Nivia.Oliveira 27/02/2022
História se passa em Matanzas ? cidade portuária a quase 2 horas de Havana.
Pedro Juán Gutiérrez traz sua própria história quando era adolescente com sonhos de ser escritor.
Quanto ao título, O ninho da serpente, eu interpretei como o País, e não como o lugar da literatura como está na apresentação do livro. O contexto é 1965, cubanos sofrendo as consequências do embargo americano.
O interessante e que, como Pedro está com os hormônios a flor da pele, isso lhe dá energia para manter seus anseios, independente de crise econômica. A maioria dos desejos são sexuais kkk e há muitas situações atípicas! Por exemplo, ele se excita por mulheres com cecê. (esse c.c vem de ?Cheiro do Corpo? ) e o simbolismo da axila para a vagina já é comum nas obras de arte.
Durante a leitura vamos percebendo traços da cultura cubana como a imagem hipersexualizada da mulher negra; descendentes de imigrantes europeus que têm cargos importantes no exército; proibição de produtos estrangeiros, mas liberação de whisky que são do seu agrado.
O desejo de Pedro de escrever um livro também está relacionado com a censura, mas Lei de Proteção à Independência Nacional e Economia de Cuba, de 1999, não menciona livros ou nada do tipo, mas ?material subversivo dos Estados Unidos?.
Ele também conta que teve que enfrentar o trabalho pesado no cultivo cana de açúcar: o que lembra a exploração econômica na época da dominação espanhola, além do tabaco.
Talvez por ser jovem, Pedro é patriota (não quis ir para USA como muita gente) e quer seguir vivendo normalmente em Cuba, ainda que longe do mundo...É paradoxal, mas ele representa o povo cubano, conformado e não revoltado.
Eu gostei do livro. Adoro a boca suja dele! Kkk Sem hipocrisias...