Anacrônicas

Anacrônicas Ana Cristina Rodrigues




Resenhas - Anacrônicas


15 encontrados | exibindo 1 a 15


Amy 23/02/2012

INTRODUÇÃO
É um livro curtinho com contos muito interessantes. Começa com um conto sobre o coelho branco de Alice do País das Maravilhas, gostei bastante de muitos dos contos, principalmente o que deixei para o Momento Macchiato.

NARRATIVA
É uma narrativa bem gostosa, pois são estórias distintas e que evocam reflexões bem profundas sobre os temas que os contos agregam. Gostei bastante da escrita da autora, que não deixa com que a trama se perca facilmente. Cada conto tem sua ilustração o que agrada bastante, pois ajuda a ambientar as palavras da autora com mais intensidade.

MOMENTO MACCHIATO
“A tristeza espelhada em sua face ao saber de tudo. O brilho das lagrimas vindas de sua alma. Meu coração doeu de pena de ti, Princesa de Toda a Dor. – pág 17



CONSIDERAÇÕES FINAIS
Leve, cativante e gostoso. Uma leitura boa para uma tarde de férias, essa foi uma leitura que gostei muito. Pois é próxima dos contos de fadas dos quais passei minha infância lendo e me envolvendo. Recomendado para quem gosta de contos desse gênero que agrada tanto adultos quanto crianças.

link para a postagem: http://thislovebug.net/macchiato/41-anacronicas-pequenos-contos-magicos-ana-cristina-rodrigues
comentários(0)comente



Literatura 15/12/2011

Pequenas analogias a fantasia humana
Quando Ana Cristina Rodrigues colocou em seu livro Anacrônicas (90 páginas) o subtítulo Pequenos Contos Mágicos, ela não tem noção do quanto foi feliz com esta colocação. Seus contos, pequenos e plenos de singeleza e mágica, nos remetem a um universo mágico, porém real, de amores fantasiosos, paixões e emoções humanas. Um pequeno exemplar de analogias a beleza, paixão, romance e fantasia.
Seja criando contos baseados em eventos históricos (para mim os melhores do livro), seja reinventando em poucas palavras os contos da nossa fértil infância a autora nos transportas em atos sucintos a ações que vão além do gênero fantástico que tanto lemos atualmente.

O desenvolver das letras é leve e sem palavras elaboradas ou pomposas. Tudo é escrito de uma forma rica, mas de simples entendimento.
E dá para ler rapidinho, que você nem vê passar. Sentei para ler e 1 hora depois encerrava o livro dizendo "Já acabou?".

A autora mostrou para mim que não precisamos de contos extensos para criar emoções e envolver o leitor. Sabendo o que se quer falar, sem atos falhos, consegue-se o desejado.
Bom, como todo livro de contos, vou tentar escolher três como extremamente recomendados nesta obra.
Vamos pensar...

Veja resenha completa no Literatura de Cabeça:
http://bit.ly/eXYpUN
comentários(0)comente



Tibor Moricz 13/06/2011

Lido e comentado.
Terminei há pouco o livro escrito pela Ana Cristina Rodrigues. Vinte e um contos distribuídos por 90 páginas.

Há duas maneiras de encarar essa leitura: a primeira levando em consideração que a autora escreveu o livro sem maiores pretensões. A segunda, aventando a hipótese de que ela esperava com a obra resultados literários mais profundos.

Na primeira hipótese, uma leitura crítica e idônea determinará que a somatória dos contos formam uma estrutura simpática, de leitura amena, porém dificultada por obstáculos de construção.

Na segunda, a mesma leitura crítica condenará o conjunto pela somatória de problemas estruturais, gramáticos, ortográficos e condução narrativa.

Não sei qual das duas devo considerar.

Gostei de alguns contos, como É tarde, Vida na estante (simples, mas legal), Viagem à terra das ilusões perdidas e A casa do escudo azul, cujo cenário me transportou e onde o final surpreendente me fez sorrir. Mas há outros que parecem ter sido retirados da agenda de uma adolescente; são piegas e ingênuos.

Uma revisão realmente criteriosa e leitores beta chatíssimos (não foram o suficiente) teriam dado a esse pequeno livro um empurrão enorme e o transformado numa leitura prazerosa.

Mas é esse o caminho da evolução. Passamos todos por ele, sem exceções. O segundo certamente não apresentará os mesmos problemas e o resultado será muito mais positivo. Vamos aguardar.
comentários(0)comente



Núbia Esther 05/04/2011

Utilizar personagens de Alice no País das Maravilhas para narrar sua própria história? Fazer releituras de momentos históricos, misturar no mesmo balaio distopias, fantasias, lendas mágicas, vagar por uma Terra destruída ou em uma que espera sentada a sua destruição? É o que Ana Cristina Rodrigues nos propõe em seu Anacrônicas. Seu livro é composto por 21 contos que versam sobre os mais variados temas.


Ana trilha caminhos alternativos, fugindo da mesmice monocromática do preto no branco nos mostra que a história é pautada por momentos cinzas também. Os enredos dos seus contos são flexíveis, com a tênue linha que separa antagonistas diluindo-se, o que permite que muitas facetas sejam exploradas e que novos finais possam advir de fatos já deveras batidos.

Em seu pequeno grimório, alguns contos mágicos realmente me cativaram. Por exemplo, o belo conto “A Princesa de Toda a Dor” no qual Ana revisita acontecimentos da época da colonização dos portugueses, uma bela metáfora sobre a luta para manter uma identidade cultural. Ou ainda “A Casa do Escudo Azul”, um conto no qual encontramos uma Terra devastada por uma terceira guerra mundial e que busca resgatar sua cultura, aqui o humor caminha de mãos dadas com a ironia para dar o seu alerta. Em ‘O Baile de Máscaras” a conclusão nua e crua que te deixa com um baita ponto de interrogação pairando sobre a cabeça e as mandíbulas doendo de ficar com o queixo aberto e finalmente “A Lenda do Deserto”, uma belíssima lenda que nada deixa a desejar às histórias que merecem ser narradas ao redor de uma fogueira, simples e original.

Enfim, Ana nos convida a viajar com seus pequenos contos e cumpre seu papel de cicerone muito bem. A viagem que seus pequenos contos nos permitem fazer é bem maior do que o está narrado em suas noventa páginas. E a viagem de Ana não para por aqui, logo mais Anacrônicas 2 será publicado pela editora Estronho.

[Blablabla Aleatório] - http://feanari.wordpress.com/2011/04/04/anacronicas-pequenos-contos-magicos-ana-cristina-rodrigues/
comentários(0)comente



danilo_barbosa 14/03/2011

Pequenas analogias a fantasia humana
Quando Ana Cristina Rodrigues colocou em seu livro Anacrônicas (90 páginas) o subtítulo Pequenos Contos Mágicos, ela não tem noção do quanto foi feliz com esta colocação. Seus contos, pequenos e plenos de singeleza e mágica, nos remetem a um universo mágico, porém real, de amores fantasiosos, paixões e emoções humanas. Um pequeno exemplar de analogias a beleza, paixão, romance e fantasia.
Seja criando contos baseados em eventos históricos (para mim os melhores do livro), seja reinventando em poucas palavras os contos da nossa fértil infância a autora nos transportas em atos sucintos a ações que vão além do gênero fantástico que tanto lemos atualmente.
O desenvolver das letras é leve e sem palavras elaboradas ou pomposas. Tudo é escrito de uma forma rica, mas de simples entendimento.
E dá para ler rapidinho, que você nem vê passar. Sentei para ler e 1 hora depois encerrava o livro dizendo "Já acabou?".
A autora mostrou para mim que não precisamos de contos extensos para criar emoções e envolver o leitor. Sabendo o que se quer falar, sem atos falhos, consegue-se o desejado.

Veja resenha completa no Literatura de Cabeça:
http://bit.ly/eXYpUN
comentários(0)comente



blyef 09/02/2011

Anacrônicas: Pequenos Contos Mágicos - Ana Cristina Rodrigues
Leia também aqui: http://towerofreading.blogspot.com/2011/02/resenha-anacronicas-pequenos-contos.html


Pense em uma leitura mágica... Pensou? Agora corra para a livraria mais próxima e desembolse dinheiro por um exemplar de Anacrônicas, porque a viagem é ótima.

Percebem que uso muito o termo “viagem” para descrever minhas aventuras literárias? Mesmo que sejam apenas leituras? Porque de fato o são. Mas deixemos de lado minhas abstrações sobre o porquê de eu usar este termo, e falemos do que realmente importa.

Você está pronto para conhecer um pedacinho do mundo da autora Ana Cristina Rodrigues? Então continue lendo...


Até algum tempo atrás, eu conhecia realmente pouco da literatura fantástico e do realismo fantástico nacional. E então uma vez desvirginada pelo Fantasticon IV, não parei por aí. Comecei a pesquisar, buscar, estabelecer relações com o pessoal que faz da litfan um mundo maravilhoso, e com gostinho brasileiro. Uma dessas pessoas, que não tive o prazer de conhecer pessoalmente ainda, é a Ana Cristina Rodrigues. E não me arrependo.

O livro Anacrônicas: Pequenos Contos Mágicos só peca em uma coisa: tamanho! Eu realmente não gostei dele ser tão fino, porque eu queria ficar mais tempo lendo o mundo da Ana, mas a viagem foi rápida demais. Mas no que peca em tamanho e quantidade, tem de qualidade. Primeiro, porque muitas palavras as vezes dizem nada, e poucas dizem tudo. Ok, não entendeu, não é? Bem, são PEQUENOS Contos Mágicos. Mas que proporcionam viagens enormes. É o tipo de livro que você não devora de uma vez, arrota e acabou. Não, é aquele que você vai degustando devagar, saboreando lentamente cada continho, porque cada um tem sua própria mensagem, e diga-se de passagem, mensagens ótimas. Parodiando o ditado: para bom entendedor, pequeno conto basta.

Passeando por lugares desde o encantador País das Maravilhas de Lewis, até o Fim do Mundo, Ana prende os leitores pelos labirintos nas páginas do pequeno gigante.

Infelizmente, não tenho uma memória perfeita, então não tenho como falar de cada conto que me fascinou e porque, mas destacarei alguns que fazem o livro todo valer a pena:


O último soneto (p.19) - Sombrio, doloroso e revoltado como a alma de todo poeta. Poético e um tanto quanto trágico, é de palavras tão feridas que simplesmente angustia o leitor. Acabei achando o poeta um tanto quanto dramático e filho-da-mãe de tão atormentado. Delicioso.

Vida na estante (p.26) - O que tem de pequeno tem de real. Quem é que não gosta de viajar tendo como destino algum universo diferente, uma cidade distante, usando um livro como passaporte? Achei tão gostosinho que daria um conto gigante, mas as poucas palavras tratam de resumir o que só nós, leitores, somos capazes de sentir.

O senhor do tempo (p.33) - Acho que poucos devem saber que esse assunto é um tanto quanto fascinante para mim. Mas deixemos isso de lado. Amei o conto sobre a criação do tempo, as figuras de linguagem, e o desfecho inevitável. Adoro ver o tempo como um cara que viu tudo, mas nunca está satisfeito com nada... Até que ele se surpreende.

Como nos tornamos fogo? (p.50) - A metáfora mais verdadeira que consigo compreender agora sobre a paixão, sobre o amor. Simplesmente envolvente, sensual e poético, esta narrativa com trejeitos de poesia com mania de fantástico nada mais diz do que os amantes mais apaixonados já conhecem. Ou talvez eu esteja exagerando... Mas gosto de pensar assim. Intenso, bem o meu tipo de leitura.

O baile de máscaras (p.64) - Irônico, revelador e, tal como muitos outros que compõem o livro, suficientemente capacitado para fazer o leitor pensar. É de praxe acreditarmos que somos o que queremos ser, mas tudo o que somos é reflexo do que vivemos, do que sentimos e do mundo que nos cerca. Somos apenas seres sociais... E por baixo de tudo isso... Não há nada. Simplesmente complicado... E agradável.


É claro que há vários outros que mereciam seu espaço, mas não me sobra nenhum nome/história na lembrança agora e, cá entre nós, se eu falar todos, não terá a mínima graça querer que vocês leiam e comentem sobre ele depois.

by Blyef @towerofwords/Tower of Reading (http://towerofreading.blogspot.com)
comentários(0)comente



PeqMari 09/01/2011

Crônicas nominadas
Este livro foi uma indicação de amiga, ambos conhecidos no Fantasticon (evento de literatura fantástica que aconteceu no início de setembro deste ano (2010), na biblioteca Viriato Corrêa). Foi o primeiro livro de fantasia nacional que li este ano (se não me falha a memória), e tive uma ótima primeira impressão sobre o gênero, sobre a autora, sobre nossa literatura.
Sei que um exemplar de menos de 100 páginas não pode nem deve ser tido como exemplo de nossa produção toda, mas é um ótimo exemplar, e explicarei agora o porque.
Em cada conto, que em média duram de 4 a 6 páginas em fonte relativamente grande, a autora tece histórias, mas mais do que simples narrativas, ela tece sentimentos.
Assim que terminava de ler um conto, eu ficava com a sensação que ele passava, mais do que a história em si (que convenhamos são bem interessantes, diferentes). O que é algo realmente interessante, e mais do que isso, um bom mérito, já que tocar as pessoas através de palavras é dificil, pois antes de mais nada é preciso uma predisposição do leitor (o humor do momento influencia muito as impressões sobre aquilo que você faz), e a partir disso, tecer muito bem o texto para que ele tenha potencialidade de criar empatia entre ele e seu leitor, e digo que...
(leia resenha na íntegra em http://peqmari-trocoatencaoporvidas.blogspot.com/2010/12/resenha-anacronicas-pequenos-contos.html)
comentários(0)comente



Cris Lasaitis 28/12/2010

http://cristinalasaitis.wordpress.com/2009/05/30/leituras-maio2009/

Uma graça de livrinho! Excelente seleção de contos curtos da autoria da Ana Cristina Rodrigues, que é historiadora, escritora, mãe e uma das pessoas mais atuantes da literatura fantástica brasileira.

Eu já tinha lido vários contos da Ana, muitos dos quais reencontrei nesta coletânea. E fiquei bem impressionada com o teor dos textos, curtos porém potentes, agudos como pontada de agulha. Retratam mundos de fantasia com sua aura mágica, porém pincelados de uma certa melancolia e angústia existencial. Quando não a doce melancolia, toma a cena uma sátira filosófica escrachada; sarcasmo da melhor qualidade.

Conforme eu lia, tentava eleger: “esse é o melhor”, “ah, esse é o meu preferido”, “esse aqui nem se fala!”; mas aos poucos fui desistindo de eleger um favorito porque são muitos contos surpreendentes. Mas fazendo um esforcinho para escolher, os que eu mais curti foram O Último Soneto, Pelo Espaço de um Momento e o sen-sa-cio-nal Apocalypse NOW!

Também é digna de nota a qualidade gráfica do livro, que ficou um pacote bonitinho muito bem ilustrado pelo Estevão Ribeiro.
comentários(0)comente



AndyinhA 24/11/2010

Parte de resenha postado no blog MON PETIT POISON

Como todo livro de contos, alguns são tão fantásticos e nos tocam de tal forma que gostaria muito que ela pudesse desenvolver mais e quem sabe ao invés de ser pequenos contos mágicos ser contos, assim eles seriam melhor desenvolvidas e poderiam ser mais encorpadas, as quais eu teria um imenso prazer em saborear melhor.

Outros contos eu não gostei tanto ou não senti que a história desenvolveu tão bem, mas achei os temas interessantes. Talvez se fosse um conto poderia ter outra opinião agora. O mais legal em todos eles é que a autora sempre mesclava algo do passado, seja na forma de lenda/mito com o presente e isso aparece bem destacado no conto “A Casa do Escudo Azul”, onde no final do mesmo ela nos traz uma ideia muito interessante ao comparar uma obra prima como ‘Utopia’ e ‘Harry Potter’, dentro do contexto da história percebemos que num futuro distante esses dois livros poderão ficar lado a lado e serem considerados ‘iguais’.

Mais em: http://www.monpetitpoison.com/2010/11/poison-books-anacronicas-o-rei-e-o.html
comentários(0)comente



Psychobooks 21/10/2010

resenhar um livro de contos é uma experiência totalmente nova pra mim.

E justamente por isso, pela inexperiência, vou falar um pouco sobre alguns contos:

O primeiro conto, “Chiaroscuros” nos mostra algo que ate então imaginamos impossível –Seria possível uma sobra da treva se apaixonar, ou do lado contrario, um ‘humano’ se apaixonar pela escuridão?! É justamente por essas questões que percebemos a força do amor, que não julga, apenas acontece…

Outro conto, que não podia deixar de comentar é "O Último Soneto”, que me faz admirar e ate invejar um pouco a criatividade da Ana, que conseguiu criar nessa história, um personagem, imaginando/criando outros personagens, o que pra mim seria algo completamente confuso

Em “A Casa do Escudo Azul”, mesmo tratando sobre um assunto sério, é impossível não rir com o livro do “Harry Potter” ser posto ao lado de um livro de Thomas Morus e, ambos serem considerados relíquias ‘igualmente raros’.

Apesar de diversos contos, o meu favorito foi sem dúvida nenhuma foi “Deus embaralha, o Destino corta” que com a permissão da Ana, posto ele aqui:

Gostou? Quer ler mais? Acesse:
http://www.psychobooks.com.br/2010/10/anacronicas.html
comentários(0)comente



Eduardo Spohr 03/10/2010

A autora escreve com amor. Dá pra ver isso nas entrelinhas. A palavra para definir esta obra é: envolvente.
comentários(0)comente



Lucas Rocha 01/09/2010

Pequeno, mas mágico
Antes de tudo, um parêntese sobre o trabalho editorial do livro: ele é lindo. A capa e as ilustrações internas, desenhadas pelo quadrinista e marido Estevão Ribeiro, são um deleite aos olhos. Como não se apaixonar pelo coelho indo lentamente embora e imprimindo suas pegadas no chão no conto “O mapa para a Terra das Fadas”? Ou com a pose mista de força e ternura de Liliane no conto “A Dama de Shalott”? Sem contar com as outras figuras, entre dados, coelhos, relógios e repórteres de jornal.

Outro parêntese: talvez por ter sido um livro feito longe de uma editora grande e de um editor responsável por não ter outra preocupação a não ser vendê-lo, Anacrônicas se torna um relato bastante particular. Seja nos contos pessimistas ou nos alegres, a personalidade da autora consegue se imprimir em cada um deles. Historiadora, mãe, irônica, feliz, triste, mulher. Tudo se junta numa pequena mas significativa quantidade de páginas.

Parênteses feitos, vamos aos contos.

***

É Tarde!

Abrindo a antologia de pequenos contos mágicos, uma história singela e simples, com um ritmo assustadoramente rápido e nostalgicamente delicioso. Em menos de uma página, somos apresentados aos personagens mais significativos do País das Maravilhas e nos enveredamos pela corrida do coelho branco. Com um final um tanto quanto... bem, leiam!

Chiaroscuro

Um conto fluido, com um título interessantíssimo e uma história ainda mais interessante. O jogo de cores e contrastes se mostra bastante presente aqui. O conto mais parece uma obra de arte que ora tende ao chiaro e ora tende ao ‘scuro. Ideia sensacional!

A Princesa de Toda a Dor

Triste e lírico. Daqueles contos que te deixam com um gostinho de fel na boca, com uma vontade de interferir na vida das personagens e de mudar o destino que a autora deu a eles.

O Último Soneto

Igualmente triste, fala sobre a obsessão por um ideal. Me identifiquei absurdamente com esse conto: a agonia, o tédio, o raciocínio, a apreensão, tudo em prol de uma única obra – no caso, o soneto.

A Casa do Escuro Azul

Um conto que facilmente poderia se tornar uma coisa maior. Um romance, uma trilogia, uma saga. A ideia é ótima: após a Guerra Final, um grupo denominado Escudo Azul fica responsável por buscar no planeta grandes obras de arte da humanidade. Algumas coisas me pareceram um pouco inverossímeis, como “portões sempre abertos, pois não há necessidade de se temer depredações” (sic). Não confio muito nos humanos, antes ou depois de uma Guerra Final.

E o final... ah, que final bem sacado!

Vida na Estante

Menor conto do livro, e meu preferido. Demonstra que as traças são muito mais racionais que alguns seres humanos: às vezes um best-seller é mais delicioso e agradável ao paladar do que um grande clássico envolto em formol e erudição.

Os olhos de Joana

A pesquisa histórica desse conto é invejável, mas ele não entra na minha lista de preferidos. Apesar de não se mostrar confuso, o conto não me absorveu como leitor. Talvez sejam o excesso de nomes, talvez a história de Joana D’Arc não me empolgue muito. Acho que é mais questão de opinião, sabe.

O Senhor do Tempo

Outro pequeno e pessimista conto. Mas extremamente verdadeiro. Nem mesmo Deus acerta todos os chutes, não é mesmo?

Deus embaralha, o Destino corta

Falar sobre felicidade não é das tarefas mais fáceis, mas você se saiu muito bem nessa, Ana.

Feitiço sem Nome

Mediano, um conto com um enredo até bastante normal. Não tenho muito o que falar sobre ele.

A Dama de Shalott

Um dos maiores e mais bem elaborados contos do livro. Conta a história de Liliane, uma menina que não conhecia o mundo e vivia enclausurada, tecendo bordados com as imagens que via pelo espelho de seu quarto – uma vez que olhar diretamente para Camelot lhe traria uma maldição terrível.

O conto é fluido e ritmado, e seus parágrafos – praticamente de mesmo tamanho e com uma terminação rimada – mostram que, além de saber contar uma boa história, Ana Cristina também sabe construir uma narrativa que mistura de tudo um pouco e, entre o tudo e o pouco, colocar uma pitada de magia e uma colher generosa de competência.

Como nos tornamos Fogo?

Outro que não fui muito com a cara. Não sei, acho que narrativa não me atraiu muito, ou a minha compreensão pode não ter sido assim tão completa. Aqui o erotismo e a união entre duas naturezas diferentes não funciona tão bem como em “Chiaroscuro”.

Pelo espaço de um momento

Uma história gostosa de ler, ao mesmo tempo real e fantástica, com um quê de nostalgia impresso no tom da história. O retrato do menino me fez lembrar Dorian Gray.

Borboleta

Uma forma bastante interessante de exorcizar demônios e tristezas. Para aqueles que desejam fazer isso, esse conto é interessantíssimo. Já eu, apesar de não fazer origamis, tenho meus demônios em forma de papel. Estão todos nos meus cadernos, longe da minha cabeça e dos meus pensamentos.

Viagem à Terra das Ilusões Perdidas

Divertido e leve de se ler, um enredo bastante inusitado e uma história mais inusitada ainda. Não há idade para ir à Terra das Ilusões Perdidas.

O Baile de Máscaras

Máscaras são coisas que me chamam a atenção, sempre. Escrever sobre elas não é fácil, visto todas as implicações filosóficas sobre seu uso. Mas esse conto ficou incrível. O final foi eficaz e surpreendente.

Lenda do deserto

A ilustração é essencial para a complementação do conto, e consegue satisfazer perfeitamente a intenção. E a história é boa, mas figura na lista de medianos.

O mapa para a Terra das Fadas

É nesse conto que Ana Cristina se doa mais – ou assim nos parece fazer. O fato de ser uma história real só aumenta a impressão de verdade e sinceridade que a autora imprime em seus contos. Na história, Ana e seu filho, Miguel, tentam guiar a alma de um coelhinho morto para a Terra das Fadas, onde será bem cuidado pelos seres mágicos.

Emocionante e belo, o conto figura na minha lista de preferidos.

O eremita

Um conto singelo que trata sobre as convicções de um homem elevadas às últimas consequências. Trata de esperança, pois mostra que um homem pode mudar o pensamento de outros homens de uma forma positiva. E também de desesperança, por mostrar que os homens de poder dificilmente perdem a majestade – sobretudo para um eremita.

Apocalipse NOW!

Uma forma um tanto quanto inusitada de se assistir ao fim do mundo, sentado confortavelmente no sofá da sala enquanto o locutor anuncia a chegada das bestas do apocalipse. Mas, pensando bem, acho que é o que muita gente vai fazer – e muitas emissoras também, na luta final pela audiência.

Conto Bônus: O Sábio de Osgoroth

A anta aqui precisou ler o conto duas vezes pra poder pegar a sacada dele. Mas, depois que entendi (duh!) achei incrível a forma como se desenvolve. E o final é muito, mas muito interessante.

***

A impressão que se tem, ao terminar de ler Anacrônicas, é a de que você visitou um milhão de mundos distintos em apenas algumas agradáveis horas de leituras. E que valeu a pena sentar durante algum tempo e deixar se perder pelas reentrâncias de um livro tão pequeno, mas ainda assim tão complexo e completo. A Ana está de parabéns.

E que venham outros!
comentários(0)comente



@lecobastos 17/03/2010

Anacrônicas
Demorei, mas adquiri a obra de Ana Cristina Rodrigues, uma coletânea de contos que divergem entre História, Fantasia e FC.
Os contos que m
ais me chamara a a atenção foram estes:

A Princesa de Toda a Dor: a história de uma índia com um poder nada comum.

A Casa do Escudo Azul: um futuro pós-apocalíptico em que livros como "A Utopia" e "Harry Potter e a Pedra Filosofal" serão obras de valor incalculável.

A dama de Shallot: a história de uma jovem que se apaixona por Lancelot e tem um filho com este, Phellipe Riverson que depois decide batalhar ao lado do Rei Arthur.

O Baile das Máscaras: um conto rápido com profunda conotação moral, faz nos pensar sobre nossos atos.

Apocalypse NOW!: Uma brincadeira rápida com os principais tópicos escatológicos do Livro das Revelações.

Alguns contos são bem melhores que outros, mas o livro tem uma escrita bela e frágil, a autora pareceu trabalhar todas as frases cuidadosamente. Um belo prólogo para a esperada obra-prima chamada Finisterra... Que um dia Ana nos brindará!

Mais resenhas: http://www.melancolicomundo.blogspot.com
comentários(0)comente



Antonio Luiz 15/03/2010

Com este livro, a historiadora medievalista e autora de fantasia e ficção científica Ana Cristina Rodrigues há anos publica na rede, coordena projetos e oficinas virtuais sobre esses gêneros e presidiu o Clube de Leitores de Ficção Científica, começou a colher os frutos de papel de um paciente cultivo virtual.

"Anacrônicas: pequenos contos mágicos", é uma coletânea de 21 minicontos de uma a seis páginas (exceto o mais longo, que chega a onze) originalmente publicados na internet e quase todos com a leveza, rapidez e brusquidão características de textos destinados a serem lidos em uma tela de um computador, entre um e-mail e uma consulta ao Google. Um deles mal chega a 60 palavras.

A criatividade e a linguagem simples e bem cuidada tentam e conseguem tirar o máximo proveito do curto intervalo de atenção do internauta, semeando ironias pungentes que estimulam outros neurônios que não os do humor barato, da informação fria e do relacionamento superficial. Um pouco como um koan zen-budista provoca o discípulo a pensar além do lugar-comum.

Um alquimista se consome de amor pelo elemental do fogo que invoca. Deus não joga dados, mas é viciado em cartas e não sabe quando parar. Uma feiticeira escandaliza o lado escuro da força ao fazer sexo com uma sombra. Como geralmente acontece em uma primeira coletânea (e já apontou outro resenhista, Lucio Manfredi), os contos revelam diferentes momentos da aprendizagem da escritora e não têm todos o mesmo valor, mas apontam para um potencial que leva o leitor a pedir cada vez mais textos e, de preferência, mais longos.
comentários(0)comente



15 encontrados | exibindo 1 a 15


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR