Cabul no Inverno

Cabul no Inverno Ann Jones




Resenhas - Cabul no Inverno


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sara.ng 16/05/2023

Cabul no inverno, vida sem paz no Afeganistão
Por mais que eu tenha demorado para terminar de ler ( e ficar enrolando) eu gostei de ler, achei interessante ler sobre o país, o que se passa. A forma como o livro é escrito parece para mim um diário, relatando o que a autora viu, sentiu morando lá, tendo as próprias experiências olhando com os próprios olhos, não ouvido de uma pessoa que nem sabe onde escutou sobre a vida no país.
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Renata Almeida 01/10/2021

"Cabul, e suas vítimas."
Ann Jones, jornalista e escritora, viaja para o Afeganistão para ser voluntária na ajuda humanitária às mulheres de Cabul e encontra uma realidade devastadora: relatos de mulheres que sofreram abusos, violências, sendo subjugadas, tratadas como mercadorias e forçadas a se casar, e o destino de vida ou morte depende inteiramente dos homens da família, que frequentemente seguem os costumes de uma forma distorcida em benefício próprio.
Um país destruído, uma realidade que o Ocidente desconhece, pela qual, infelizmente, a vítima é sempre culpada, histórias narradas em detalhes sobre a vida em Cabul.
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Joelcio Ormond 11/04/2021

Necessário
“Cabul no Inverno” é um livro de Ann Jones, jornalista americana e ativista dos direitos da mulher, escrito após seu retorno do Afeganistão, onde permaneceu no período de 2002-2005 para ajudar a população local após a invasão americana em virtude dos atentados de 11/09/2001.

A obra foi dividida em três partes (“Nas ruas”, “Nas prisões”, “Nas escolas”) nas quais a autora relata, como em uma matéria jornalística, a situação das mulheres nesses contextos da vida na capital do Afeganistão. Faz isso trazendo todos os desdobramentos da realidade de um país que desde os anos 1970 vive em constantes conflitos decorrentes de interesses alheios às necessidades da população, sejam eles de russos, americanos ou do Talibã.

A persistência desses conflitos empurra o país para a completa miséria e faz como suas principais vítimas as mulheres que, além da miséria, têm que sobreviver com a completa marginalização social, subjugação e mesmo uma obliteração social. Isso é demonstrado nas ruas, onde, apesar do fim do regime Talibã, as mulheres ainda vivem escondidas e dependem de homens para todo e qualquer ato em sociedade, onde se casar ainda é o principal objetivo a ser alcançado, sem o qual sua vida estaria “incompleta”; nas prisões, onde a maioria das mulheres que lá são jogadas, em ambientes sem as mínimas condições de higiene, estão porque foram deixadas pelos próprios maridos e foram encontradas “sozinhas” ou são suspeitas de traição ou algo similar; e nas escolas, onde não há o menor interesse de que as mulheres estejam para que não tenham a menor possibilidade de terem ideias capazes de mudar a sua própria realidade.

Além disso, o livro ainda traz a visão (e experiência) da autora sobre todo o discurso americano de “levar a democracia” ou resolver um conflito do qual eles mesmos (e seus interesses imperialistas) foram uma das principais causas, utilizando como uma ferramenta de propaganda para o governo americano por meio de discursos sobre destinação de recursos que nunca chegam, seja porque não foram e não se pretendia, de fato, destinar, seja porque a estrutura elaborada para isso era corrupta e fez com que o recurso fosse desaparecendo ao longo do processo.

Isso é ainda mais evidente no completo desconhecimento, por parte pessoas que dizem estar lá para levar ajuda do governo americano, sobre o contexto social e cultura do país e também quando se envolvem em outro conflito, agora no Iraque, e descontinuam as ações que estavam em andamento, sem conclusão, deixando a população, novamente, à sua própria sorte. 

Quem quiser se aprofundar no tema, o livro conta ainda com uma vasta quantidade de notas e referências, a exemplo do filme “Osama”, de 2003, no qual muitas das situações descritas no livro são materializadas em imagens, desde o cenário que sempre parece ou quente e sujo de poeira ou frio e cheio de barro pelo derretimento da neve, até a miséria e objetificação das mulheres naquela sociedade.
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Pequeno 04/04/2021

"Há dias em que acreditamos que é possível, há dias que não"
Resenha do livro Cabul no Inverno

Cabul no inverno (2006) é um livro difícil de ler, pois possui relatos bem "fortes e pesados". Nele, a premiada jornalista e ativista americana dos direitos da mulher, Ann Jones, narra de forma cortante, porém necessária, como se encontra a cidade de Cabul, após os bombardeios dos EUA ao Afeganistão.

O livro é dividido em três partes: Nas Ruas, Nas Prisões e Nas Escolas. Na primeira parte, Jones narra o cotidiano da cidade, das mulheres no Afeganistão e conta a história da cidade. Na segunda parte (para mim, a mais difícil de ler), a jornalista adentra os presídios femininos de Cabul e traz a tona de forma crua a realidade das mulheres nas prisões, e fora dos muros das cadeias também. Na última parte do livro, Ann Jones relata a seus leitores como está a educação no Afeganistão, mostra as dificuldades que as mulheres enfrentam nas escolas e universidades e como outros países aproveitam da situação da educação no Afeganistão, para lucrarem por meio de "ajuda externa" ao Afeganistão.

Precisei parar a leitura muitas vezes para absorver os relatos. Cabul no Inverno é um livro "pesado", porém, considero uma leitura bastante necessária. Meu único arrependimento em relação ao livro, foi ter demorado tanto para começar a lê-lo.

Recomendo muito o livro e a autora.

Ann Jones nasceu em Wisconsin, EUA, em 03 de Setembro de 1937. É jornalista e ativista dos direitos da mulher. Autora dos livros: Mulheres Que Matam, Cabul No Inverno, Procurando Lovedu, Na Próxima Vez Que Ela Estiver Morta e Quando O Amor Der Errado. Recebeu o prêmio: Bolsa Guggenheim Para Artes Criativas.
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tayna.hiroko 17/07/2020

Ler Cabul no inverno foi extremamente difícil. Eu lia, me revoltava, parava, digeria e retornava ao ciclo. Foi uma leitura de muitas paradas.
A realidade que ele traz é muito desconhecida, pouco falada, por isso achei o livro NECESSÁRIO.
A autora conseguiu fazer um trabalho muito especial, não nos poupando daquilo que precisava ser cru para ser entendido.
Doeu, não foi prazeroso, mas valeu a pena.
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:: Sofia 29/05/2020

Ajuda humanitária internacional: nua e crua
Eu comprei Cabul no Inverno num sebo, em 2016, porque me interessava muito pelo cenário internacional, enquanto sentia que conhecia só a superfície do real Afeganistão. Aquele da mídia ocidental, dos EUA. Também, comprei porque o livro estava barato, uma pechincha de 10 reais. Posterguei, posterguei... comecei a ler as primeiras 2 páginas uma quinzena de vezes, mas não chamavam minha atenção. Algum romance adolescente ocupava minha sede de livros (não que isso seja errado, viu? Enxergo hoje que, mesmo que forçasse a leitura na época {16 anos}, não teria maturidade para armazenar tanta tristeza, tanta resignação, tanta esperança... e olha que o livro conta do início do milênio!).
Em 2020, finalmente, comecei a lê-lo a valer. Me encantei. A cada página que lia, durante todo o livro, me impressionava com o quanto aprendi. Tem muita coisa nele que necessita ser de conhecimento geral.
O livro gira em torno da pergunta: como ajudar um povo totalmente desestruturado? Ann Jones responde: "não é do jeito que se tem feito". A má gestão de recursos públicos de países solidários, de doações e de boas intenções se transformam em zero proveito. O povo afegão precisa de atenção, mas não da atenção midiática, que foca as câmeras na ocupação militar ou na contratação de milhares de funcionários que ganham mais em um dia que o afegão médio ganha em um mês. O país precisa do básico. As famílias precisam de cobertores, de comida, de acesso à educação, do fim à violência estrutural contra a mulher. Precisam que as ajudem a construir a base do país, para toda a população; não precisam que se construam instalações de ponta para estrangeiros.
A narração, então, foca nas precariedades da ajuda internacional, do investimento fantasma, da violência nas ruas, nas prisões e nas escolas. Em como o Afeganistão tem sede por se desenvolver, mas sua população diverge muito no caminho que deve ser seguido. Após guerras ideológicas, guerras econômicas e guerras militares (EUA, URSS, França, Inglaterra, Talibã...) os cidadãos estão desorientados e com medo. Ao mesmo tempo, se enchem de esperança com promessas estrangeiras e são deixados na mão... A autora menciona, principalmente, seu desapontamento com os Estados Unidos, seu país natal, que mexeu toda sua propaganda política em torno de ajuda humanitária ao Afeganistão. De humanitária não tem nada.
Apesar da vontade de ler o livro numa só sentada, recomendo que não faça isso. Esse é um livro para ser digerido lentamente: é denso, com informações precisas de diferentes naturezas (especificam empresas, governos, políticos, terroristas, ONGs, dinheiro...); essas informações são acompanhadas de um aperto no coração, que torna o texto de difícil digestão; além disso, elas são relativas a culturas totalmente diferentes das nossas: a afegã e a da movimentação de grandes quantias de dinheiro.
tayna.hiroko 14/06/2020minha estante
Sua resenha sobre esse livro é muito boa! Valeuuu




Stefan 17/04/2020

O que o fanatismo pode preencher em almas vazias
Comprei esse livro em uma sebo, a alguns anos atrás, e li bem depois, sem saber direito o que esperar.
Abrindo um parenteses na resenha, certa vez em uma conversa com amigos, me perguntaram o que eu subtrairia do mundo, o que eu tiraria do planeta, assim como num passe de mágica; eu pensei um pouco e me lembrei desse livro e então respondi - o FANATISMO.
Esse livro deveria ser leitura obrigatória em muitos lugares, onde as pessoas acreditam que sua corrente ideológica, seja politica, religiosa, futebolística... é melhor que de outra pessoa, pois onde existe um vácuo de razão, de bom senso, de amor, carinho, etc... algumas pessoas preenchem facilmente com ódio, desrespeito, crueldade, através de fanatismos.
Eu não vou criticar a religião Islâmica, pois quem erra são alguns dos seus seguidores, que distorcem, manipulam e não atualizam seus fundamentos, tornando uma religião tão odiada e temida pelo mundo afora.
Achei uma leitura fácil, porém pesada, que traz a luz um sofrimento medieval que ocorre naquela região do mundo.
Obs: Penso que organizações dos direitos das mulheres deveriam avaliar melhor suas prioridades e ir em defesa das mulheres que vivem sob o peso de serem consideradas cabras, podendo a qualquer momento, sofrerem apedrejamentos e estupros.
O fanatismo (não importa qual) é um mal a ser combatido, com razão, respeito e humanidade.
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Valeska 10/03/2018

" Os afegãos têm um ditado: 'Qatra qatra darya mesha'. Gota a gota se faz um rio. Há dias em que você acredita nisso. Há dias em que não. Até que chega um dia em que você olha para o rio e vê em que direção ele está correndo."
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Kaduzette 01/03/2017

Que sofrimento, quis histórias.
Vai tomar no cu, leiam esse livro e se revoltem, tenho certeza que o Oriente Médio é o inferno na terra, eu achava que era o Brasil, mas isso aqui é brincadeira perto do Oriente Médio, a Sharia é a coisa mais inútil da face da terra, e da poder a um velho qualquer de bairro ou vilarejo decidir sobre a vida das pessoas como se fosse um juiz ou um promotor, o Islã tem de ser combatido, as mulheres afegães não tem vida, digitem mulheres afegães ae, elas sofrem mais do que qualquer outra coisa nesse mundo, espero que Deus ou qualquer outra coisa que exista espiritualmente, guie e proteja vocês e que o fim dos muçulmanos está próximo. Deus, salve essas mulheres.
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G. Turquia 02/01/2017

Vale a iniciativa de querer contar as histórias de sofrimento dos afegãos, como se isso os honrasse e impedisse que tudo o que passaram fosse banalizado e esquecido. Mas é muito, muito triste e, ora, a vida não é só tragédias. Faz-nos pensar que o Afeganistão é um inferno na Terra, o que me recuso a crer.
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Filino 01/04/2016

Quem se lembra do Afeganistão?
Um "livro-reportagem" que conduz o leitor pela rotina de Cabul, desde a chegada da narradora àquela terra (pela narração, sentimos o desconforto causado pela poluição do ar) até o cotidiano dos habitantes da localidade. Divide-se o livro em três partes: a primeira traça um histórico do país, antes/durante/depois dos acontecimentos de 11 de setembro, enfocando também os mujahidins, os combates contra os soviéticos, as lambanças cometidas no âmbito da política internacional, além de alguns costumes locais. A segunda parte, a meu ver, contém os relatos mais pungentes ao apresentar as condições das mulheres naquele país - sobretudo as encarceradas. Os costumes patriarcais e um sistema judiciário que não parece ter consideração alguma pelo belo sexo causam grande repulsa. A terceira parte, tratando de modo mais detido do sistema educacional e também da atuação de ONGs internacionais, mostra como pode dar errado quando "especialistas" (muitas vezes movidos por interesses ligados ao vil metal) se metem a palpitar sobre educação em um país que desconhecem quase que completamente.

Com essa obra, deparamo-nos com costumes que podem chocar os nossos olhos ocidentais e devem, no mínimo, pôr uma pulga atrás da orelha dos que defendem um "relativismo cultural" rasteiro. Vale a pena.
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Paulo.Eduardo 24/10/2015

Grande história, ótima autora
Excelente livro, Ann jones sem deixar de lado suas características de jornalista com um texto claro e objetivo nos apresenta com riqueza de detalhes e uma informalidade chocante o cotidiano não só do Afeganistão , mas principalmente das mulheres daquele país que bem antes de americanos e soviéticos sofriam com as invasões e com os conflito internos que criaram uma marca indelével na mente dessas pessoas por gerações.
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