Trilogia suja de Havana

Trilogia suja de Havana Pedro Juan Gutiérrez




Resenhas - Trilogia Suja de Havana


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Cesare 10/09/2013

Puta merda, que LIVRO!
Este livro é um dos melhores que eu li. Apesar de relatar toda a luta pela sobrevivência em meio a uma Cuba desesperada que passa por uma crise tremenda, Pedro Juan consegue nos acrescentar fragmentos maravilhosos.

Com uma maneira desbocada, crua e imunda de narrar a realidade onde vive, o autor consegue ser engraçado, mesmo em situações precárias.

É uma leitura indispensável!
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Arsenio Meira 23/08/2013

"Now all the criminals in their coats and their ties/Are free to drink martinis and watch the sun rise"

Li esse romance em 2007. Depois, em 2011, reli. E, pecado supremo, não o cadastrei aqui. Mas agora o faço, junto com minhas impressões sobre a obra.

Vivendo na Cuba dos anos 90, durante o boicote econômico imposto pelos Estados Unidos, Pedro Juan descreve a miséria, a fome e a falência do sistema público do país através do seu pequeno universo. É a partir do seu dia-a-dia e dos acontecimentos que o cercam, que ele aproveita para tecer comentários, denunciando de maneira indireta toda a degradação humana da população cubana.

Escrito em forma de contos, segue uma seqüência não-linear, mas que se completam, mantendo uma certa ordem, construindo uma visão ampla e particular de Cuba. Os personagens aparecem, depois somem, mas isso não se torna um problema, Pedro Juan conta sua história em episódios, de maneira simples e com frases impactantes merecedoras de grifo.

"Trilogia Suja de Havana" é o típico livro que só deveria ser vendido em sebo. Vendê-lo numa mega-store de shopping center é tão descabido como vender champanhe no carnaval de Olinda. Isso porque o livro é sujo, violento, repulsivo e deprimente. É poético.

Pedro Juan Gutiérrez sabe como despertar aversão numa pessoa. Segue o mesmo estilo de John Fante e Charles Bukowski, mas com um peso de rabugice tremendamente maior. Não tem o aspecto de aventura junkie de Fante ou Bukowski, é muito mais denso. Fante e Bukowski parecem light, higiênicos, dois coroinhas perto de Pedro Juan.

A diferença talvez venha do ambiente: uma realidade brutal e repugnante bem parecida com a apresentada por Paulo Lins em "Cidade de Deus" e Rubem Fonseca no conto "Feliz Ano Novo." É a mistura do estilo dos junkies americanos com a miséria social da América Latina.

Em meio a tudo isso, Pedro Juan ainda consegue demonstrar sua sensibilidade. Escrito num período de reavaliação, ele expõe todos os conflitos e angústias, crises e desilusões de alguém que chegou aos quarenta anos e decidiu mudar de vida.

Estraçalhado por amores do passado, ele vai aprendendo a conviver com a solidão, se endurecendo, tentando sobreviver sem luxo, à base de sexo, rum e maconha.
Carlos Patricio 25/02/2014minha estante
ótima dica que vc me deu, amigo Arsênio!
Livro sensacional mesmo


Arsenio Meira 25/02/2014minha estante
Grande Carlos!
O romance é transgressor, mesmo. Muito bom.
Abraços do amigo
Arsenio


Carla 27/03/2014minha estante
Olá, Arsenio.
Resenha ótima. Disseste tudo sobre esse livro que, realmente, vale a pena ser lido.

Outra coisa que achei interessante é o fato de não ser mais um livro de escritor cubano refugiado que cai no mesmo nicho de escrever contra a política socialista cubana etc, etc. Pedro Juan descreve a Cuba suja, cruel e miserável da época mas não adentra em seus entraves políticos. Tanto é que vive lá até os dias de hoje.

Abraço.


Arsenio Meira 27/03/2014minha estante
Oi Carla,

Obrigado pelas generosas palavras. E você tocou num ponto crucial: pra fazer literatura, não necessário panfletarismo, mas sobretudo saber escrever visceralmente. É o caso do Pedro Juan. Abraços




Dose Literária 23/07/2013

A linguagem 'suja' de Gutiérrez...
Nascido em Matanzas - Cuba, em 1960, Gutiérrez é um famoso escritor, pintor e jornalista. Famoso por sua forma de narrativa, já trabalhou em diversas funções ao longo da vida, antes de se tornar escritor, inclusive já cortou cana e foi locutor de rádio. No jornalismo, tem 26 anos de carreira. Apesar das dificuldades pelas quais passou, é um grande escritor de prosa e poesia. Vive em Havana e suas atividades hoje são exclusivamente a pintura e literatura. Além de Trilogia Suja de Havana, outros livros publicados seus são: O Rei de Havana, Animal Tropical, O Insaciável Homem-Aranha, Carne de cão, Nosso GG em Havana, O ninho da serpente: memórias do filho do sorveteiro e Coração mestiço. Há ainda o conto Melancolia dos Leões e umas obras em Poesia.

Com uma linguagem suja [como o título sugere], perversa, cheia de sexualidade depravada e decadente dos habitantes de um prédio com risco de demolição, na cidade de Havana, Pedro Juán nos faz embarcar num universo cheio de degradação, pobreza, desesperança e, apesar de tudo - aceitação.
Continue lendo... http://www.doseliteraria.com.br/2013/03/trilogia-suja-de-havana-pedro-juan_20.html
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Marilda 22/11/2012

Ahhhh Pedrito! Sua narrativa parece uma salsa. Cheio de gingado, remelexo e erotismo cru. Amo-te!

O melhor escritor vivo! Com certeza!
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Aerton 22/02/2012

Bem escrito porém,,,
Pedro Juan Gutiérrez retratou um período difícil do povo cubano. Os anos 90. Nota-se grande talento em escrever. Dei duas estrelas devido a repetição desnecessária de temas que são excessivamente abordados. Atrevo-me a dizer que há até uma propaganda enganosa. Na contra-capa do livro encontramos frases como: " Com uma linguagem direta, aborda temas como sexo, fome, desencanto, luta." Na orelha do livro diz "esta é uma narrativa sensual e poderosa". Essas descrições não são fiéis ao que a obra apresenta. Sensualidade é uma coisa, pornografia é outra. O leitor que tenha um mínimo de pudor ficará chocado com essa obra. Enfatiza-se demais a sexualidade apresentando-a de um modo promíscuo e sujo. Palavras do mais baixo calão são descritas como "linguagem direta". Posso ser apedrejado por estar dizendo essas coisas. Muitos comparam a Bukowski.As obras de Bukowski são hinos de igreja comparadas a Trilogia. Nada contra o autor, mas es sinopses deveriam ser mais francas ao apresentar a obra. Enfim, considero a obra um livro erótico com pano de fundo social. A proporção dos temas é:
Sexo 75%
Fome 10%
Desencanto 10%
Luta 5%
tetê 18/07/2013minha estante
o que transforma a sexualidade numa coisa "suja" na sua opinião?


Elenai 16/08/2013minha estante
tetê, sexualidade é uma coisa, sexo é outra!
Entendi que na resenha do Aerton, quis dizer que a forma em que o autor apresenta o tema é "suja"!




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Danni Flauto 25/01/2011

A Trilogia Suja de Havana
O livro mostra muitíssimo bem como as pessoas viviam em plena revolução cubana.
O autor mostra como as pessoas se viravam na crise e até como eram nas suas intimidades.
Nos trás a história sem “maquiagem”. Sem muito mais o que dizer, apenas indico.
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brunoimbrizi 17/08/2010

Duas irmãs e eu no meio (pág. 23)
Foi o que fiz. Atravessei aquele bairro de gente muito pobre, mas pelo menos me respondiam e me orientaram bem naquele labirinto de barracos de lata e madeira podre e pedaços de tijolo e entulho jogados fora pela fábrica. Quando cheguei ao casebre de Hayda, ela estava tomando banho. Veio abrir a porta de calcinha e sutiã, meio molhada, e quase nem falamos. Foi uma boa foda. Deixei que ela tivesse seus orgasmos. O primeiro foi com a minha língua. É incrível, mas sempre acontece com ela. Só de sentir a língua raspando clitóris acima já dispara o primeiro orgasmo. E continuei, sem pressa. Gosto dessa mulher. Vira de costas para que eu coma a sua bunda. Já tinha me falado que com o marido - ela tinha casado três anos antes - não conseguia. O negro tem uma pica de negro e isto impedia algumas acrobacias. Suamos muito. É uma casinha muito pequena, com o teto bem baixo, dois quartos e um banheiro. Afinal não agüentei mais e gozei. Como sempre. Eu grito e me desespero nos orgasmos. É como se voasse pelos ares e despencasse lá do Sol. Igual a Ícaro quando caía depenado em direção ao mar. Ufa, terminamos, Ficamos um tempo olhando para o teto, exaustos. Eu exausto. Ela nem tanto. Nunca se cansa, mesmo que tenha dez orgasmos quer mais e mais. Mas o calor era sufocante, Ela disse: "Aproveita que tem água e toma um banho." Não havia sabão. Perguntei.
— Não tem sabão, Pedrito. Já nem lembro da última vez que vi sabão aqui.
— Então você toma banho só com água?
— Claro, que remédio!
Joguei umas latas de água no corpo. Fiquei do mesmo jeito. Sem sabão não se eliminam o cheiro, a unidade, o suor. Então me enxuguei e botei a roupa. Ela também, e nos sentamos para conversar um pouco.
— Vou pra putaria em Havana. Não posso continuar assim.
— Está doida, garota? Você é muito ingênua para isso...
— Olha só: só tenho duas calcinhas, e as duas rasgadas. Um lixo. Sem sabão, sem comida, sem nada. Eu continuo trabalhando na policlínica por inércia. Nem sei pra quê. Caramba, não dá para suportar... E o imbecil do meu marido... Ah, eu não agüento.
— Ele não é imbecil, Hayda. Os tempos estão muito duros e é difícil arrumar uns dólares.
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Aline 24/05/2010

Considerei terminado
"Trilogia Suja de Havana" é uma obra bem escrita, com linguagem bastante popular e traz uma descrição pormenorizada da sociedade cubana durante a crise dos anos 90. No entanto, acho que o autor poderia ter variado um pouco mais a temática ao longo das 300 e tantas páginas. Ler o livro de uma vez só seria uma overdose de pobreza, criminalidade, peitos e bundas, violência, fedores e podridão. Depois de umas 100 páginas, empaquei na mesmice, pulei alguns contos e abandonei outros, até que finalmente considerei a leitura terminada.
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Victor 08/02/2010

"Realismo Sujo", como o próprio Pedro Juan o descreve
Um livro para se surpreender, para descobrir um escritor cubano de escrita singular, que preza pela simplicidade das frases curtas acreditando que, em bandos, ganharão força e se tornarão grandes. Contos reais ou fictícios que jamais chegam a beirar o fantasioso, apenas hiperbólicos de quando em quando por mérito do rumo que as coisas tomam e de onde elas pretendem chegar. Humor, crueldade, ingenuidade, promiscuidade, nu, cru, sujo e tão real quanto uma briga de vizinhos de uma comunidade pobre. Se alguém morre no pega-pra-capar é apenas uma consequência da rotina.
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El Cote 28/01/2010

Excelente
Uma narrativa direta e suja do dia a dia de Havana na primeira pessoa do escritor. Tem ritmo, peso e prende o leitor. Muito interessante saber como é a visão interna do regime por alguém com consciência e noção crítica.
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Vanessa 04/10/2009

Pegue uma Cuba dos anos 90, misture miséria, falta de dinheiro, irônia anárquica ao governo e sexo. Muito sexo por sinal. O resultado é um relato cruel e sujo, pesado de críticas e verdades sobre uma Havana esquecida e parada no tempo, presa a um circulo vicioso. E de vícios, Juan Gutierrez é imbatível. Desde cigarros, charutos,maconha,rum e sexo até poesia. Porque em cada relato, há sim, poesia escondida por detrás de cada palavra. De uma maneira sutil, ele consegue despertar a mais incomoda aversão em uma pessoa, claro, deixando que ela peça por mais e mais, como no sexo, coisa no qual, se considera um mestre.

Algo que somente ele é capaz de fazer num país como Cuba, num continente de saudosismo como a América.

(E com o perdão da palavra, um verdadeiro Henry Miller tropical com acesso a internet. Uma vez por semana e monitorada, claro. Afinal, é nosso homem em Havana)
Carla 27/03/2014minha estante
Olá Katrina,
Na verdade não acho que Pedro critique diretamente Cuba ou fale sobre a política e tal; Acho que ele apenas narra a verdade da Cuba dos anos 90, período mais agudo do processo de transição socialista no país.




Thais Nicolau 09/09/2009

CUBA, PAÍS DE CONTRATES
Iniciar a leitura de qualquer livro é como estar disposto a conhecer o mundo sobre uma bicicleta - é preciso estar disposto a embarcar na aventura.
Ler a obra de Pedro Juan Gutiérrez é conhecer Cuba distante das suas questões meramente políticas, é embarcar na natureza humana sem qualquer pudor de sexo ou religião.
Esta é a obra que nos apresenta o homem, Cuba, seus drinques, belezas e podres.
Recomendo !!!!
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Ronnie K. 30/03/2009

Livro sujo!
A verdade é essa: o contexto, o cenário, a ambientação, o clima social e político em que discorrem as narrativas desse livro são por demais interessantes. Diria mais: são sensacionais! É a época do Grande Êxodo cubano em direção aos EUA, após a derrocada do Socialismo pós-muro de Berlim, e o fim do apoio da extinta URSS. Vuslumbramos uma Havana destroçada pela pobreza, pela crise econômica, tentando sobreviver a qualquer custo em meio às ruinas (morais e materiais). Porém o tom não é pesado nem pessimista. A alegria natural desse povo se sobressai, a ginga, as danças, a sensualidade, o humor. De tanto sexo e excreções mostradas esse é um livro sujo, quase literalmente sujo! Os pequenos contos fatalmente têm seus ápices em descrições nada sutis de sexo explícito e todo tipo de perversões. Evidentemente que isso em si não constitui nenhum problema. Contudo o fato é que na maior parte das vezes essas inserções soam algo como forçado. E aqui começam os defeitos desse livro. Vejamos... O que é preferível: Um grande e belo estilo literário, em que prevaleça o brilho da forma em detrimento do conteúdo, ou o contrário, muito a se contar, uma fertilíssima imaginação, a serviço de um estilo pobre e simplista? Porque aqui se dá a segunda opção. Há muito o que se dizer, ou pelo menos uma imaginação muiuto boa (o que no fundo dá na mesma), há a apresentação de uma realidade que muitos sempre foram curiosos por conhecer (A Cuba fechada e idealista de Fidel, embora não há maiores comentários políticos nos contos), há muitos muitos tipos retratados. No entanto o estilo de Pedro Juan infelizmente não é dos melhores. Frases curtas, mal elaboradas. Os diálogos definitivamente não soam espontâneos! E isso incomoda bastante. Contudo, pela riqueza do material que dispõe, é um livro que merece ser lido.
tetê 18/07/2013minha estante
eu acho que as frases curtas deram um ótimo efeito no livro,nao acho que ficou mal construido, ficou ...rápido,mas muito bom, nao sei como explicar


Rosa Santana 18/01/2020minha estante
Concordo com vc, Tetê!
Gosto de frases curtas, elas dao fluidez à leitura!




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