é quase uma utopia. Sem querer ser saudosista, mas esse era exatamente o charme daquela época. O futebol agora é um objeto da máquina financeira. Um produto de exportação em massa. Nem a Seleção Brasileira encanta mais. É difícil encontrar estádios que se lotam ao ponto de ter pessoas dependuradas nos lustres. Até os palavrões, tão defendido por Nelson na crônica “Bocage no Futebol”, estão com os dias contados nos estádios de futebol. Se ele ainda estivesse vivo, e precisasse sobreviver para escrever do futebol contemporâneo, certamente faria isso com lágrimas nos olhos. O mundo da bola tomou um rumo totalmente diferente daquele que Nelson Rodrigues idolatrava. Seria um desgosto enorme ter que conviver com o futebol de hoje. Feito isso, uma certeza se forma: Nelson viveu no seu tempo. Nasceu para escrever sobre aquela época, e fez isso com total autoridade, destreza e competência. Um gênio.
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Matheus 12/04/2013

A mais reles pelada se torna um épico nos textos de Nelson...
Nelson Rodrigues é genial. Sua visão sobre os mais variados assuntos é sempre interessante, e suas crônicas sobre futebol transformavam qualquer pelada em algo épico. Muitas vezes, ele mal falava de futebol, e sim sobre as incoerências da sociedade, sobre o brasileiro, sobre o eterno complexo de vira-lata, contava “causos”, enfim, usava o futebol como ponto de partida para analisar a sociedade e os costumes como um todo. Infelizmente, em certos momentos, certas crônicas se tornem enfadonhas de se ler, principalmente aquelas que tratam somente dos times cariocas. Mas isso é compensado com as verdadeiras epopeias das copas do mundo, onde acompanhamos jogo a jogo através das palavras desse grande mestre, que tinha uma visão única para cada partida. Sempre com um humor sensacional, nos fazendo rir e repensar. Tenho ainda um ótimo motivo para gostar desse livro, pois como santista, adorei ler as crônicas sobre o santos de Pelé, e toda a reverencia que Nelson tinha ao maior jogador de todos os tempos. Um ótimo livro, mesmo para quem não entende nem se interessa por futebol. Falar de futebol era só uma desculpa para Nelson nos brindar com sua genialidade em seus textos eternos!
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Rui Alencar 04/09/2012

Pag. 47...Numa terra de neurastênicos, deprimidos e irritados, convém ter o macio, o inefável humor dos gordos. A banha lubrifica as reações amacia os sentimentos, amortece os ódios, predispõe ao amor.

Pag.59...De nada adianta o futebol se o homem não presta;

Pag. 80...Não há nada mais relapso do que a memória. Atrevo-me a dizer que a memória é uma vigarista, uma emérita falsificadora de fatos e figuras.
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