Beatriz Gosmin 12/11/2012Resenha por Beatriz Gosmin - www.livroseatitudes.com.brO livro é inteiramente formado por contos, e a maioria deles são bem pequenos, cabendo dois por página.
A personagem que nos escreve é a Larissa, que logo no início nos mostra estar passando por uma doença, no caso, a depressão.
Os contos começam e a narrativa é fluída, mas não pode deixar-se distrair nem por um instante, porque se não você perde o foco. Como diz na sinopse: se você ler duas vezes, terá interpretações diferentes em cada uma.
Sabe quando você está triste (ou muito feliz) e bate aquela vontade de escrever? Então você pega uma folha ou o laptop e sai escrevendo todos os seus pensamentos, angústias, frases e palavras inventadas? Você já fez isso? Eu já fiz isso. Tenho muitos textos por aí, em notas do facebook, numa página de autores na internet, em papeis guardados e arquivos do word com senha.
Confesso que já tive momentos muito ruins em minha vida (quem não tem?) e a minha escapatória era escrever. E é assim que são feitos os contos. A personagem despeja tudo o que pensa, vive, sonha, quer e acredita no papel. E nós o lemos. E nos nós identificamos.
E caso você pense: “não tenho o hábito de escrever nada, nunca passei por essa doença, não me identificarei com o livro”, você está errada. As situações e pensamentos da personagem não remetem apenas a garotas que possuem os mesmos problemas e hábitos que ela, mas a toda garota no geral (e dependendo, garotos também).
Havia contos que eu me identificava de tal forma que chegava a pensar “Eu já me senti assim, eu já vivi algo como isso. Eu poderia ter escrito este conto”.
" Meus cabelos estão voando e eu sorrio. Abro os braços e dou duas piruetas antes de me sentir idiota e parar. Idiota feliz. Idiota livre. E ser idiota é, necessariamente, ruim? Pg. 32 "
Notamos reações diferentes a cada momento descrito, nos aventuramos nos amores e desamores vividos por ela, e os motivos para tais. O livro e os sentimentos presentes são profundos de forma única e verdadeira, não profundos no sentido de chororô e romances água com açúcar.
Vamos lá... Aceite o desafio de ler e se encontrar ali. Aceite o fato de que no livro não existe romances perfeitos como os que estamos acostumadas a ler, mas situações cotidianas que você viveu, conhece, sentiu, viverá. Está pronta para encontrar uma amiga que te entende? Então leia o livro.
" Ela que sempre pensava em todos os pontos de vista; ela que sempre escutava, que admitia quando estava errada, e que tentava ser justa. Ela estava errada, afinal? Pg 36 "
Veja o post original da resenha:
http://livroseatitudes.com.br/2012/11/resenha-imaginario-feminino-camille-thomaz.html