spoiler visualizarJonathan 29/05/2018
Desde o inicio da narrativa, me interessei pelo diálogo que a autora manteve. É um pouco diferente dos outros, mas parecido com tipo de diálogo encontrado no assassinato de Roger Ackroyd. Os personagens são mais o foco que o detetive. Os personagens foram bem caracterizados, desenvolveu-se bem o "andar da carruagem," mas no final, não senti certeza e convicção.
Rosemary é a típica maravilha do mundo moderno, que todo homem quer, mas poucos bicam. É dramática, e não menos possessiva e obcecada em relação ao amor. De inicio, e até bem mais da metade do livro, ficamos na dúvida de quem foi assassino até que outra morte acontece, o que ao meu ver, fez a historia ruir. Matar mais um personagem da forma que se sucedeu, foi ótimo, mas a partir daí, acho que a autora se perdeu. Sabe quando o parafuso é do mesmo tamanho do buraco, mas ele entra apertado, forçado? É essa a sensação que tive com o desfecho dos fatos. A solução do crime, assim como a explicação dos fatos no final do livro, o assassino e seus “motivos”, foram pra mim bem fracos; A ovelha negra da família, que mal surgia no livro, mais a super organizada Ruth, que amava George como tudo, não colaram como assassinos. Não tiveram fatos no livro, além do pequeno encontro que estes tiveram, que justifique o crime e o envolvimento dela com Victor. Ela passa de uma mulher forte, que possui convicções, e inúmeras outras qualidades, que a autora faz questão de jogar na cara do leitor a cada página, para uma assassina, sem escrúpulos. Não que a personagem, por exemplo, não pudesse ter essa inclinação para o crime, mas foi tudo muito repentino; não houve em momento algum, um desenvolvimento dessa personagem que justificasse a mudança repentina de caráter, além do relacionamento desses dois, que me sou bem absurdo. Isso simplesmente surge no inicio do livro, morre, com o decorrer dos capítulos, para voltar no fim, como o estopim, para o assassinato em público, de uma mulher; para depois de meses dar prosseguimento com um plano, que ainda deu errado. O mais decepcionante para mim, foi a resolução de como o cianureto de potássio foi magicamente parar nas taças. Isso, poderia ter se desenrolado de uma forma brilhante, mas a autora blindou tanto os outros personagens em relação aos seus possíveis motivos de cometer um crime, tornando-os quase insuspeitáveis que apenas os dois menos comentados e desenvolvidos, sobraram para levar o título de grandes mentes assassinas. Apenas achei que e o enredo, como um todo, falhou em montar o quebra cabeça que conectava ambos assassinatos a seus assassinos; a resolução do crime, não me causou impacto algum. Entretanto, o livro não deixa de modo algum, de ser ótimo; recomendo com certeza para aqueles que querem um crime para feriados, dias para relaxar e um livro para intercalar com outros mais complexos. E quanto ao motivo de dar apenas 1 estrela; comparando com outros títulos que já li no histórico de ouro da escritora, Um Brinde de Cianureto se provou ser apenas um laxante no meio dos verdadeiros venenos potentes que a autora já escreveu.