Rodolfo 10/01/2023
Não há começo, meio e fim, assim como a existência.
É importante que se diga: esse é um livro de filosofia, de introdução a um pensamento filosófico, travestido de literatura. Se você não se interessa por isso ou pelo existencialismo sartreano, sugiro que não perca seu tempo lendo-o ou, principalmente, escrevendo resenhas questionáveis neste espaço.
A obra apresenta, de modo geral, A Náusea, ou seja, a inquietude do ser diante da gratuidade existencial. Acontece que na filosofia de Sartre, ao contrário do que dizia Descartes, a existência precede a essência. Desse modo, não há sentido na vida, tudo é um vazio, e o ser é que preenche esse vazio com suas escolhas. Estamos condenados a sermos livres e dar sentido, assim, para a nossa existência.
E o personagem principal da obra passa por essa inquietação sem ser um sujeito devidamente ativo, mas passivo diante de todas essas questões. Ele percebe, com o tempo, que A Náusea não é uma doença ou algo que o aflige, mas ele próprio. É isso é formidável.
Trata-se de uma obra-prima que nos dá uma ideia do que é o pensamento de um dos maiores filósofos de todos os tempos. Não é uma história de começo, meio e fim. E como poderia ser, se a própria vida também não é assim?