A Metafísica do Sexo

A Metafísica do Sexo Julius Evola




Resenhas - A Metafísica do Sexo


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caio.lobo. 31/12/2021

Se fundir em Deus através do sexo
Julius Evola, um dos autores esotéricos mais geniais, vai contra a maré cietificista e biológica de seu tempo (e do nosso também), que vê o sexo como apenas para fim reprodutivos, moldado pela natureza e que traz somente uma satisfação corporal. Evola vai mostrar através diversas tradições que o sexo é muito além, primeiro em relação aos sexos feminino e masculino que demonstra um dos pontos primários da metafísica: a dualidade. Não podemos conceber nenhuma pluralidade e diversidade de entes no mundo sem antes pensar numa dualidade de duas figuras opostas que se complementam. Disso podemos concluir que há uma unidade anterior, aquele estado ideal e divino. A partir daqui a relação sexual aparece como a tentativa de ser uno, divino, pois funde os dois seres, a dualidade, num andrógino, no ser perfeito.

O homem moderno destruiu tudo o que é sagrado, e a mesma coisa ocorreu com o sexo, sendo através de puritanismo ou da libertinagem. Mas mesmo assim é no nomento do orgasmo que se esquece de si mesmo e de tudo ao seu redor, como se a mente subisse para estados superiores e nem fosse mais mente. Isso dura apenas alguns segundos, mas muitas tradições buscaram estar nesse estado de modo perene, criando o super-homem.

No tantra hindu e no taoísmo se busca evitar a ejaculação, segurando o máximo de tempo, enquanto se faz ritos (hinduísmo) e meditações (taoísmo). E quando se ejacula não se deve deixar que saia, mas faz o sêmen suprasensível ascender a coluna e indo em direção aos céus, através da kindalini que se desenrola e transcende o homem.

Temos na alquimia esta mesma função sagrada do sexo, através das nupcias alquímicas, onde no acasalamento do rei e da rainha há a morte de ambos (destruição da individualidade) e nascimento do andrógino. No islã se deve clamar Deus no orgasmo. No cristianismo, mesmo que fracamente, o sexo está na penetração do Espírito Santo na Virgem. As virgens são sempre a maior potência sexual que há, logo a Virgem Maria é a virgem perfeita para a potência sexual Divina.

Um ponto que destaco é a diferença entre homem e mulher. O pênis ereto é um eixo vertical que vem dos céus e a mulher deitada e receptiva é a terra fecunda. A vagina é um abismo sem fundo, a matéria-prima da existência (prakriti) e seu simbolismo é tenebroso e materno assim como é a natureza. Outro símbolo da mulher é a água, como as águas dos mares que dissolvem tudo, numa espécie de panteísmo. A metafísica da mulher é a dissolução dos seres, desaparecimento na unidade primordial, a orgia em que se perde a individualidade. Já o homem é a imagem do Deus (purusha), o princípio além da matéria, pois a fecunda e cede sua substância (o esperma preenchendo a vagina e dando origem as miríades de seres). Enquanto mulher é pluralidade, o homem é unidade. A metafísica do homem é o monismo transcendente, o Homem-Deus.

Infelizmente muitas práticas são hoje impossíveis no ocidente, por conta da moralidade laica, materialismo e falta de tradição.
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