O Gigante

O Gigante Agatha Christie




Resenhas - O Gigante


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Marselle Urman 03/06/2011

Sweet Blues
Quando me apaixonei por Lady Agatha, há muitos anos, costumava desprezar essa série de 6 romances como "histórias de amor açucaradas". Nada que não pingasse sangue me interessava então.

Hoje, após terminar essa leitura, penso que o livro fala muito mais daquilo que a autora chamava de "natureza humana" que qualquer outra coisa. Ele nos mostra conflitos muito íntimos, e prova que o ser humano é sempre o mesmo; não importa a época ou lugar.

O centro do enredo parece ser mesmo um romance, como é narrado na orelha do livro. Mas não acho que seja apenas isso. A história de Vernon, personagem que acompanhamos desde a tenra infância, é um eterno conflito. Ele é o Gigante. E, independente de sua turbilhonada vida amorosa, ocorre que seu grande gênio artístico não pode ser produtivo enquanto ele estiver feliz em sua vida pessoal.

O livro é narrado num clima de extrema melancolia. Mostra como a juventude britânica da década de 1920 pensava em si nos mesmos moldes que qualquer outra geração: inteligentes, invencíveis...Pelo menos até a guerra. Inclusive, há um trecho narrando a rotina de uma enfermeira voluntária que tenha certeza de ter se inspirado na própria experiência de Agatha. Enfim...dá muito o que pensar.

Dois personagens são inspiradores: Sebastian e Jane. Ela, dá uma aula sobre amar outro ser humano: se sacrifica sem pedido e sem recompensa; e faz o que é mais difícil para quem ama: renuncia.

Não que não haja críticas. Os fatos acontecidos com Vernon após a guerra são um pouco "forçados", uma licença para forçar as atitudes extremadas que os personagens acabam adotando. Mas é perdoável. As últimas páginas salvam esses acontecimentos exagerados.

Enfim, dentro da linguagem tão familiar de Lady Agatha ( para mim, ao menos), é uma obra rica, que terei prazer de reler daqui a alguns anos, e tenho certeza que encontrarei novas facetas nessas personagens.

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Lucia Sousa 11/01/2011

Não consegui continuar!
Não me interessei pela vida de Vernon,Jane e Nell.Fica pra próxima!
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Fernanda Pompermayer 30/05/2015

O ano era 1926. Uma dama inglesa desaparece de casa. Seu carro é reconhecido às margens de um lago, com as portar abertas, vazio. Suspeita-se de sequestro, suicídio, até de assassinato. Doze dias depois a mulher é localizada em um hotel a 300 quilômetros de Londres, graças a um funcionário que viu as fotos nos jornais noticiando o desaparecimento. Mas o nome no registro do hotel não bate: Theresa Neele, o mesmo sobrenome da amante do marido.
É interessante, mas essa não é a trama do livro. É parte da história da própria autora. E a autora, Mary Westmacott... – bem, esse também é um pseudônimo. Seu verdadeiro nome é Agatha Mary Clarissa Miller Christie, ou, simplesmente, Agatha Christie.
Agatha (1890-1976) escreveu mais de 80 livros, que venderam mais de dois bilhões de cópias, em 50 idiomas diferentes. Ela só perde para a Bíblia e para Shakespeare. É autora também de uma dúzia de obras teatrais.
Mas Entre dois amores não é um livro policial. Longe disso! É uma das seis obras da Rainha do Crime escritas sob esse misterioso pseudônimo. Estudiosos da sua biografia acreditam que ela possa ter se despojado do nome para poder também desprender-se de um estilo que se tornou a sua marca registrada e se aventurar em outro, mais psicológico e introspectivo, no qual ela utiliza magistralmente a sua capacidade de perscrutar o comportamento humano.
Na sua autobiografia (1965), Agatha descreve esse insight: “Com certo sentimento de culpa, diverti-me escrevendo um romance chamado O Gigante (Giant´s Bread, em português Entre dois amores). Era sobretudo a respeito de música, e desvendava, aqui e ali, que eu possuía alguns conhecimentos técnicos no assunto. A crítica foi boa e vendeu-se razoavelmente para o que era considerado ‘primeiro livro’. Usava o pseudônimo de Mary Westmacott e ninguém sabia que o livro fora escrito por mim. Consegui conservar esse fato por 15 anos.” (Autobiografia (II), Nova Fronteira, 1977, p. 493)
O livro tem como fio condutor a música, ou melhor, o papel avassalador que a música exerce na vida de um jovem que se vê constantemente dividido “entre dois amores”. Esses dois amores podem ser as duas mulheres da sua vida, ou também cada uma delas – a seu tempo – e a música, esta sim, sua verdadeira paixão.
Agatha/Mary penetra profundamente na alma humana, nos anseios, dramas, marcas, sonhos... de cada um dos personagens. E começa descrevendo uma criança: as percepções que ela tem do mundo e que pouco a pouco vão se ampliando, tomando forma, assumindo nomes e conceitos. Ela faz isso com uma habilidade incrível, conduzindo o leitor à compreensão do caráter do adulto em que esse menino irá se transformar um dia. E depois conta a história dele, de Vernon Deyre, herdeiro de uma aristocrática – e falida – família britânica.
Talvez não seja oportuno revelar mais detalhes, uma vez que uma característica a ser respeitada em Agatha é o suspense na dose certa.
Toda a coleção de seis livros de Mary Westmacott, publicada no Brasil pela L&PM, é muito rica e variada. Uma prova de que, além de entender de crimes, a dama inglesa entende muito bem da natureza humana.


site: Resenha publicada por mim na revista Cidade Nova, janeiro 2015 (www.cidadenova.org.br)
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CarolineSeco Revisora 03/09/2015

Muito bom.
A profundidade da natureza humana, a hereditariedade, a personalidade. Tudo que é definido quando ainda somos crianças. Não se trata de maneira nenhuma de um triângulo amoroso, se trata de algo muito mais profundo.

No meio tem um parte um pouco devagar, mas no geral a história se desenvolve tão bem que é difícil parar de ler. Como ter pena, odiar e ficar feliz com a felicidade de um mesmo personagem? Isso acontece neste livro e é tudo tão perfeito que se encaixa muito bem.
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