Resenhas - Poesia de Florbela Espanca 2

Nicole 12/02/2023

Neste livro de florbela, cada página é um poema, a maioria deles, sobre saudade. é um livro que te acolhe, você se identifica, ótimos poemas, ótimo livro.

fernando 25/01/2023

magnífico
Poemas com uma melancolia e uma paixão por escrever que dá pra sentir no peito a sua dor.

A melancolia de um amor não correspondido, a saudade, a falta daquilo que ela nem mesma sabe o que é. Mas, apesar disso tudo, ela nos bombardeia com lindos poemas sobre a vida, a natureza e o amor, principalmente o amor.

A escrita poética dessa mulher é incomparável, ela consegue nos dar um mundo mágico em um simples soneto sobre a praia, sobre margaridas, sobre os astros e infinitas outras pequenas coisitas.

A quem interessar, aqui estão alguns dos meus favoritos:

" Minha Culpa

Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem
Quem sou? Um fogo-fátuo, uma miragem?
Sou um reflexo? um canto de paisagem
Ou apenas cenário! Um vaivém

Como a sorte: hoje aqui, depois além!
Sei lá quem sou? Sei lá! Sou a roupagem
De um doido que partiu numa romagem
E nunca mais voltou! Eu sei lá quem!?

Sou um verme que um dia quis ser astro?
Uma estátua truncada de alabastro..
Uma chaga sangrenta do Senhor?

Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados,
Num mundo de maldades e pecados,
Sou mais um mau, sou mais um pecador? "


"Versos de Orgulho

O mundo quer-me mal porque ninguém
Tem asas como eu tenho! Porque Deus
Me fez nascer Princesa entre plebeus
Numa torre de orgulho e de desdém!

Porque o meu Reino fica para Além!
Porque trago no olhar os vastos céus,
E os oiros e os clarões são todos meus!
Porque Eu sou Eu e porque Eu sou Alguém!

O mundo! O que é o mundo, ó meu amor?!
O jardim dos meus versos todo em flor,
A seara dos teus beijos, pão bendito,

Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços...
São os teus braços dentro dos meus braços:
Via Láctea fechando o Infinito!..."

" Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar... "


" Os versos que te fiz

Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem para te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim para te oferecer

Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda.
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz

Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!"



"Volúpia

No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frêmito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças..."

ssssara 30/07/2022

AMAR!
[?]

?E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder? para me encontrar??

annnnnnnnnnnnna 18/01/2022

"[...] se eu sempre fui assim este mar-morto,
mar sem marés, sem vagas e sem porto
onde velas de sonhos se rasgaram

caravelas doiradas a bailar...
ai, quem me dera as que eu deitei ao mar!
as que eu lancei à vida, e não voltaram!..."

Alberto 26/12/2021

Beleza triste ou tristeza bela, a poesia de Espanca é toda em tom menor (parte 2)
Poesia triste e muito bela falando de amores perdidos ou impossíveis, da fugacidade e falta de sentido da existência. A atmosfera é sempre sentimental, pessimista e fúnebre, mas os elementos da natureza, o cenário e os adereços são manejados com muita perícia para representar ou enfatizar o estado de espírito do eu lírico. Os temas são quase sempre os mesmos, mas as variações em torno deles sempre envolvem imagens muito criativas e um uso muito apurado dos recursos estilísticos. Há altos e baixos, alguns sonetos são evidentes ensaios para uma versão mais polida que vem logo depois, mas de modo geral é sempre uma leitura prazerosa e enriquecedora. Os poucos poemas que saem dos temas habituais (os que rememoram pessoas reais cuja morte a poetisa lamenta) são melhores que o conjunto. Minha peça preferida é um desses sonetos que fogem dos temas usuais, "Rústica", uma exceção contemplativa, doce e quase otimista no conjunto da obra de Florbela. O soneto mais conhecido de Florbela é provavelmente seu melhor, foi musicado por Raimundo Fagner e se chama "Fanatismo". Os poemas desse segundo volume, correspondendo à fase mais madura da obra, são um tanto melhores que os do volume primeiro.

Dayane| @portas_de_papel 26/12/2021

Florbela Espanca
A poetisa que cantou a alma , pessimista e sensível , tinha um olhar deprimente sobre o amor e sobre o mundo , introspectiva e romântica uma das maiores escritoras de sua época , cantou o Tejo e as naus , cantou todas as suas dores e mesmo tendo vários casamentos infelizes nunca desistiu do amor !
Florbela canta a alma feminina ao extremo uma poetiza que deveria ser lida por todas as mulheres porque expressa o mais recôndito da alma humana , canta a fé e o paganismo , canta a vida da época e a admiração pelo amante ideal !
Poesias de uma vida .

Maria Mole 14/12/2021

Sentimentalismo enlouquecedor
Amo este livro, fora um dos primeiros livros de poesia que li e em um momento conturbado de minha vida no qual meus sentimentos se encaixaram lindamente com os retratos de Florbela. Guardo um carinho imenso pelo livro, pois foi um belo companheiro. Indico para qualquer um que queira que a poesia toque o coração.

Andreia508 04/10/2021

Uma escritora nova para mim, a portuguesa Florbela Espanca, seus poemas são adoráveis.
Com certeza indico a leitura.

Lilith 23/05/2021

Intensidade
"Amo-te tanto. E nunca te beijei... E nesse beijo, amor, que eu não te dei, guardo os versos mais lindos que te fiz."

Tenho nem palavras pra essa obra e escritora. ??

carolina 30/05/2020

Fanatismo

Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

Ana Elisa 18/02/2020

Para um bom coração sofredor, meio poema basta.
Continuo sem palavras e sem saber como descrever as obras de Florbela Espanca. Enquanto ia lendo, ia marcando meus poemas favoritos, e me deparei no final, com dois livros lotados de post its, e olha que não sou de fazer esse tipo de marcação. Mas com esses dois livros é até difícil de marcar.
Eu poderia aqui colocar os poemas que mais gostei ou que mais me chamaram a atenção, mas seria quase um exagero e escreveria aqui praticamente o livro todo. Não tem como não gostar, se bem que sou suspeita para falar sobre a Florbela.
Para um bom coração sofredor, meio poema basta.

Dose Literária 06/03/2013

Sofrimentos e Poesias de Florbela
Em “Poesia de Florbela Espanca – Volume 2”, seu respirar melancólico e toda sua incompreensão a respeito das dores de alma e de amor que sofria são densos e mensurados com intensidade.
Através das 124 poesias contidas nesta compilação vemos um ser inquieto, sorumbático, de dom extraordinário e intimidade com as rimas, encontrando nas palavras a maneira de externar seu sofrimento e desassossego, um ser que de tão grandioso mal coube em si mesmo e segundo se acredita, suicidou-se aos 36 anos no dia do seu aniversário (08/12) com uma sobredose de barbitúricos, que paralisou seu tão oprimido coração para todo o sempre.

Continue lendo... http://www.doseliteraria.com.br/2012/10/sofrimentos-e-poesias-de-florbela.html

Dinhö 23/06/2010

Na FOSSA com Florbela
Nesse segundo livro sinto uma Florbela ainda mais "FLORBELA" que no primeiro volume. A tristeza, a desilusão e tudo aquilo que nos remete a poetisa portuguesa é espandido e elevado a um grau impressionante aqui.
Imperdível pra quem gosta de poesia "Pé na Jaca"