Amar, Verbo Intransitivo

Amar, Verbo Intransitivo Mário de Andrade




Resenhas - Amar, Verbo Intransitivo


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Ca Melo 01/08/2016

Amar, verbo intransitivo - Por Mário de Andrade
Neste semestre no curso de Letras, tenho a matéria de Literatura Brasileira I, que enfoca o Modernismo, especificamente o modernismo paulista, assim, um dos grandes autores estudados é Mário de Andrade. Essa obra é o primeiro romance do autor e vou contar um pouco da minha experiência de leitura e ainda acrescentar algumas informações durante a aula.😉
Mas eu só queria saber neste mundo misturado quem concorda consigo mesmo! Somos misturas incompletas, assustadoras incoerências, metades, três-quartos e quando muito nove-décimos. Até afirmo não existir uma só pessoa perfeita, de São Paulo a São Paulo, a gente fazendo toda a volta deste globo, com expressiva justeza adjetivadora, chamado de terráqueo. (Pág. 58)

O livro foi escrito em 1923, porém só foi publicado em 1927, é um livro que usa muito do recurso das cenas, criando assim um efeito cinematográfico. Não por acaso, a história ganhou uma adaptação com o filme nacional Lição de Amor.

Um dos aspectos diferentes na história é a presença constante (e até mesmo muito irritante em várias passagens) do narrador, chegando até mesmo a ser considerado um personagem na própria história, uma das figuras centrais junto com a alemã Fräulein (senhorita em alemão). Esse narrador possuí elementos pedagógico, moralista e vanguardista, ironiza a primeira matéria que está narrando, é interveniente e abusivo, toma a cena.

Eu não sei se alcançar a felicidade máxima, extasiar-se aí, e sentir que ela, apesar de superlativa, onda cresce, e reparar que onda pode crescer mais… isso é viver? A felicidade tão oposta à vida que, estando nela, a gente esquece que vive. Depois quando acaba, dure pouco, dure muito, fica apenas aquela impressão do segundo. (Pág. 73)

O livro é intitulado como idílio, que segundo o dicionário Michaelis pode significar:

1 Pequeno poema, cujo assunto é geralmente pastoril, mas não dialogado como a écloga. 2 Sonho, fantasia, devaneio. 3 Amor poético e suave. 4 Entretenimento amoroso.

Eu acredito que as definições 2, 3 e 4 são as que mais se enquadram na história, já que Felisberto Souza Costa contrata a alemã Fräulein com o intuito de iniciar a vida sexual do filho Carlos de 16 anos. Como o trato é somente entre a mulher e Souza Costa, é necessário que ela tenha uma ocupação de fachada, então ela também é preceptora, governanta, professora de música e línguas.

Porém quando as verdades saltam do coração, nós homens intelectuais lhes damos o nome-feio de confissões. (Pág. 88)

Assim Fräulein vai trabalhar numa casa em Higienópolis, bairro de burgueses na cidade de São Paulo, parece meio estranho um pai levar uma prostituta para dentro de sua própria casa para iniciar a vida sexual do filho, essa casa em que grande parte da história se desenvolve, exceto por 3 cenas externas. Dentro do contexto histórico da época isso é muito normal já que no século XIX, momento em que a teoria do evolucionismo de Charles Darwin é desenvolvida, as políticas higienistas, entre outras medidas, tinham a finalidade de sanar doenças e epidemias. No caso da história, a justificativa para a sua esposa aceitar Fräulein em sua casa é para evitar que o filho pegue sífilis na rua, sendo o lar um lugar mais seguro para ter relações sexuais.

A figura de Fräulein tem algumas características muito próprias, ela sente orgulho da sua profissão, (sim, ela é uma prostituta altamente racionalizada), é uma pequena burguesa, mulher culta e se sente um pouco superior que os demais empregados da família. É uma representante da ambiguidade da transição entre as classes popular e alta burguesia. Ela possuí traços semelhantes à figura do próprio Mário de Andrade, que tem um discurso nacionalista e o quadro idílico típico da Alemanha, literatura e a natureza. Uma curiosidade é que o título da obra seria “Fräulein”, mas o autor optou por “Amar, verbo intransitivo” o que subentende-se que é um amor que não espera ser amado de volta, que não é correspondido, em contraposição com o verbo amar que é transitivo (sim, Mário de Andrade ainda nos dá uma aula de gramática, rs)

Outro ponto que merece atenção é a língua, que começa a ficar instável ao longo da história, o autor utiliza o tupi e o português popular para se aproximar do “público” brasileiro (além de ser uma antecipação para o seu próximo livro “Macunaíma”), o alemão causa um efeito de estranhamento e o francês caracteriza o estilo burguês da cidade.

O livro é bem curto, mas não dá para considerá-lo com uma leitura fácil, eu pelo menos não achei, se não fosse pela aula vários pontos para mim teriam passado em branco. Eu achei a história interessante, mas não gostei tanto assim, por ter que “decifrar” alguns pontos para entender a ironia em algumas cenas e o significado também. A história possuí algumas reviravoltas e revelações que são muito curiosas e que óbvio não vou contar para gerar curiosidade em vocês!

Eu recomendo o livro da minha professora que é doutora e especialista na literatura brasileira e tem um livro que aborda uma análise mais profunda da leitura desta obra

site: https://abookaholicgirl.wordpress.com/2016/06/07/amar-verbo-intransitivo-por-mario-de-andrade/
Day 29/07/2017minha estante
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Bruna Moraes 23/07/2016

Amar, Verbo Intransitivo
O chefe de família, Souza Costa, contratou uma governanta alemã, Elza, de 35 anos para ser professora de alemão dos seus filhos, porém seu real objetivo é ensinar o amor para Carlos, seu filho mais velho de 16 anos que ainda age como uma criança.
Ao longo das aulas, Carlos começa a demonstrar indícios que se sente atraído por Fräulein, quando sua mãe, D. Laura, percebe tais diferenças comportamentais no filho decide então que Souza Costa precisa demitir Fräulein, pois desconhece o verdadeiro motivo de sua presença.
Depois de tudo esclarecido, Elza continua na casa iniciando um "romance" com Carlos. Quando tal relação aparenta estar ficando séria todos decidem que chegou a hora da governanta ir embora, mas como explicar as verdadeiras intenções para o jovem Carlos?
'Amar, Verbo Intransitivo' do autor Mário de Andrade recebeu muitas críticas na época de sua publicação, devido a escolha do título, o qual representa que o amor não precisa de complemento, e com a escolha do tipo de história, a qual demonstra que o amor deve ser ensinado, mas tudo compõe um conjunto de ironias do autor para com os costumes das famílias burguesas.
A narrativa apresenta ambiguidade como poderia uma mulher como Fräulein, insensível, poder apresentar ao ingenuo Carlos o amor, a relação dos dois não foi algo recíproco, logo que só ele nutria algo, uma atração física, principalmente, por ela.
Sua intenção era mostrar como que os relacionamentos se formam de forma tão inconsistente e muitas vezes por uma atração sexual. E como um autor modernista cria um estilo nacional próprio da literatura brasileira.
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Camila.Almeida 24/02/2016

Amar, verbo intransitivo.
Faltam linhas para descrevê-lo em tantos adjetivos. Completamente incrível do início ao fim.
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Gabi 15/11/2014

"Amar, verbo intransitivo", nos mostra plenamente a visão modernista de literatura, nos fazendo adentrar na concepção de como seria "ensinar a amar" de uma forma que jamais imaginaríamos.
Recomendo.

"A felicidade é tão oposta à vida que, estando nela, a gente esquece que vive. Depois quando acaba, dure pouco, dure muito, fica apenas aquela impressão do segundo".
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Prosasuzana 01/11/2014

Crítica social e modernista
Logo de cara nos é apresentado o "universo" que o livro se apresenta: na sociedade burguesa paulistana, aonde já estamos cansados de saber que mais importava a aparência e dinheiro. Com medo de que Carlos, o filho mais velho, inicie sua vida sexual nas ruas de são paulo, expostos as doenças e drogas, Souza Costa contrata a alemã Fräulein Elza, para "ensinar o amor" ao seu filho.

Fräulein é profissional nisso, começa dando aulas de alemão e piano às crianças e nos momentos oportunos procura seduzir Carlos. No inicio ele ainda é resistente e infantil, mas quando acaba se vendo conquistado pela "governanta", Fräulein procura "dar um gelo" nele pois acredita que assim ele ficará perdido de amor.

E assim acontece, Carlos se apaixona rapidamente até chegar na parte mais doída do enredo: quando se caí na real que há um abismo entre o amor que idealizamos e o amor da forma que ele é.

Para quem se interessa pelo modernismo e pela história da sociedade brasileira, esse livro é um prato cheio. O vocabulário dele é rico, podendo ser um pouco confuso e dificultando o entendimento de certos eventos. Achei a narrativa fraca, pois percebe-se que o autor se preocupa mais em retratar o psicológico dos personagens nessa experiência do que desenvolver um romance. Por isso não é uma narrativa cheia de reviravoltas e emoções, e sim um livro que você pode estudar a mente da sociedade no inicio do século XX, cheia de modos.

site: http://www.adolecentro.com/2014/10/amarverbointransitivo.html
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anaventurelli_ 04/10/2014

Elza é contratada por Souza Costa para iniciar a vida sexual de seu filho, Carlos, e apresentar-lhe o amor. Dessa forma, Carlos não se entregaria para qualquer uma nas ruas de São Paulo.
Assim, Fräulein, como Elza preferia ser chamada, hospeda-se na casa da família Souza Costa. Para conseguir cumprir com o acordo, começa a dar aulas de alemão e piano para as crianças, enquanto seduz, lentamente, o filho mais velho.
No início, Carlos não se anima com as aulas, não mostra interesse algum por Fräulein, o que a preocupa, já que em seus trabalhos anteriores os meninos mostravam interesse rapidamente. Aos poucos ele repara na inexplicável beleza de Fräulein e com isso mostra-se mais interessado. Quando percebe esse interesse de Carlos, a alemã decide regredir em suas insinuações, já que seria essa a regra para fazer nascer o amor. Os dois, então, iniciam um romance, fazendo com que a alemã cumpra grande parte do acordo.
Sousa Costa começa a perceber que o interesse de seu filho pela alemã cresce cada dia mais, então resolve que está na hora de acabar com o romance. Em uma noite, rompe pela porta do quarto de Fräulein, onde encontra Carlos aos beijos com ela. Uma grande discussão começa, lágrimas, gritos e uma despedida. Logo pela manhã Elza e Carlos têm um despedida dolorosa, o garoto fica ao prantos, dando ainda mais ênfase de que o trabalho de Fräulein surtiu efeito.
A alemã logo segue seu rumo, passando pela vida de outros meninos, já Carlos após um longo período devastado, torna-se um homem maduro, com atitudes de um cavalheiro.

site: http://bibliotecacolorida.blogspot.com/2014/09/resenha-1-amar-verbo-intransitivo-mario.html
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Daphiny 15/09/2014

Fiquei no mínimo com pena de Fraulein que ensinou todos a amar, mas não pôde ficar com aquele que amou de verdade. Isto se eu estiver fazendo uma interpretação correta de seus sentimentos, o que foi muito difícil de realizar durante esse livro. Ela é uma personagem um pouco controversa.
O constante uso da metalinguagem também me prejudicou um pouco, normalmente possuo pouquíssimo interesse no uso, quero apenas ler a história que está sendo contada e em muitos momentos o autor falhou, em minha humildíssima opinião, em retratar com clareza a história principal.
A linguagem também é muito diferente, muito rica, para falar a verdade. O vocabulário e as citações a escritores europeus mostrou o requinte extremo de Mário de Andrade.
Para a minha faixa etária, baseando-me nos livros que costumo ler, foi uma surpresa eu ter gostado desse livro.
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Ramon Souza 17/06/2014

Fantástico! Não há o que dizer sobre ele, falta palavras para descrevê-lo.
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Regiane Lima 20/03/2014

O livro amar verbo intransitivo conta a história que na iniciação sexual do protagonista, filho mais velho, um rico industrial e fazendeiro. Com medo de que seu filho iniciasse sua vida sexual num prostíbulo, em contato com drogas e doenças, Sousa Costa resolve contratar Fraulein Elza, uma alemã de 35 anos, teoricamente para ser governanta de sua casa em Higienópolis e para ensinar alemão a seus quatro filhos, mas com a verdadeira intenção de que ela iniciasse Carlos Alberto na vida sexual. A atitude de contratar uma profissional do amor para prestar serviços sob seu próprio teto revela alguns valores da burguesia da época. O chefe da família se comporta como os novos ricos que acham que o dinheiro pode dominar tudo, inclusive a iniciação sexual. A iniciação sexual tranquila e segura era vista como garantia de uma vida madura e até mesmo do estabelecimento de um lar sagrado, ou seja, o sexo era a base de tudo. A alemã tem plena consciência disso e quer ensinar a Carlos um amor tranquilo, sem descontroles, sem paixões. O problema é que o garoto é amalucado. Carlos Alberto não percebe suas intenções durante as aulas de alemão, por mais que ela se mostre sedutora nos momentos em que os dois ficam sozinhos na biblioteca, o que a deixa irritada. Com a convivência, porém, o interesse do jovem pela mestra vai surgindo, ainda que de início não seja claramente revelado. O garoto começa a se interessar por tudo o que se refere à Alemanha, evoluindo até o conhecimento da língua. Se antes Carlos tinha um desempenho sofrível nas aulas, agora aprende o vocabulário de forma acelerada.
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Prof. Davel 20/02/2014

Paradidático social
É um livro para estudar a sociedade e brasileira do início do século XX. Além de ser uma crítica literária do Modernismo brasileiro. Um leitor desatento pode até se entreter com o enredo; outro mais sagaz se perturbará com as metáfora e mensagens subliminares de Mário de Andrade. Gostei!
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Paula 11/02/2014

Classificado pelo autor como 'idílio', é, de fato, um romance experimental, modernista e moderno, cinematográfico. O autor consegue captar a alma da mulher, expressa-se magistralmente no feminino quando cria Fraülein, a governanta alemã, professora de mar. E esta heroína se recorta com grande autonomia, ingressando no rol das melhores personagens femininas da Literatura Brasileira, acima da moralidade. Leitor fino da alma da mulher, Mário soube denunciar sua marginalidade num mundo marcado pelo poder masculino. Ao texto de ficção original, a edição traz ainda um posfácio inédito e uma carta-aberta, documentando as relações do autor com sua obra.
"Amar, Verbo Intransitivo" é curto -- praticamente uma novela. Mas nem por isso é simples ou simplista. Da crítica à família burguesa às divagações sobre o amor, tudo flui com uma perfeição subline na pena de Mário de Andrade. Começando pelo título: amar não é um verbo transitivo direto? é, mas e o ato do amor? é direto? Tudo isso, e muito mais é discutido nesse livro, muitas vezes ignorado em detrimento do mais famososo e importante "Macunaíma". Mas vale a pena (re)descobrir essa jóia!
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Barral 12/01/2014

O titulo mais perfeito do que o perfeito!
Amar, amar e nao amar ninguem.... Este aquele o outro e toda gente!
Leia entenda e aprenda!!
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