C.B.S. 28/05/2014
Coco Chanel - A Vida e a Lenda
Que Chanel é uma lenda, ninguém duvida. Criadora de muitas tendências e peças atemporais que fazem parte do nosso guarda roupa – só para citar algumas: tweed, blusa marinheiro e o elegante e curinga vestido preto – Coco Chanel, teve uma história de vida meio “nebulosa”.
E é sobre sua história pessoal, tão cheia de contradições – criada pela própria Chanel – que Justine Picardie, ex diretora da Vogue e da Observer Magazine, investigou a fundo, com ajuda de muitas pessoas, entre elas, Gabrielle Labrunie (sobrinha de Chanel) e Karl Lagerfeld (diretor criativo da marca há 30 anos).
O livro começa com uma descrição sobre a Casa de Chanel, que existe até hoje, e fica na famosa rue Cambon, 31.
Nela há a butique, um espaço onde as peças de coleções atuais ficam, outra onde são criadas, há também o cômodo onde Coco assistia seus desfiles, sala de estar com telas chinesas, hall com paredes cobertas por biombos, sala de jantar, etc…
A autora nos conta com uma riqueza de detalhes, tudo o que lá está, incluindo seu apartamento, um dos três cômodos principais, que nas palavras de Justine “é como se ela nunca tivesse deixado o edifício”. Prova disso, são seus livros, escrivaninha, seu leque, fotos e outros objetos pessoais que ainda estão lá. E um fato curioso: não há nenhum quarto, já que Chanel dormia do outro lado da rua, no último andar do Ritz, que continua decorado como quando ela era viva.
Depois, conhecemos, ou pensamos conhecer a história de sua vida, pois ela contava muitos fatos diferentes sobre si mesma aos escritores, amenizando sempre as partes mais desagradáveis, construindo assim muitos segredos e mentiras para ocultar seu passado. Um dos fatos curiosos, é que o sobrenome foi escrito incorretamente e na certidão de nascimento, consta como ” Chasnel”. Seu nome de batismo é Gabrielle Bonheur Chanel – há dúvidas também se o sobrenome do meio lhe pertence – e passou a ser chamada Coco, porque seu pai não gostava do nome que sua mãe havia escolhido e costumava chamá-la de “pequena Coco”. Com uma infância pobre, depois da morte de sua mãe, foi levada juntamente com suas irmãs para um orfanato, onde aprendeu a costurar.
Mais tarde, vieram seus amores e amantes poderosos, que o livro nos permite conhecer um pouco de suas vidas, entre eles o duque de Westminster e os amigos Etiene Balsan e Boy Capel – um empresário playboy, que dizem, ter sido seu verdadeiro amor – sua amiga íntima Misia Sert – pianista polonesa – passando rapidamente sobre o surgimento do “pretinho básico” e a criação – em 1921 – do tão famoso Chanel Nº 5, que foi o primeiro perfume a exibir o nome de um estilista.
Nos anos 1930, vieram períodos conturbados: greve de seus trabalhadores, a II Guerra Mundial, o fechamento da Maison Chanel e a acusação de colaborar com os nazistas, por ter se tornado amante de um oficial alemão.
Finalmente em 1954 a casa de moda Chanel reabriu na rua Cambon, muito comemorada nos Estados Unidos, “onde recuperou sua fama e foi tratada como ícone do século XX”.
Chanel começou a introduzir um modo mais confortável na vestimenta feminina, dizendo: “Elegância em uma roupa é a liberdade de movimento.” Trouxe também um guarda roupa mais masculinizado – inspirado nas roupas de Boy Capel e do duque de Westminster, que foram muito bem aceitos pelas mulheres – entre outros tantos clássicos mundialmente conhecidos.
O livro termina com Justine nos falando rapidamente sobre o final e os últimos instantes de vida de Coco, que trabalhou até um dia antes de sua morte, para terminar a sua última coleção.
Leitura obrigatória para quem admira o trabalho dessa grande estilista que influenciou a moda mundial com suas criações.
site: http://levvvel.com/?p=1572