Ká Guimaraes 06/09/2012Resenha feita pela Carol DurãesMinha opinião - Devo começar dizendo que eu não sabia o que esperar do livro quando comecei a ler. Confesso que não conhecia a autora, e não sabia muito sobre o livro.
Ao terminar de ler, esperei um pouco para tentar “digerir” o que eu estava sentindo. Foi uma mescla de emoções e eu precisei de um tempinho antes de escrever. Acredito que infelizmente, todos já tiveram contato com alguém que sofre de algum tipo de câncer. Sabe aquela história que dizem que todas as pessoas estão ligadas umas com as outras no máximo com seis graus de separação? Acho que isso se aplica muito bem quando o fato é essa doença.
O prefácio do livro mexeu comigo, achei a diagramação do livro muito boa e a história envolvente. No início, fiquei um pouco travada na leitura, porque eu tive que me acostumar com diversos nomes e depois ir relacionando uns com os outros.
Maria Paula é a jovem filha de Estela e Willian, e junto com a mãe e amiga Bárbara vão passar uns dias em Angra dos Reis. No início do livro, eu não fui muito com a cara da Maria Paula. O jeito “mimado” dela me irritou um pouco (mentira, me irritou muito rs), mas com o desenrolar da história, essa irritação foi se abrandando. Com a influência do JC, você acaba observando um amadurecimento da personagem. Quando os livros abordam personagens jovens, eu sempre fico esperando que pelo menos um deles amadureça.
Em um dos passeios com a amiga, Maria Paula encontra com João Carlos (ou JC) como é conhecido. JC é um típico surfista, e não demora muito para ele e Maria Paula se envolverem em um romance de verão. Até aí tudo bem, a história é “cut cut”, nada de mais.
Mas JC anda sentindo algumas dores no estômago, e após uma dessas “crises”, é diagnosticado com câncer. O livro foi bem claro nessa passagem dolorosa entre o diagnóstico e o tratamento. E a partir desse ponto, vai mostrando os desafios que JC enfrenta. As pessoas que ele conhece no hospital (como Jonas, o colega de quarto), e nós também passamos a conhecer um pouco mais sobre a doença, como detectar, tratamento e etc.
Dois personagens ganharam destaque na minha opinião: o avô da Maria Paula, e a governanta. O bate boca deles é hilário, é uma forma engraçada de demonstrarem afeição.
Teve algumas coisas que eu não gostei muito. Eu sei, amor de verão é algo rápido, avassalador etc, etc. Mas não consigo engolir a rapidez com que as pessoas se declaram tão ligeiro:
“- Oi, eu sou a Maria Paula.
- Oi , eu sou o JC.
- Eu te amo.
- Eu também te amo”.
Esse comentário não é apenas para esse livro, já aconteceu em vários outros e vai continuar acontecendo rs. Alguns parágrafos ficaram um pouco longo demais e algumas falas, apesar de lindas, eu realmente não consigo visualizar sendo ditas por alguém daquela forma. Mas nada disso diminuiu a qualidade do livro na minha opinião.
No final do livro, ainda temos alguns depoimentos de pessoas que conviveram de perto com a doença. É realmente fortalecedor ver a luta que eles travam contra a doença.
O livro é simplesmente emocionante, fazendo com que de alguma forma você se identifique com os personagens. É uma ótima obra de uma autora nacional.