Cristiano Rosa 01/07/2012
Diário CT: O Dono da Lua
Um livro ilustrado de apenas 40 páginas sobre um menino, a Lua e um mistério. Uma obra infantil, você pensa, certo? Pois bem… era o que eu pensava até ler O Dono da Lua, de Ronize Aline, publicado em fevereiro de 2012 pela Editora Escrita Fina. O volume vai muito além do que uma simples história para jovens leitores; mas para compreender isso, você precisa abrir bem os olhos.
A narrativa começa nos questionando o real significado da palavra “dono”, e principalmente sobre aquelas pessoas que se dizem donas de coisas que não têm dono. Então descobrimos que a Lua tem um administrador, o Seu Selênio, um velhinho que controla as fases do satélite por uma corda e, por isso, se considera o seu dono.
Certo dia, Nick, um menino curioso e esperto, deu por falta da Lua ao olhar o céu pela sua janela antes de dormir e, intrigado com aquilo, perguntou ao seu professor de Geografia como fazer para encontrar o dono do satélite da Terra, e este lhe explicou sobre a força da gravidade. Insatisfeito, foi atrás do Doutor Astrogildo, um astrônomo que morava lá perto na sua cidade. Porém ele também lhe falou que a Lua não tinha dono algum e mencionou a força mesma gravitacional novamente.
Decidiu, por conta própria, procurar o responsável por tirar a Lua do céu. Pensou e resolveu subir o mais alto morro, descobrindo uma casa, onde morava um senhor com seu cachorro Netuno. O velho assumiu ser o dono da Lua e comentou que estava muito cansado de subir e descer o pesado satélite, e estava sem forças já para o trabalho braçal. O menino então chamou seus amigos, que puxaram a Lua para o Seu Selênio e Netuno subirem nela, e depois deixaram-na voltar ao céu. Assim, o velhinho poderia conduzir melhor o seu trabalho lá de cima.
A trama é simples? Sim, mas é preciso ver além do que está escrito. Nick representa aquela pessoa que toma iniciativa, que vai atrás do que quer e, mesmo sendo desmotivado por outros, continua sua jornada, mostrando que no final cada esforço vale a pena, principalmente se puder contar com a ajuda dos amigos.
Não tem como deixar de comentar também sobre as ilustrações, feitas pela Martha Werneck, que são de encher os olhos dos leitores e que agradam crianças, jovens e adultos, pois envolvem o texto em todas as páginas do livro, com traços leves, porém marcantes e bem desenhados, de cores harmoniosas, dando um toque especial à história, que por si só já é encantadora.
Questionamentos, ciência, curiosidade, conhecimento, relacionamentos familiares e sociais servem de cenário para a obra que trata de imaginação, amizade, solidariedade, humildade, interesse e insistência naquilo que se quer. Se algo está errado, não devemos ficar só observando, e sim, buscar conhecer o problema e achar resoluções para ele, assim, fazendo nossa parte por um mundo melhor.
Fonte: http://www.blogcriandotestralios.com/?p=15631