Juliana 10/05/2013Mentecaptos Por Livros | www.mentecaptosporlivros.blogspot.comA primeira coisa que eu notei em Seraphina foi a escrita de Rachel: é linda. Leve e com um toque de elegância, sabe, que faz as frases correrem, tão fluídas? As 451 páginas voaram.
Na sinopse já fala tudo, então baseie-se nela.
Numa sociedade entre humanos e dragões com um balanço delicado de paz entre as duas espécies, Seraphina tem um probleminha. A música, inteligente, independente e corajosa garota acabou de conseguir um emprego de assistente do compositor da corte Real, e manter seu segredo fica cada vez mais necessário quando um membro da família real é morto- de forma muito suspeita.
O que era toda a desculpa necessária para que os fanáticos começassem os burburinhos contra os dragões, mesmo que as espécies já estejam em 40 anos de paz.
Ok, Seraphina é uma protagonista muito digna. Independente, interessante, inteligente. Pés no chão, coração na música. Foi divertido ler na voz dela, por que ela tem conteúdo; ela não é vazia, cheia de draminhas superficiais. Como eu já disse, ela é uma protagonista digna e eu ficava com o peito apertado toda vez em que o leitor é lembrado na história do "problema" dela.
Os personagens tem carisma e são realistas; eles não vivem em função do ego da Seraphina (sabe aquela sensação irritante que alguns livros dão, que todo parágrafo tem alguém puxando o saco da heroína, como se a autora quisesse lembrar o leitor toda hora que HEY OLHA AÍ, ELA É PERFEITA E LINDA OKS) e ao invés, cada um deles tem uma série de problemas e bagagens pessoais. Você consegue sentir isso durante a leitura.
Li Seraphina de uma vez só, em uma noite. A história é boa de verdade, e a narração é cheia de surpresas. Houveram momentos em que eu fiquei completamente chocada, horrorizada com a capacidade da Rachel de desenvolver coisas grotescas e bizarras. Mas de uma forma bonita, entende? Falei lá em cima, e irei falar de novo: a escrita de Rachel é terrivelmente elegante. Imagine uma narração deliberada, fluída e com um toque de Laini Taylor.
Ok, então houve alguns leitores que reclamaram do ritmo da história, que acharam com pouca ação e entediante. Sinceramente, a vibe que a história passa é muito sofisticada para acontecer, toda hora, algum tipo de agressão corporal/verbal que mantém a adrenalina lá no teto. Hm, não, o que temos são intrigas, e emoções. Aqui vai uma metáfora simples mas prática: ler Seraphina é como passar a tarde inteira deitada na rede da sua casa; é fácil, relaxante e gostoso.
Para os leitores apaixonados e os aspirantes à escritor, leia esse livro pela narração de Rachel que se destaca e diferencia do mercado YA; para os amantes de fantasia, leia Seraphina pelo seu mundo monárquico populado por dragões, humano, criaturas míticas e intrigas de Corte. É uma estória saborosa e de bom gosto, eu garanto.
E se vocês acharem que fui vaga, de nada. Mergulhem na história de olhos fechados e se surpreendam.