Cassi 30/08/2017minha estanteNão vi como contraditória a defesa do poliamor em relação à crítica ao amor romântico. Segundo o livro o amor romântico, pressupõe exclusividade e unidade entre duas metades incompletas, é baseado em projeções do ideal de outro e não no outro real e acaba por acarretar em frustração.
Já o poliamor pressupõe que o indivíduo não veja o outro como posse e sim como um ser livre. Em nenhum momento ela defende que o amor romântico funciona no poliamor, o amor romântico é criticado.
A autora defende o poliamor e a diversidade das relações amorosas inclusive a possibilidade de ser solteiro e feliz. Ela não defende a monogamia porque na época em que o livro foi lançado, e ainda hoje, a monogamia é imposta como única forma de relacionamento amoroso possível para ser feliz. Por isso não há necessidade de defesa para a mesma, então ela aponta os problemas dessa e as possibilidades de outras formas de relacionamento que certamente terão seus problemas também.
Está presente no livro a ideia de que para algumas pessoas a monogamia é a melhor escolha, apenas não é a única possível. O propósito do livro é apontar para a possibilidade de outras formas de envolvimento afetivo sexual e de mostrar como os padrões de hoje foram construídos historicamente.
O ciúme é cultivado em nossa cultura por isso ele também exite em uma relação amorosa não exclusiva, não me lembro se isto é abordado no livro, mas partindo da minha experiencia em um relacionamento aberto (não poliamoroso), o ciúme é algo com o que a gente aprende a lidar quando se atenta para o fato de que o outro não nos pertence, este é um aprendizado muito enriquecedor.