The House of Silk

The House of Silk Anthony Horowitz




Resenhas - The House of Silk


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Coruja 10/04/2012

Descobri esse livro quando estava pesquisando sobre O Jovem Sherlock Holmes – Nuvem da Morte e me chamou atenção de imediato que ele não tinha sido apenas ‘sancionado’ pelo Doyle Estate – organização responsável pelos direitos das obras de Conan Doyle – mas que fora na verdade ‘encomendado’ por eles. Não sei se entendi certo ou não, mas a idéia é de que The House of Silk seria assim uma continuação oficial do cânone.

Em minha cruzada sherlockiana, fui atrás do livro, embora com um certo senso de desconfiança. Não tenho problema com mash-ups, sequels e homenagens variadas a autores clássicos e consagrados, mas a idéia de encomendas e bênçãos oficiais me parecia um tanto estranha.

Felizmente, eu estava enganada. E digo mais (vai, Dupont e Dupond...), redondamente enganada. Já do prólogo, The House of Silk me mesmerizou. Horowitz conseguiu pegar exatamente o tom de Watson, escrevendo sua última história, doente, num asilo, já após a morte de Holmes e às vésperas da Segunda Guerra. Da linguagem – e se eu não soubesse, poderia acreditar que o livro foi escrito por um cavalheiro da era vitoriana – ao estilo narrativo, tudo ali ecoa o bom doutor.

Claro que The House of Silk não me prendeu apenas pela forma como a história foi contada, uma vez que ela, em si, é brilhante. Holmes está em sua melhor forma e as reviravoltas do enredo me deixaram sempre na pontinha da cadeira, como se a qualquer momento eu mesma tivesse de sair correndo para resolver os dois mistérios que se entrecruzam nas quase 300 páginas que matei em umas três horas de pura expectativa.

Você começa com um sobrevivente de uma gangue irlandesa de Boston que aparece em Londres atrás de vingança e avança por uma trama intricada, envolvendo altos figurões, alcançando um primeiro clímax com a prisão de Holmes por assassinato e, posteriormente, na descoberta do que realmente se trata a repulsiva Casa de Seda.

Horowitz presta inúmeras homenagens à obra original – entre citações a casos antigos e o retorno de personagens marcantes. Mas ele não se prende demais aos estereótipos e convenções do gênero, apenas repetindo aquilo que já foi escrito e The House of Silk, embora conserve aquela energia nervosa dos contos de Doyle, não é estático, deduções feitas a portas fechadas. É um livro feito para agradar audiências mais modernas e, francamente, ficaria absolutamente esplêndido adaptado ao cinema ou para a TV.

O final é tão surpreendente para Watson quanto para nós – embora Holmes já tivesse entendido tudo desde o começo, claro. Quase bati palmas àquelas últimas e aceleradas explicações para os Carstairs – melhor que isso, só a intervenção absolutamente brilhante de Moriarty (embora nomes não sejam citados).

Deu para perceber o quanto fiquei empolgada com esse livro?

Sejam ou não fãs do detetive mais famoso da literatura, The House of Silk é uma excelente leitura, que te mantém o tempo todo na mais absoluta expectativa, inovando no ritmo da ação, mas mantendo integralmente a personalidade viciante do inigualável e único detetive consultor do mundo: Mr. Sherlock Holmes.

(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)
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