O jardim de cimento

O jardim de cimento Ian McEwan




Resenhas - O Jardim de Cimento


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L F Menezes 26/04/2012

Uma história que, de tão estranha, prende
"O jardim de cimento" é um livro pequeno que conta uma história pequena. Narrado em primeira pessoa por Jack, o segundo filho de quatro, a trama gira em torno das relações entre os irmãos após a morte dos pais. Ou seja, o livro explora o que aconteceria com os jovens se eles tivessem plena liberdade e ninguém para lhes ensinar: Jack, de 15 anos, extrapola em sua descoberta sexual, Julie, a mais velha, adota um papel de líder e se torna precocemente responsável, Sue, de 13 anos, guarda todas as suas mágoas para si em seu caderno, e Tom, de apenas 6 anos, cresce com plena liberdade.
Estranho, claustrofóbico e um pouco aterrorizante, a trama que envolve brigas, comportamentos apáticos, insensibilidade e até incestos é baseada no mistério: não sabemos por que eles fazem o que fazem, não sabemos o que matara a mãe e muitas outras coisas que ficam inexplicadas tornam a leitura imparável; você sempre quer saber o que vai acontecer ou espera que lhe expliquem o que já acontecera.
Mas não é nada disso que torna essa obra interessantíssima, e sim o estilo de Ian McEwan: um texto sem muito lirismo apesar de ser em primeira pessoa; um descritivismo que não cansa (você enxerga o cenário inteiro sem ler uma dúzia de linhas); e uma escrita que enche os olhos apesar de tratar-se de assuntos um tanto quanto... delicados; e como ele consegue fazer os leitores ficarem do lado de Jack, um menino sem nenhuma sensibilidade, egoísta, ciumento e um tanto degradante.
Um romance bom sobre um tema ruim.
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Claudia Cordeiro 31/01/2012

final forçado
Achei que o final não tem nada a ver com o desenrolar da história... não gostei, por causa do final.
pedrobmendes 01/01/2017minha estante
Final péssimo! Tem uma infinidade de ótimas possibilidade de continuação mas não, acaba...




Afonso74 09/01/2012

Ian McEwan - Jardim de Cimento
Um tanto quanto irregular no ritmo e no nível de tensão, o que é um pecadilho em se tratando de um livro de pouco mais de 100 páginas, do qual se espera um ritmo intenso do começo ao fim.

Em outras palavras, a primeira parte é pujante, surpreendente, deixando o leitor sem ar e impossibilitado de largar o livro. No entanto a segunda parte decepciona pois o brilhante argumento sobre o qual o romance foi ancorado perde parte de sua força, e os personagens enveredam por um caminho de clichês e algo sem sentido.

Não estou habilitado para entrar em um debate teórico sobre a formação desse grande autor haja visto que é meu primeiro contato com Ian McEwan. Apenas especulo que o autor teria dado mais páginas de presente ao leitor se o houvesse escrito nos dias de hoje.
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Aguinaldo 03/02/2011

o jardim de cimento
Neste pequeno livro Ian McEwan conta uma história curiosa. Há algo nela que lembra "O senhor das moscas", de Willian Golding, mas de uma forma mais doce, mais sexualizada, não tão brutal. Talvez o mundo inglês de ambos (McEwan e Golding) tenha passado por uma transformação deste tipo entre os anos 1950 e 1980, mas isto é apenas uma idéia. Publicado originalmente em 1978 "O jardim de cimento" conta como crianças reagem à experiências limite, experiência de sexo, doença e morte. A história começa com uma família típica: pai, mãe e quatro filhos com idades entre 6 e 18 anos. O pai morre repentinamente, mas os filhos estão mais preocupados com o destino de todo o material de construção que ele havia comprado para fazer reparos na casa do que propriamente entender o porque de sua morte anunciada (ele já era aposentado por conta de seus problemas no coração). A mãe esconde dos filhos mais novos que está também ela à morte (de um câncer não tratado) e definha lentamente enquanto os filhos tentam continuar a rotina de suas vidas. Com a morte da mãe os filhos decidem não comunicar às autoridades sua morte e decidem escondê-la em um grande baú de viagem, que cimentam (algo porcamente) usando o material de construção deixado pelo pai. Curioso como McEwan descreve a recepção da morte pelos filhos, como se ela apenas fosse dormir para sempre e não exatamente morrer. Trata-se de uma decisão tácita, não exatamente discutida entre eles, sem que as implicações e riscos fossem avaliados. Eles apenas entendem que o mais acertado é continuar suas vidas como se a mãe permanecesse apenas doente na cama e não morta e cimentada em um baú no porão. O luto é algo que se deve construir individualmente e a partir deste ponto McEwan descreve sem julgamentos ou moral como os filhos se auto governam. Tudo é muito alegórico e inverossímel, mas é interessante como as crianças acreditam estar certos à cada situação que se apresenta. As implicações da experiência de vida sem pais ou sem controle social se fazem sentir rapidamente. A escola é abandonada por todos. A divisão do dinheiro, deixado pela mãe aos cuidados da filha mais velha, se revela falha e parcial. O caos e a sujeira rapidamente se instalam na casa. As diferenças entre eles se aprofundam e se radicalizam. Para o narrador (o maior dos meninos da casa) tudo se dá em tom de farsa: entender a sexualidade do irmão mais novo; aceitar o envolvimento da irmã mais velha com um rapaz; absorver o lirismo dos diários mantidos pela outra irmã; participar de ocasionais encontros com terceiros, ainda ignorantes da morte da mulher. Ao mesmo tempo como vemos como a infância é algo frágil que se perde irremediavelmente, acompanhamos também como é cruel e perverso qualquer mundo novo construído pelos homens. A metáfora da vida em sociedade como um jardim organizado é antiga e muito utilizada literariamente. De qualquer forma McEwan parece nos ensinar, de forma poderosa e rica, que não há fronteiras estanques entre o que é viver e o que é aprender a viver. Um tanto mórbido e que lembra o clima lúgubre daqueles velhos livros de mistério ingleses que eu lia quando era garoto, mas mesmo assim é um livro bom de se ler. [início 21/03/2010 - fim 29/03/2010]
"O jardim de cimento", Ian McEwan, tradução de Luiza Lobo, editora Rocco, 1a. edição (1996), brochura 14x21 cm, 132 págs. ISBN: 85-325-0652-6
Eduardo 19/02/2013minha estante
Tive a mesma sensação em relação à "O Senhor das Moscas".
Gostei muito de sua resenha e concordo integralmente, inclusive na nota. Quisera eu escrever com tanta propriedade e lucidez.




Lilia Carvalho 17/03/2010

Não gostei!
Achei o livro enfadonho!

Uma realidade bem nua e crua, mas confesso que achei exagerada!

Isso me deixou frustrada porque esperava demais desse livro, pelas críticas e resenhas que li, mas enfim, cada um com seu gosto literário!
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Fabricio 04/12/2009

Pronto para ser filmado
Quem assistiu aos excelentes filmes NINGUÉM PODE SABER ou OS DISPENSÁVEIS pode ter uma noção do que é este O JARDIM DE CIMENTO. Como nos filmes citados, aqui crianças são obrigadas a viverem sozinhas, cuidando de si mesmas de forma inocentemente destrutiva. Há uma dose de terror implícita em cada passagem do livro, quando somos forçados a acompanhar o dia a dia destes quatro irmãos entregues à própria sorte após a morte dos pais. Ian McEwan nos apresenta um universo frio, estranhamente erótico e assustadoramente real. Impossível não se colocar no lugar de algum personagem e imaginar um posicionamento diferente daquele que está escrito. Aqui, a inocência revela um lado sombrio e mórbido. A cada capítulo tem-se a impressão de que o autor escreveu uma obra pronta para ser adaptada para o cinema. è muito fácil imaginar o decorrer da trama com cortes e trilha sonora típicas do cinema alternativo/independente. Ingredientes paraisso não faltam: Família disfuncional, crianças lidando com tabus, um segredo que une os personagens, um erotismo desconcertante e crescente além de um final arrebatador.
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Alebarros 12/12/2009minha estante
Fabriccio, este livro foi adaptado em 1993 para o cinema. Olha aí o link: http://www.youtube.com/watch?v=3ZU9vSItPjg

Abs.


su fern@ndes 20/03/2010minha estante
Fabriccio...como li por aí: "O Jardim de Cimento" incomoda. gostei muito de tudo o q escreveu, viu? :)


DOUG 21/05/2010minha estante
Fabriccio, o que mais achei interessante foi que além de ser "estranhamente erótico e assustadoramente real", é uma história bela, não sei te dizer o por que, mais achei está obra de Ian McEwan muito bonita e tocante.




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