Debaixo do vulcão

Debaixo do vulcão Malcolm Lowry




Resenhas - À sombra do vulcão


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André Vedder 14/02/2022

Persistência e paciência
Debaixo do Vulcão não é um livro de fácil leitura. Ele cansa. Ele desanima. Ele enjoa. Mas não desista, pois nesse cansaço vive uma bela obra literária.
Minha experiência de leitura foi lenta, pois a escrita do autor é desalinhada, desconexa e cheia de divagações de seus personagens. O enredo gira em torno do Cônsul britânico, que vive no México e sofre de alcoolismo e a história toda se passa praticamente um um dia, envolto em muita bebedeira.
É um livro para se ler em pequenas doses, sem pressa, e persistência. Em muitos momentos achei enfadonho, mas aos poucos fui percebendo sua grandiosidade, principalmente ao final da obra.

"Acho que sei muito sobre sofrimento físico. Mas este é o pior de todos, sentir a alma morrendo. Me pergunto se é porque esta noite minha alma realmente morreu que sinto no momento algo como paz."

"Nossa, como é vazio e sem sentido o mundo! Dias preenchidos com momentos baratos e sem brilho se sucedem, inquietos, e em seguida noites assombradas, numa amarga rotina: o sol brilha sem brilhar e a lua nasce sem luz. Meu coração tem gosto de cinzas e minha garganta está apertada e cansada de chorar. O que é uma alma perdida? É uma alma que se desviou do caminho verdadeiro e tateia no escuro por lembranças..."
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Camila Faria 21/12/2021

Entrei nessa leitura com a expectativa lá em cima, por saber que o livro é considerado um dos romances mais importantes do século XX e fiquei realmente impactada ~ mais com a originalidade da narrativa do que com a trama em si. Geoffrey Firmin é um ex-cônsul britânico que vive no México, atormentado pelo alcoolismo e (talvez por isso) inclinado a uma vida de delírio e autodestruição. Mesmo amparado pela esposa (que retorna ao México numa tentativa de reatar o relacionamento) e pelo meio-irmão, Firmin não consegue fugir do seu destino conflituoso e trágico. Não é uma leitura fácil, pelo contrário, é um texto super denso que se passa praticamente dentro da cabeça do cônsul, que é um personagem altamente irônico e erudito (as referências à arte, filosofia, história e cultura em geral são infinitas). Fiquei um pouco perdida nas primeiras páginas; para mim foi complicado me adaptar a esse conturbado monólogo interior, mas a leitura acabou fluindo bem depois que entrei no clima dos personagens. Dito isso, devo confessar que toda essa temática “descida ao inferno” do cônsul me deixou bem pra baixo e ficava desanimada com a perspectiva de encarar essa atmosfera tão opressiva todos os dias (demorei séculos pra ler). O tipo de livro para reler depois de alguns anos, num outro momento, com um outro olhar.

site: https://naomemandeflores.com/os-quatro-ultimos-livros-31/
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Orochi Fábio 13/01/2020

Sombras diversas...
Um dos livros mais ásperos que já li, altamente recompensador! Devastadora mente forte...
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Maria José 01/01/2010

Um romance sobre a decadência
“Um dos principais romances do século.”
New York Times

“Esta obra-prima... é um dos dez textos de ficção mais marcantes do século XX... Rflete o peculiar gênio de Lowry, um escritor com a maestria lingüística de um poeta e a capacidade de um romancista para traduzir detalhes autobiográficos em uma declaração universal.”
Los Angelis Times

“Uma obra-prima faustiana.”
Anthony Burgess

“1938. É o dia da Festa dos Mortos no México, e Geoffrey Firmin – ex-cônsul britânico, alcoólatra e um homem arruinado – está vivendo o último dia da sua existência. Afundado em bebida enquanto sua ex-mulher e seu meio-irmão tentam, inutilmente, ajudá-lo, o diplomata se vê transformado em uma figura trágica e sofrida. A sua história – imagem da agonizante jornada de um homem em direção ao calvário – tornou-se um livro profético para toda uma geração.
Publicada em 1947, À Sombra do vulcão é a obra mais conhecida do inglês Malcolm Lowry (1909 – 1957) e traz inegáveis traços autobiográficos. Em 1984 foi adaptada para o cinema por John Huston, com interpretações de Albert Finney e Jacqueline Bisset. Em 1988, o comitê da prestigiosa editora Modern Library o elegeu como o 11º melhor romance do século XX.”

Altamente deprimente e decadente.
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Ronnie K. 30/03/2009

Passagem sem volta para o Inferno
O mais niilistas dos grandes romances, À sombra do vulcão não é um livro de leitura fácil. É preciso uma certa dedicação e insistência para se penetrar em seu ritmo caudaloso, em que longas frases se misturam, e cortes abruptos nos levam tanto para dentro da mente dos personagens como para fatos reveladores do seu passado que justificam o presente de cada um deles. Depara-se então com um esplêndido romance! Belas metáforas, escritas de forma tão espontâneas, conferem uma poesia ímpar a essa história de degradação, de descida sem volta ao fundo do poço. A imagem do ex-cônsul britânico Geoffrey Firmim, seu sofrimento devido a um amor fracassado, sua recusa deliberada em continuar vivendo, sua entrega à bebida, seus comoventes monólogos, sobretudo na parte final, ficaram por muito tempo assombrando minha mente, à maneira de um "Raskolnikov do copo". Não se se livra fácil de um personagem assim. Não é apenas uma experiência angustiante acompanhar passiva e impotentemente a descida desse homem ao Inferno, ainda que certo humor triste amenize inúmeras passagens. Somos recompensados ao final com a certeza de se ter lido um dos mais hipnóticos e belos romances dos tempos modernos!
Patricia 29/11/2012minha estante
Adorei tua resenha, senti o mesmo ao ler o livro e até hoje volta e meia ele me vêem a mente, seja em uma passagem, um personagem, ou mesmo uma lembrança da sensação que tive com a leitura. Me impressionou muito.


silcarina 27/11/2013minha estante
Concordo com você, mas não estou gostando do livro. Ainda estou lendo, mas quase o abandonando. Não nos deixa indiferentes, isso é inegável, é muito deprimente, bem escrito, passagens geniais, mas realmente não é leitura fácil e para mim está sendo bem chato. Literalmente um porre de mescal. Questão de gosto.




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