Sô 09/09/2019Nem acreditei quando vi esse livro num sebo por míseros R$10! Não pensei duas vezes e a empolgação era tanta que já engatei a leitura logo em seguida.
Como nunca assisti ao filme e nunca li muita coisa a respeito para não pegar spoilers, eu achava que se tratava de uma história de amor. Quer dizer, até é, mas não amor romântico. É sobre a amizade que uma americana desenvolve com um britânico que trabalha numa livraria em Londres, a Marks & Co. E o que a gente lê são as cartas que eles trocaram durante 20 anos, de 1949 até 1969.
A autora descobre a livraria através de um anúncio no jornal. Ela é apaixonada por livros, mais especificamente livros raros e não consegue encontrá-los em Nova York, onde mora. O funcionário da Marks & Co, que mais para frente descobriremos se chamar Frank, responde as cartas e envia os livros solicitados. Ela é sempre bem irreverente nas cartas e ele sempre comedido, bem no estilo britânico, só que aos poucos ele vai se soltando e rola até uma troca de receita de Pudim de Yorkshire nas páginas seguintes.
Se você se atentou à data acima, vai notar que estamos falando do período logo após a Segunda Guerra Mundial, sendo assim, a Inglaterra ainda sofria as consequências e viviam sob o racionamento. Chocada ao descobrir os números ínfimos de presunto e ovos que os ingleses podiam consumir, a autora resolve enviar uma caixa com esses produtos para o pessoal da livraria. Eles ficam abismados com tamanha generosidade, claro, e a amizade se estreita cada vez mais. A partir daí acompanharemos as cartas que os outros funcionários da livraria passam a enviar para Helene também. Até a família do Frank entra no meio.
Apesar do final triste, é um livro lindo demais. Daqueles que aquecem o coração mesmo.