Trilogia suja de Havana

Trilogia suja de Havana Pedro Juan Gutiérrez




Resenhas - Trilogia Suja de Havana


48 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3 | 4


Debora 26/05/2019

Relatos que se aproximam do realismo mais duro
Um relato que nos aproxima das mazelas de Cuba nos anos 90. Muita dificuldade, falta, pobreza. Muito sexo, rum e maconha. Os relatos são interessantes, até que começam a ficar repetitivos. É difícil manter interesse ao longo das quase 400 páginas, pq, ao fim e ao cabo, não há muito de novo naquele ambiente.
comentários(0)comente



Nivia.Oliveira 11/05/2019

Não só história, mas contos picantes!
Mais uma viagem. Desta vez para Havana, Cuba. Imagine o país em plena crise dos anos 90. É claro que o autor fala das mazelas do socialismo e da história deste país que optou por muito tempo não se render ao capitalismo. O povo passando necessidade de tudo... mas lutando para sobreviver, como podia. Mas o autor, Pedro Juan Gutiérrez, quis dar a essa gente um alívio e optou por contos picantes. Ufa! Cada "romance" que assustaria os leitores mais pudicos.
comentários(0)comente



TalesVR 19/08/2018

Ao Mestre, com carinho
Me permitam dizer uma coisa, mas tenham calma ao ler: Pedro Juan Gutierrez é o caso clássico de aluno que ultrapassou o mestre, que nesse caso é o Bukowski. Aqui não presenciamos somente o caos de um homem, mas de todo um povo, de um país. Regado à muito rum, os personagens se constroem por meios de contos recheados de uma sacanagem envolvente ambientada em uma Havana destruída pela crise econômica dos anos 90. É muito mais fácil de se identificar com a situação, com o calor, com a miséria, o torpor social. É Cuba, mas poderia ser Brasil.

Só faço uma ressalva: penso que o Pedro se perdeu na hora de terminar o livro. Tantas mulheres, rum e maconha consumiram o ardor criativo do final, mas nada que atrapalhe a obra.
comentários(0)comente



Dani 02/07/2018

Um belo retrato de Cuba nos anos 90. Eu li enquanto estava viajando por lá e foi muito louco passar pelos lugares que estava lendo no livro.
comentários(0)comente



Dani.Menezes 28/04/2018

Sórdido!
Rum, sexo sujo, miséria e misticismo.
Uma Cuba miserável na década de 90.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Pipoco 16/03/2017

Sujo, impactante e muito corajoso
Gosto muito da escrita de Pedro Juan Gutierrez, apesar de algumas críticas que o autor recebe (algumas, inclusive, considerando o autor uma pessoa racista e cheia de outros preconceitos).
Enquanto escritor, acho sua narrativa brilhante: de maneira direta, expõe(-se) em um texto que flui e cativa.
Enquanto personagem, recria-se a todo tempo, reinventa-se e, mais que isso, "dá a cara a tapa".
Confesso que há, como em outras obra em que o próprio autor se apresenta como personagem, certa valorização e heroísmo em algumas passagens (e um amor gritante pelo seu órgão sexual e as proezas às quais o submete).
O título não poderia ser mais perfeito. Trata-se, de fato, de uma série de relatos sujos, lascivos, por ora assustadores, alarmantes e deveras sexuais.
Vale a leitura, definitivamente, mas a mente deve estar aberta e os julgamentos devem ser evitados.
Rosa Santana 08/11/2019minha estante
Estive em Cuba e constatei que para ver Td por lá ?a mente deve estar aberta e os julgamentos devem ser evitados!?
Gostei do livro; gostei de sua resenha; gostei de Cuba!!




Na Literatura Selvagem 03/09/2016

A escrita envolvente de Pedro Juan Gutiérrez em Trilogia Suja de Havana
A acabei me apaixonando pela escrita de Pedro Juán Gutierrez há alguns anos, um escritor Cubano, de 63 anos, que me fascinou desde o primeiro conto de seu livro Trilogia Suja de Havana...

Nascido em Matanzas - Cuba, em 1960, Gutiérrez é um famoso escritor, pintor e jornalista. Famoso por sua forma de narrativa, já trabalhou em diversas funções ao longo da vida, antes de se tornar escritor, inclusive já cortou cana e foi locutor de rádio. No jornalismo, tem 26 anos de carreira. Apesar das dificuldades pelas quais passou, é um grande escritor de prosa e poesia. Vive em Havana e suas atividades hoje são exclusivamente a pintura e literatura. Além de Trilogia suja de Havana, outros livros publicados seus são: O Rei de Havana, Animal tropical, O insaciável homem-aranha, Carne de cão, Nosso GG em Havana, O ninho da serpente: memórias do filho do sorveteiro e Coração mestiço. Há ainda o conto Melancolia dos leões e umas obras em Poesia. Seu mais novo lançamento é Fábian e o caos, e em breve eu trago resenha dele também...

leia mais em

site: http://torporniilista.blogspot.com.br/2016/08/a-escrita-envolvente-de-pedro-juan.html
comentários(0)comente



Jacqueline 26/07/2015

Crônicas cubanas

Uma crônica testemunhal do que o embargo a Cuba ocasionou para a maioria da população.
O sexo funciona como contraponto: aquilo que ainda é democrático, que todos podem ter, que confere autoestima, compensação.
Ler esse livro em Cuba, mesmo que em outra época, faz a gente ver vida nas ruínas, muitas delas ainda habitadas, e ajuda a entender parte das suas flagrantes contradições. Recomendo a experiência!
Mas os episódios se assentam em cima de uma perspetiva de olhar do branco heteronormativo que, mesmo fodido, é superior aos outros: herança maldita da colonização!
comentários(0)comente



Angel 10/07/2015

Trilogia Suja de Havava
Um livro espetacular! Resenha completa no meu blog.

site: http://cialetraseliteratura.blogspot.com.br/
comentários(0)comente



Raquel Lima 26/06/2015

Fiquei apática a todo o sofrimento...
Após algum tempo da leitura, ainda me é possível sentir a aversão a alguns trechos do livro... No entanto, este sentimento de quase um horror que ele faz sentir é estimulado por uma necessidade quase " Rodriguiana" de estar presente, de não fugir a toda a sujeira, pobreza, devassidão. Em termos de análise social, confesso que é difícil acreditarmos que uma sociedade aceita esta situação... Mas vivemos em um país, que apesar de tantos problemas é democrático, seja simplesmente para fazer campanha em facebook, ainda podemos...
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Ogro 13/04/2014

Sexo + palavrão + miséria = literatura visceral
Existem duas formas de encarar este livro,um conjunto de contos , ou talvez melhor chamá-los de historietas, mais ou menos amarrados como um "diário":

- a primeira, como um retrato, mais ou menos fiel , de uma parcela da população cubana durante a década de 90, mostrando os piores efeitos do embargo econômico contra Cuba . Quem for pró-Cuba poderá usar o livro para apontar os sofrimentos da população cubana porque é uma sucessão de misérias. Sob esse enfoque político-filosófico, quando em vez , algumas pérolas aparecem,tal qual essa:

Às vezes penso que ao pobre mais convém ser imbecil do que inteligente.

- já a segunda , é encará-lo como ficção ... bem, imagine Jorge Amado na ênfase em sexo , Nelson Rodrigues na parte de análise cínica da sociedade e Plínio Marcos na construção dos personagens, junte tudo isso e coloque 50% de saco-cheio da vida e dá para se ter uma ideia do que são os contos. Cito o exemplo do sublime final de um capítulo, em que o narrador, que está ao lado do amigo que acabou de falecer em decorrência do HIV, encerra da seguinte forma:

Uma mulher se aproximou, tocou meu ombro e disse: Tem de ser forte, meu filho, você tem fé?. Eu me virei e olhei com fúria para ela.Tinha um rosário e uma Bíblia na mão.

- Que forte, porra nenhuma minha senhora! Vá à puta a pariu e me deixe em paz!


Poético, não?

Se você for alguma alma inocente, meio semi-virgem da vida, que assiste documentário sobre vida na favela e prostituição, provavelmente porá a mão na boca pensando que horror,como alguém pode viver assim?

Se você for adulto, brasileiro e já passou por uma zona de prostituição ou por alguma região mais desfavorecida, trabalhando como uma ONG ou como professor de escola publica que teve contato com a realidade das famílias vai pensar "grans coisas!"

Achei chato e terminei de teimoso ; mérito, acredito eu, é pela linguagem explícita, às vezes escatológica e a crueza de caracterização de uma sociedade vivendo em um ambiente de profunda repressão econômica e vista como modelo por uma parcela significativa da intelectualidade brasileira.
comentários(0)comente



jota 03/04/2014

Sujo, Sórdido, Surpreendente
Depois do esfacelamento da União Soviética e com o embargo americano logo em seguida Cuba se tornou um dos países mais decadentes da América Latina. E igualmente um dos mais pródigos do mundo em sacanagem, conforme o livro de Juan Pedro Gutiérrez. Aumentaram consideravelmente a putaria, as maracutaias, os jeitinhos e especialmente a sujeira, com muitos ratos e baratas e esgoto a céu aberto.

Os carros antigos, alguns até mesmo puxados por cavalos, e edifícios em ruínas (num dos quais vivia o autor) continuam por lá; os racionamentos de todo tipo e o controle do Estado sobre as pessoas também (lembram da blogueira Yoni Sánchez, que visitou o Brasil e foi hostilizada pelos petistas, impedida até de falar?). Alguns vizinhos do autor criavam galinhas e porcos nas coberturas dos edifícios pois carne era artigo raro e caro (e deve continuar sendo, não sei), praticamente apenas para servir estrangeiros e autoridades, sabe como é, não? E para o povo, mandioca...

Assim era a vida em Havana e em outras cidades do país nos anos 1990 - o livro foi publicado originalmente em 1998 mas não em Cuba e continua inédito por lá até onde sei. Não exatamente por proibição governamental, mas por conta do medo dos próprios editores do país em publicá-lo – sob a ditadura castrista quem tem editora tem medo, se me entendem.

A Cuba atual comparada com a do livro deve ter se modificado muito pouco (apenas superficialmente, na verdade; quando Fidel entregou o poder para o irmão Raul) e agora vai contar com um moderno porto financiado pelo generoso governo petista que flerta preferencialmente com governos ditatoriais ao redor do mundo. Há pouco tempo o poste que nos governa esteve em Havana beijando as mãos de Fidel, seu grande ídolo depois de nosso “ex-presidente em exercício”, seu criador.

A trilogia suja de Havana (e bota sujeira, suor, sêmen, urina e muita merda nisso), e talvez seja aconselhável ler esse livro usando luvas descartáveis, se divide em três partes: Ancorado Em Terra de Ninguém é bastante autobiográfica, Nada a Fazer trata quase que exclusivamente das neuroses de JPG e Sabor a Mí (nome de uma canção mexicana conhecida internacionalmente) revela por completo o ficcionista que já habitava Gutiérrez em outros tempos – ele era jornalista e depois foi banido da profissão. Em Cuba, como se sabe, jornalismo só pode ser a favor do governo. Também na Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador, etc., todos muy amigos de Fidel e dos petistas, então a coisa nessas republiquetas bolivaristas não está para peixe e muito menos para foca...

Bem, as três partes do livro apresentam histórias curtas, de poucas páginas, como se fossem capítulos breves. A maioria tem como personagem principal o próprio autor fazendo, aos quarenta e quatro, quarenta e cinco anos, um balanço de sua vida erótica e caótica. Caótica sim, mas não exatamente erótica; sexual de fato, depravada ao máximo. O tempo todo JPG chama as coisas por seus nomes chulos mesmo: pau é pau e pedra é pedra, se me entendem novamente.

São histórias mais ou menos independentes umas das outras, feito contos e que quase sempre envolvem sexo, trapaças, bebedeiras, consumo de drogas ilícitas, brigas de casais ou de vizinhos, prostituição, problemas variados dos habitantes (falta de grana, comida, moradia, saúde, trabalho, transporte, higiene), etc. Ou todas essas coisas juntas, em alguns casos.

O retrato que Gutiérrez faz do país, do povo cubano e de si mesmo é carregado nas tintas ficcionais e autobiográficas e resulta sórdido, sujo, deplorável. Em suma, extremamente negativo para todos; ele avacalha com tudo mesmo, porque a realidade em que vivem os habitantes da ilha é cruel, assombrosa. Daí talvez porque o livro continue inédito em Cuba. Se incomoda o leitor, imagine então aquelas múmias comunistas, no poder há mais de cinquenta anos...

Mas esse quadro dantesco foi pintado por alguém que, como informa a editora brasileira da obra, “nasceu e cresceu na utopia da Revolução Cubana.” E que, portanto, sabe muito bem do que fala e escreve, conhece a fundo o país e sua gente. Embora JPG aborde questões políticas apenas superficialmente - em entrevista à revista VEJA tempos depois do lançamento do livro no Brasil ele dizia que não apreciava ser manipulado nem por cubanos nem por americanos.

Em suas próprias palavras: “(...) não me interessa, ou não quero, ou não devo, fazer análise política. Minha obra não é jornalística, nem sociológica, nem antropológica.” Ele queria (quer) ser reconhecido por seu trabalho literário, claro. E não queria, como muita gente em Havana e no resto do país, se mudar para Miami ou outra parte dos EUA. Desde que tomem muito cuidado com a política, com o que falam ou fazem, as pessoas sempre acabam dando um jeitinho de sobreviver em Cuba, se acomodam sem grandes dramas, vão levando a vida assim - ou, como naquele samba de Zeca Pagodinho, vão deixando se levar pela vida.

Nem todo cubano tem vontade ou coragem de tentar entrar nos EUA navegando numa balsa precária, talvez ser devorado pelos tubarões muito antes de avistar Miami. Ao escrever sobre essas coisas – a sobrevivência em si - Gutiérrez fez de Trilogia Suja de Havana um livro admirável. Também o mais sujo em que eu tenha posto os olhos alguma vez, em que uma pessoa se expõe sem reservas, tão aberta e completamente como nunca antes na história da literatura daquele país (sic). Ou de qualquer outro país, talvez.

Mas fico me perguntando como é que um sujeito como Gutiérrez (tem a foto dele na orelha do livro e também na internet) que não é exatamente nenhum galã, muito longe disso, consiga (ou conseguisse) transar com tantas mulheres e com tanta frequência. Parece que cubanos e cubanas só pensam naquilo, até mesmo as pessoas idosas, que falam de seus desejos sexuais e de suas transas com tamanha naturalidade e atrevimento de, imagino, deixar corados os personagens mais atrevidos e sacanas de Jorge Amado. Seriam os ares do Caribe?

O que é certo também é que se muita gente se oferece (mulheres e homens), se prostitua em Havana especialmente, onde há mais turistas estrangeiros, é para ter o que comer, levar alguns dólares para casa, sobreviver, enfim. Mas a maioria das pessoas - ou personagens do livro -, independentemente de qualquer coisa, gosta mesmo é de uma boa sacanagem, quase sempre regada a álcool (rum, na maioria das vezes) e fumo (com muita maconha rolando o tempo todo, não apenas cigarros ou charutos); também há quem gosta de ser esbofeteado durante o ato sexual.

A sexualidade exacerbada, desbocada, atrevida, domina o livro do começo até o final. E Gutiérrez vai bem longe nisso: também inclui na narrativa casos extremos, envolvendo estupros, viadagem, necrofilia e pedofilia; são relatos em que a barra pesa, de fato. É este então um livro mais do que sujo, pornográfico mesmo? Para algumas pessoas, sim. Embora pareça, pareça muito, não se pode dizer que Gutiérrez tenha escrito um livro pornográfico – Trilogia Suja é assim uma espécie de A vida como ela é em Cuba. Ou como foi até pouco tempo atrás. Ou continua sendo, não sei.

Acho difícil que Trilogia Suja de Havana deixe alguém sexualmente excitado. Penso que seja muito mais fácil que fique brochado, até mesmo enojado grande parte do tempo. Se JPG quis nos impressionar ou chocar, se nada do que conta é verdadeiro, então ele é um ótimo ficcionista. Mas se tudo o que diz é verdade então ele é um ótimo antropólogo social. No final da leitura acaba-se concluindo que ele é ótimo tanto numa coisa quanto noutra. Uma certeza que já vinha se cristalizando desde as primeiras páginas deste livro surpreendente.

Lido entre 24/03 e 03/04/2014.
Daniel 04/04/2014minha estante
Engraçado, nos livros de Reinaldo Arenas, outro cubano, também impressiona a quantidade de parceiros... Parece que na ilha de Fidel, só pensam mesmo naquilo


jota 04/04/2014minha estante
Pois é, Daniel. Conhecidos meu que estiveram em Havana afirmaram que em muitos lugares homens e mulheres praticamente se atiravam em cima dos turistas, com apelos sexuais. Mas era a época mais brava da crise dos anos 1990, justamente o período que o JPG trata. Não sei como as coisas andam agora. Não tenho muita simpatia pelo país, por conta da ditadura e dos negócios petistas por lá.


Alê | @alexandrejjr 22/07/2021minha estante
Baita resenha, Jota!


jota 22/07/2021minha estante
Obrigado, Alê, é que o livro é muito bom, influencia meus comentários.




Amarildo 14/11/2013

Fantástico
Pedro Juan é um dos meu autores preferidos pela forma direta como escreve, jogando a maçaroca da realidade na folha de papel, como ele mesmo diz. E esse livro não é só sobre a Havana da crise dos anos 1990, agravada no país caribenho por conta do desonroso embargo à economia da Ilha: é sobre toda uma série de países, o Brasil entre eles, que sofreram durante esses anos com problemas econômicos graves. A diferença é que, ao que parece, aqui no Brasil ou as pessoas possuem parcos conhecimento de nossa história, ou são tão dissimuladas a ponto de não reconhecerem que também aqui ocorreu (e ainda ocorre) muitas dessas situações que Trilogia Suja de Havana apresenta.
comentários(0)comente



48 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3 | 4