Os Três Estigmas de Palmer Eldritch

Os Três Estigmas de Palmer Eldritch Philip K. Dick




Resenhas - Os Três Estigmas de Palmer Eldritch


75 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


spoiler visualizar
comentários(0)comente



@tigloko 25/05/2022

Alucinante e bizarro!
Sei nem o que dizer desse livro. Uma história viajada até demais. Não consigo explicar a sinopse kkk basta dizer que é uma mistura de brigas corporativas, drogas alucinógenas, viagem temporal e colonização espacial.

Foi difícil embarcar no livro, o autor tem um estilo de te jogar na história e aos poucos fui me acostumando. Já tinha lido alguns contos dele então não foi uma surpresa total esse estilo. Depois que eu me situei, é um livro que me prendeu bastante a atenção.

Sobre a história, apesar de usar elementos comuns da FC da época, achei ela bem original. Ela vai para caminhos que eu não esperaria encontrar em algo do gênero, talvez hoje em dia sim.

Confesso que não comprei por inteiro o conceito por trás da história. Se eu comentasse seria spoiler kkk. Mas foi uma viagem muito louca esse livro, curti muito!
Gabriel1994 10/08/2023minha estante
É baseado em um conto dele mesmo. Sem ler o conto fica demorado a imersão. Mas a história é sensacional e super inventiva!!


@tigloko 10/08/2023minha estante
Opa, vou procurar esse conto pra ler, obrigado pelo informação ?. É realmente um ótimo livro!




Victoria (Vic) 27/03/2022

meu deus eu não entendi quase NADA desse livro mas adorei????? kkkkkkkkkk
bem black mirror e twilight zone, adorei a realidade alternativa da Pat Insolente (pseudobarbie) e gostaria MUITO que fosse mais explorado.
eu não sei muito sobre o que falar porque realmente to bem confusa depois da leitura. gostei e recomendo pros fãs de ficção científica
super confusa após o final
continuo tipo ??????
Ricarda Caiafa 27/03/2022minha estante
Se você gostou então é o que importa. Entendeu o suficiente pra te fazer gostar. Livros são assim mesmo, guarde para uma releitura futura.




Antonio Luiz 09/12/2010

Na encruzilhada entre a religião e ciência
Em sua linha de (re)lançamentos de clássicos da ficção científica, a editora Aleph publicou várias obras de Philip K. Dick, ou PKD, como costumam abreviar seus admiradores. A mais recente dessas publicações "Os Três Estigmas de Palmer Eldritch" (248 págs, R$ 42), é também uma das obras mais interessantes desse que é o autor do gênero mais filmado por Hollywood – provavelmente pela habilidade em misturar especulações tecnológicas e parapsicológicas com questões sentimentais, religiosas e existenciais – mas não é para principiantes no gênero.

"Os Três Estigmas", obra de 1965, é representativa da transição entre as primeiras obras do autor, mais convencionais em termos de ficção científica e a fase posterior, cada vez mais ousada e visionária, dedicada à exploração de temas místicos e religiosos. Está em um ponto de equilíbrio compreensível e interessante para os dois tipos de leitor, sem deixar de proporcionar a cada um a possibildade de se colocar em um ponto de vista desafiador, pouco usual.

A obra é curiosa, também, por parecer abordar e antecipar questões atuais na década de 2010, na qual, aliás, está ambientada (por volta de 2016). A Terra está superpovoada, superaquecida e cada vez mais difícil de habitar: a mera permanência sob o Sol por alguns minutos pode matar, os ricos tiram férias na Antártida e equipamentos portáteis de ar condicionado são necessários. Sabe-se que situação está piorando e num futuro não muito distante o planeta ficará totalmente inabitável e todos morrerão, mas mesmo assim continuam levando suas vidas como de costume e resistem a todo custo a ser enviadas como colonos a outras luas e planetas. Para tocar seus programas de colonização espacial, as Nações Unidas recorrem ao recrutamento compulsório.

PKD antecipava os atuais problemas do aquecimento global? Sim e não. O romance não oferece nenhuma explicação das causas do fenômeno, nem sugere se foi ou não provocado pela humanidade. O primeiro artigo científico sobre o tema, de Wallace Broecker, foi publicado na revista Science em agosto de 1975 e a descoberta do “buraco” na camada de ozônio também é dos anos 70. A ideia dessa “Idade do Fogo”, que não é central à trama, pode ter sido lançada apenas para criar estranhamento e contrariar a noção mais comum nessa época de uma nova “Idade do Gelo” ameaçando a humanidade – e só por acaso se tornou (quase) realidade.

Nas suas visões do futuro, PKD se guia muito mais por sua intuição e senso de ironia do que por especulações racionais: medos e desejos contam mais que o princípio da realidade. Por desconhecimento ou por indiferença às leis da física, sequer leva em conta o retardo em comunicações interplanetárias. Personagens na Terra, em Marte e nas luas de Júpiter e Saturno conversam em tempo real por videofone, apesar esses corpos estarem separados por distâncias que mesmo a luz (e ondas hertzianas) levam horas para percorrer.

Outro exemplo é a ampliação do cérebro através da E-terapia (“E” de evolução). Também parece antecipar o “transumanismo” dos anos 80 e 90 e as preocupações e especulações com o uso da engenharia genética para “melhorar” a humanidade, mas pelos meios “errados”. Um equipamento estimula uma imaginária “glândula de Kresy” que supostamente acelera o processo evolutivo de modo a ampliar a inteligência e poderes paranormais na maioria dos clientes, mas funciona de maneira reversa em algumas pessoas, tornando-as mais “primitivas”. Não tem pé nem cabeça em termos evolucionários e biológicos: é exemplo da pior ficção científica de gibi e o autor faz questão de enfatizar isso ao fazer a máquina ser operada na Alemanha por um estereótipo do Dr. Frankenstein, com sotaque alemão e tudo – um “judeu do tipo ex-nazista”, como dirá um personagem.

Outro tema explorado no romance é o uso de poderes paranormais. Como em muitos outros textos de PKD (dos quais "Minority Report" é o mais conhecido, graças a Hollywood) eles são relativamente comuns e rotineiramente empregados por governos e empresas capitalistas para prever tendências de mercado e o sucesso de novos produtos, como faz o protagonista Barney Mayerson para o patrão Leo Bulero.

O cenário também inclui táxis automáticos, controlados por computador – algo que começa hoje a se tornar realidade. A internet é de certa forma antecipada com o “homeojornal” (homeopape, no original), equipamento encontrado em romances de PKD desde os anos 1950 que imprime um jornal personalizado a partir de especificações discadas (sim, como num telefone dos anos 60) em código numérico. Como esclarece o autor em outros textos, o “homeo” é de “homeostático”, no sentido cibernético de ser produzido por um sistema eletrônico autorregulado sem interferência humana. Há também um psiquiatra portátil, “Dr. Smile”, um computador embutido numa maleta que o protagonista usa para multiplicar e agravar suas neuroses e assim tentar escapar do recrutamento obrigatório como colono interplanetário.

Mais próximo do núcleo da trama está o Can-D (“candy”, doce), alucinógeno ilegalmente vendido pelo grupo empresarial de Leo Bulero e extra-oficialmente tolerado pela ONU, do qual os colonos terráqueos em outros planetas se tornaram dependentes. O mesmo Bulero vende, legalmente, bonequinhos e miniaturas nitidamente baseadas em Barbie, Ken e seus acessórios – brinquedos que já haviam sido tema de um conto anterior, The Days of Perky Pat, ambientado em uma Terra pós-apocalíptica.

Neste romance, ao consumir a droga e contemplar os brinquedos, os usuários entram na pele da boneca “Pat Insolente” (Perky Pat, no original) ou de seu namorado Walt e vivem um consumo fútil e despreocupado numa Terra idealizada de antes da “Idade do Fogo”. É uma alienação em comunhão, visto que no grupo que consome em conjunto, todos os homens se tornam Walt e todas as mulheres Pat, compartilhando a mesma experiência e toma um caráter algo religioso.

Outra vez, parece antecipar manias do nosso século – jogos como Second Life e The Sims e o uso de avatares em sites de relacionamento – pelos meios “errados”. Mas também é uma radicalização da experiência mais tradicional de se ver um filme ou acompanhar uma novela de televisão.

O tema do romance, porém, não é nenhuma dessas tantas ideias surpreendentes. Sua função parece ser a de compor um cenário delirante de modo a predispor o leitor a ver a realidade com outros olhos e incitá-lo a pensar para além do senso comum. Também não são os problemas pessoais e sentimentais de Mayerson, que o levam a finalmente entregar-se ao recrutamento e deixar-se conduzir a uma colônia marciana.

O tema é o Mal Absoluto, trazido à baila pela figura de Palmer Eldritch, um empresário desaparecido e supostamente morto em uma viagem ao sistema solar “Prox” (Proxima Centauri), cuja nave inesperadamente reaparece e cai em Plutão. A estranha figura de Eldritch antecipa muitos personagens da ficção cyberpunk dos anos 80 e 90: seus olhos, dentes e mão direita (os “três estigmas” do título, que aludem à Trindade cristã) foram substituídos por próteses metálicas que lhe dão uma aparência inumana.

Segundo a biografia de PKD escrita por Lawrence Sutin, Eldritch lhe surgiu numa visão ao caminhar para uma cabana na qual costumava escrever: “… olhei o céu e vi um rosto. Não o vi realmente, mas o rosto estava lá e não era humano; era um vasto semblante do mal perfeito… era imenso, preenchia um quarto do céu. Tinha ranhuras vazias no lugar dos olhos – era metálico e cruel e, pior de tudo, era Deus.” A imagem tinha raízes na época em que tinha quatro anos e seu pai punha uma máscara de gás para contar histórias da I Guerra Mundial: “esse semblante metálico, cego, inumano me apareceu de novo, mas agora transcendente, vasto e absolutamente mau.” O crítico Adam Corbin Fusco sugeriu que a combinação da máscara de gás com a imagem de Eldritch inspirou George Lucas a criar Darth Vader. Quando menos, deve ter inspirado vários dos personagens mais assustadores da ficção cyberpunk dos anos 80.

Dick reconheceu que tanto Leo Bulero quanto Palmer Eldritch são figuras paternas. O primeiro, rude e inescrupuloso, mas amigável, representa um mal humano e relativo, enquanto o segundo inspira a suspeita de ser um alienígena disfarçado e se mostra diabólico e muito mais que isso. Ao retomar suas atividades, introduz um novo e mais potente alucinógeno, o Chew-Z (“choosy”, exigente), a ser vendido com a boneca Connie Companheira e acessórios. Bolero, ameaçado de falência, planeja assassinar Eldritch, mas logo se vê que os poderes do concorrente e de sua droga são muito maiores do que imagina.

A droga e os brinquedos de Bulero proporcionavam uma fuga momentânea da realidade, uma ilusão que ao mesmo tempo ajudava a suportar uma realidade difícil e afastava e adiava a necessidade de transformá-la (qualquer semelhança com uma passagem famosa do Manifesto Comunista pode ser mais que mera coincidência). Já a nova versão abre caminho a existência em realidades alternativas nas quais os usuários podem se perder por anos, talvez para sempre, ao tentar reviver suas vidas e corrigir o que nelas houve de “errado”, enquanto se passam poucos minutos no mundo “real”.

Mas todos os personagens que aparecem nesses mundos paralelos são Eldritch disfarçado e todas essas realidades se comunicam através dele. Mostra-se um demiurgo que, por meio da droga, dita o destino dos universos e de seus habitantes e desafia as noções do leitor sobre bem, mal, Deus, fé e existência. Representa, talvez, o pesadelo de uma virtualização onipotente, uma tecnologia que aos olhos humanos – demasiado humanos, embora visionários –, de PKD, representa o “mal absoluto” porque supera a própria religião e permite realizar, sem limites, tanto desejos mesquinhos e autodestrutivos quanto projetos grandiosos, mas ao preço da desumanização.
Rodrigo 08/01/2021minha estante
Na minha concepção,Chew-z se refere mais a "Choose" Escolher,faz mais sentido no contexto do livro




Grace 21/05/2023

Magistral
Gostaria bastante de ver o livro indo para telas.
Porém, tenho uma ressalva. A adaptação teria que ser fiel ao livro.
comentários(0)comente



Gabriel1994 10/08/2023

Suas mãos estão virando garras... você tomou aquela Chew-Z?
Mais um livro concluído do mestre da ficção científica futurista, das histórias psicodélicas e das viagens paralelas, Philip K. Dick.

Uma aventura e jornada muito, muito interessante!!


No livro Os Três Estigmas de Palmer Eldritch a droga Can-D é a dona do pedaço no planeta colonizado de Marte. Essa droga auxilia em uma imersão paralela dos colonizadores, que pouco tem para se entreter nesse mundo novo e difícil. A Can-D permite ao usuário se conectar a um mundo miniaturizado onde os personagens principais são Pat Insolente e seu namorado. O homem e a mulher que faz o uso da aclamada Can-D se personifica nos personagens por um período (Um The Sims de tabuleiro, basicamente).

Leo Bulero, um dos principais personagens, é um empresário e investidor de sucesso na Terra, idealizador "secreto" da Can-D e dono de uma empresa que fabrica objetos miniaturizados para serem vendidos para os usuários de Can-D em Marte como uma maneira de aprimorar a experiência virtual, através da realidade paralela que são inseridos consumindo a droga. Barney Mayerson é um outro personagem importante e interessante dessa história, ele é um precog (uma espécie de "vidente", mas com um percentual de acertividade, dependendo do nível do "dom de precog" que prevê coisas e acontecimentos breves, utilizado para auxiliar no desempenho da empresa), consultor e conselheiro de Pré-Moda da empresa de Leo Bulero (chefe de Barney).

A realidade da empresa e de ambos os personagens mudam quando surge uma droga concorrente chamada Chew-Z. Produzida por Palmer Eldritch com a promessa de refutar a pioneira Can-D, trazendo uma melhor e mais profunda imersão ao usuário. Prometendo uma experiência mais realista e descartando a necessidade de se utilizar um tabuleiro miniaturas para criar uma realidade paralela. Através de um mecanismo, podendo você com sua própria mente e a utilização da Chew-Z viajar por conta própria em uma realidade paralela.

Essa nova droga afronta Leo Bulero, sua empresa e seus investimentos e o influente empresário vai atrás de respostas em relação a nova polêmica droga Chew-Z, elaborada por Palmer Eldritch, mas o que ele descobre é algo além do seu conhecimento e domínio. Um Q de questões em leque esperam os personagens principais para revelar os segredos por trás de Palmer Eldritch e sua inventiva droga alucinógena.



Eu gostei bastante desse livro! Não quero ser chato, dar aquele discurso que se escuta e lê muito em relação ao Stephen King, por exemplo, mas um conselho que eu daria, para antever o leitor em relação ao mar de criatividade de Philip K. Dick, seria ler livros de contos do autor antes de mergulhar nesses romances mais elaborados.

PKD tem um universo com suas previsões, quinquilharias e criações. O Vidfone é um elemento clássico, tem os precogs, naves, seres e tecnologias inventadas, além de um convite a uma imersão psicodélica bem viajada!

Já puxando o gancho... O que é um elemento que me fez apaixonar pelas obras do autor! Adoro o Sci-Fi futurista e todo esse elemento alucinógeno e psicodélico que ele transmite para a narrativa. É surreal e genial a maneira como ele conseguiu translucidar a experiência psicodélica para a obra! A maneira como PKD explora os universos paralelos e as realidades adaptadas é uma bagunça gostosa de se ler! Certamente estive mergulhado e captado por essa imersão fantástica que foi Os Três Estigmas de Palmer Eldritch.

Voltando um pouco na ideia de "Leia os contos primeiro..." Vou explicar o motivo: CLARAMENTE, CERTAMENTE, OBVIAMENTE, COM TODA CERTEZA... Um dos motivos pelo qual me senti familiarizado com a história desde o começo da leitura foi pelo fato de ter captado e colhido referências do conto "Pat PaFrente" ou "Pat Insolente" presente no livro O Pagamento de Philip K. Dick.
Nesse conto o autor vai abordar a história de uma galera "colonizadores" que vivem em Marte e como um método de comercialização, entretenimento, distração e até socialização... por conta da escassez e difícil vida no planeta... Eles usam um tabuleiro com uma personagem e um mundo miniaturizado para ter uma imersão e fuga da realidade tediosa e limitada que eles vivem. Nesse conto a história é breve e o motivo pelo qual ela tem ligação total com o livro é que a história termina com colonizadores de uma cabana, fazendo uma espécie de "jogo" com uma galera de outra cabana que também tem um tabuleiro com um personagem, e eles fazem uma fusão no fim das contas e os dois personagens (Pat Insolente e o namorado dela que esqueci o nome) passam a fazer parte de um tabuleiro só! E esse livro (no qual estou lhes resenhando) começa com esses dois personagens fazendo parte do mesmo tabuleiro, com toda a ideia de colonos em Marte, vida escassa e uma maneira virtual e paralela de se distrair e fugir da realidade.

Foi uma coincidência muito boa! Relembrei de muitas coisas desse conto durante o começo da leitura e isso foi crucial para que eu avaliasse bem o livro e me conectasse com a história tão rapidamente!

Gostei muito de ter lido. Todos os elementos colocados e explorados pelo autor, fizeram parte e encaixaram no universo perfeitamente.


*Obs* comentei sobre o conto no qual o romance se baseia, do mesmo autor e tudo mais, pois vi que uma galera avaliou negativamente esse livro. Cada um tem sua experiência individual como leitor, mas, talvez, por não conhecer mais do PKD e sua narrativa despojada e maluquinha, não entenderam bem a proposta desse livro ou acharam que teve "coisa demais" para pouca página. O que eu concordo, pois aqui o PKD investe sem dó na inventividade, coisa que adorei na história.


Sou fã de PKD, esse cara escreve muito e recomendo pra valer esse livro! Leiam e se empanturrem o máximo que conseguirem das obras desse cara!!! Genial e diferenciado!!!
Brujo 10/08/2023minha estante
Excelente resenha !!!




Marcos Carvalho 19/06/2010

CAN-D ou MASCAR-Z
Os Três Estigmas de Palmer Eldritch é um dos melhores romances de Philip Dick que utiliza muitos elementos da FC (viagem no tempo, evolução humana, space opera, alien, colonização do sistema solar) e inicia um tema de sua obra: a religião gnóstica, ou seja Deus existe, porém imperfeito e corruptível. Não é necessariamente mau, mas não é de todo benevolente. Em vez de um ser implacável, misterioso e afastado das perspectivas dos homens, gosta de compartilhar e se interessa pelos conhecimentos, frustações e peculiaridades humanas.
O livro mostra uma loucura desorientação das personagens que passeiam entre a natureza da fé e da existência, mas ao mesmo tempo é perturbador e cômico. Dezenas de idéias inventivas são lançadas ao longo da narrativa, há especulações e em seguida, rapidamente abandonadas. O leitor nunca estar certo de exatamente o que constitui um terreno firme.
O livro transcende qualquer tipo de sutileza literária. Exerce uma frenética viagem e vertigens na cabeça, modificando a realidade, enfim Philip Dick convence o suficiente para que você tenha se aplicado ou ingerido uma dose de Mascar-Z e assim como os personagens deste livro, você espera que os Três Estigmas de Palmer Eldritch começar a aparecer as redor em sua própria realidade.
comentários(0)comente



Victória 16/07/2022

Uma viagem psicodélica
Começo dizendo que o Philip K Dick tinha uma mente muito doida, porque cada livro dele tem uma premissa extremamente criativa.
Dito isso, confesso que a minha mente não é doida o suficiente pra acompanhar essas viagens, mas que o livro é muito interessante.
Toda a premissa de viagens interplanetárias e o aquecimento global foi o que mais me fascinou. Ver como a sociedade estaria sobrevivendo e se remodelando nas situações descritas que são tão iminentes na realidade, além da evolução induzida do corpo humano pra suportar o calor extremo. Tudo isso me deixou muito imersa e querendo saber mais.
Toda a experiência da Can-D também parece muito divertida e é legal ver como esse escapismo funciona pra essas pessoas quebradas.
Mas é quando a Chew-Z e Palmer Eldrich são introduzidos na história que tudo vira uma grande viagem, que em parte também foi legal, mas os últimos 25% do livro eu não entendi nada. Acredito que a sensação de "real ou feiki?" foi intencional?
Também não gosto da forma como o autor faz a representação de suas mulheres, que em Blade Runner já era meio esquisita mas aqui tem umas coisinhas bem misógenas.

Enfim, recomendo pra quem quiser dar uma pirada.
comentários(0)comente



Camila0831 04/09/2021

Profunda e rica narrativa... ainda que terrivelmente sombria.
Termino a leitura e é natural que mídias como A Origem e A Maldição da Mansão Bly me venham a mente. Mas, ao mesmo tempo, percebo o quão mais profunda e ricamente a narrativa de K. Dick é apresentada. E terrivelmente mais sombria...
Sempre acho uma lástima como um autor tão incrível trabalha personagens femininas de modo tão raso e negativo, esse é provavelmente o único senão que encontro nessa obra. De resto, o livro que inicia com conspirações comerciais e luta de vaidades nos escritórios, ganha dimensões épicas e teológicas terminando por nos fazer questionar a realidade, nós mesmo, o uno e o múltiplo e como uma possível divindade pode vir e interferir em tudo isso. Nada que se diga sobre a obra a esgotaria e, certamente, ela será uma experiência pessoa muito rica dependendo que quem e em que momento de sua vida for lida. Apenas...
Continuo em choque que a maça e a Chew-Z humana continue repercutindo eternamente.
comentários(0)comente



Gustavo Kamenach 23/08/2020

Na fronteira entre a metafísica e a ficção científica
Lendo PKD em ordem cronológica de publicação, nesse livro temos já o vislumbre da temática que o tornaria célebre no fim de sua carreira, a questão da religiosidade mesclada com ficção científica e conceitos tecnológicos. Também vemos aqui a realidade duvidosa que permeia a obra de Dick, não há certezas de qual é a real situação das personagens em diversos momentos da história. O uso de drogas pelos personagens do livro remete à própria vida do autor, tão conturbada quanto a dos colonos de Marte. É um livro envolvente, o enredo prende pela própria ação e quando começam as divagações e digressões fica cada vez mais genial, culminando em um final blow mind! Favoritado e com certeza que precisarei revisitá-lo futuramente!
comentários(0)comente



Giulia143 08/04/2022

Que brisa... kkk
Esse é um livro que traz muuitas reflexões. Nunca tinha lido nada dele e me surpreendi bastante, e positivamente.
O único ponto que deixou a desejar, na minha opinião, foi a construção das personagens femininas. Mas fora isso é um livro incrível e doido, muito doido. Fiquei com muita vontade de reler ele para pegar todos os detalhes que me escaparam.
comentários(0)comente



Mari Mirandinha 11/08/2023

Lelé da cuca
Um típico representante do seu "gênero", esse livro foi uma das viagens mais loucas que já fiz na vida. Foi impossível para mim adivinhar qualquer milímetro do que poderia acontecer a seguir e minha mente estava tão ocupada em entender o que eu estava lendo que nem tentei fazer tantas previsões como geralmente eu faço. Excelente livro. Precisarei cozinhar ele por bastante tempo dentro de mim.
comentários(0)comente



cypherskooluv 16/06/2023

Eu li mas não entendi nada.
Outra leitura que eu fiz e me senti burra por não entender nada, tem algumas coisas que são muito interessante mas de modo geral é bem confuso.
Afinal quem é Palmer Eldritch? Os três estigmas são aquilo lá mesmo? Muitas perguntas
comentários(0)comente



Maikel.Rosa 11/03/2022

O escritor é um tirano queJunte a experiência religiosa de compartilhar de uma mesma ilusão (Androides sonham com ovelhas elétricas?), a presença de indivíduos capazes de prever o futuro (O relatório minoritário), o determinismo imposto por uma droga à consciência humana (O homem duplo) e o assombro de uma onipresença incompreensível (Ubik), e voilá: temos um romance com o sumo da problemática explorada por PKD!

Em boa parte da leitura fiquei me perguntando por que, com tanta riqueza de camadas, essa história não foi tão unânime quanto as que citei acima, mas acabei entendendo. Além de ter sido escrita antes de quase todas elas e de não ganhar uma versão cinematográfica, é uma obra que traz ideias pras quais Philip ainda precisava de resolução. Ele estava construindo seu próprio universo.

Aliás, essa é uma boa analogia a respeito do personagem cujo nome compõe o título. Palmer Eldritch — a “entidade” Palmer Eldritch — não é um muito diferente do que representa um escritor de ficção. A urgência em se multiplicar como um meme (na concepção original de Richard Dawkins), a capacidade de se fazer presente mesmo depois da morte, a permissão pra controlar destinos e invadir os sonhos das pessoas… são todos desejos latentes de quem constrói seu mundo particular através da literatura.

O escritor é um tirano que nunca se eximirá de sua intenção.

Como Eldritch, tudo o que queremos é perpetuar nossa consciência através do outro, garantir que nossas marcas — os nossos estigmas — garantam que as pessoas se lembrem de que existimos um dia.

Dessa droga acho que, também eu, nunca poderei me abster. nunca se eximirá de sua intenção.
comentários(0)comente



@maarianaraamos 03/04/2022

?
Então? kkk eu acho que não sou muito desse tipo de ficção-científica sabe? Achei o livro com um pique bem parecido com Neuromancer, mas esse ainda consegui entender melhor e algumas partes realmente me fizeram refletir bastante. Mas acho que é uma complexidade um pouco acima e por isso vou ter que ler algumas coisas pra entender melhor o livro (tô sendo bem sincera ta?) e é isso, não foi uma leitura ruim, mas foi bem viajada, aquele tipo de história maluca que você fica confusa do que é real e o que é alucinação.
comentários(0)comente



75 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR