SAMUEL 08/03/2014
Aventura, mistério e amizade
Guerra nos Nove Mundos apresenta eventos ocorridos anteriormente aos narrados em o Legado de Lyraan. E, apesar de trazer a mesma competência na escrita e mesmo estilo lírico e romântico da narrativa, tem um tom mais de aventura e mistério.
No subterrâneo, Lyraan conhece Mandhor, e, cada qual com seus conflitos e objetivos, constroem uma amizade e aprendem valiosas lições um com o outro.
Neste conto, Jacó demostra sua habilidade para percorrer do lirismo apaixonado ao grotesco de criaturas bizarras e cruéis. As descrições são caprichadas e as batalhas narradas de forma competente, entusiasmante, mas sem excessos.
Os importantes valores de hora, amizade e sacrifício continuam presentes, mostrando que o autor tem sua assinatura ao escrever.
Guerra nos Nove Mundos, assim como O Legado de Lyraan, deixa um gostinho de quero mais, uma expectativa pela extensão daquele universo e por conhecer mais e melhor aqueles personagens.
Esse segundo conto pode agradar, além dos fãs de fantasia, apreciadores de histórias de aventura bem escritas e bem desenvolvidas.
Super recomendado!
Trechos selecionados:
"(...) As paredes daquelas ruínas em nada lembravam os imponentes impérios anões esculpidos na pedra com precisão milimétrica. Pareciam mais o interior da garganta de um demônio, com estalactites e estalagmites lembrando presas, poças de ácido fazendo o papel de saliva nauseante e o chão esponjoso assemelhando-se a uma língua” (...)"
""- Não vejo alternativa. Temos que atacá-los de frente. E que os deuses antigos não esqueçam de nós, como muitos de nós esquecemos deles(...)"
"Do pescoço para baixo, a criatura que caminhava à frente era igual às demais: tronco e membros robustos cheios de veias saltadas, ferimentos não cicatrizados repletos de moscas ao redor e alguns pedaços de couro aleatoriamente espalhados pelo corpo cumprindo o papel de armadura. “
“Apenas a cabeça era diferente. Mais suja. Mais nojenta. Do nariz escorriam secreções que se espalhavam por toda a face Os lábios eram rodeados por sangue (o que sugeria qual fora sua última refeição) e por uma substância gordurosa levemente amarelada. Havia feridas e estranhas protuberâncias cobertas de pus por todo o rosto. Os olhos eram esbugalhados e de um vermelho opressivo. Aquilo que deveriam ser orelhas de nariz era só um punhado de carne esponjosa sem forma definida(...)"
"O outro aposento era imenso. O chão era uma mistura de lama, sangue, urina e outras substâncias igualmente repugnantes. As paredes estavam cheias de corpos moribundos agonizando sob algemas e correntes. Em um dos cantos, instrumentos de tortura. No lado oposto, um altar improvisado"
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