Um defeito de cor

Um defeito de cor Ana Maria Gonçalves




Resenhas - Um Defeito de Cor


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wakandadaughter.95 22/06/2024

Riqueza
O livro, em uma mistura de ficção e realidade aborda a história de Kehinde que, no século XVIII é trazida do continente africano para o Brasil e vendida como escrava ainda criança.
A partir daí, sua vida tem um desenrolar de tristezas, alegrias, encontros e despedidas e trata com riqueza de detalhes sobre os acontecimentos da época, os povos envolvidos e suas culturas, através dos olhos da protagonista. Além de envolver nomes de figuras importantes da história brasileira.
Uma leitura que, apesar da extensão, vale muito a pena ser realizada!
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Débora 22/06/2024

Uma aula de história
Aprendi muito sobre a história do Brasil com essas páginas e também conheci um pouco mais sobre os rituais das religiões africanas, e como elas se misturaram à cultura brasileira e a religião católica.

E o melhor: tendo uma história que mistura fatos reais com ficção e pesquisa acadêmica!

É de uma riqueza sem tamanho, e apesar de extenso, pra quem tem coragem de mergulhar nessas quase mil páginas, tem em troca uma gama de detalhes que podemos até considerar desnecessários, mas que se entrelaçam lindamente ao longo do livro, amarrados a fatos históricos sobre o Brasil e Africa.

Kehinde faz com que nos tornemos amigos dela, de tantas confissões íntimas compartilhadas nas cartas. Apesar da dor e tristeza sem tamanho expostas nelas, desde as relacionadas a escravidão as relacionadas a sua família, a personagem tem uma reviravolta ao longo da vida, fruto da sua determinação incontestável.
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Mari356 21/06/2024

A releitura desse livro não decepcionou nem um pouco!
Acho que Ana Maria Gonçalves fez um trabalho primoroso e que deveria ser leitura obrigatória para todos/as/es brasileiros/as/es!
Não se espantem com o tamanho do calhamaço, a escrita é fluida e envolvente, só vai!
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Teus 20/06/2024

Ainda criança Kehinde é sequestrada junto a irmã e avó em Daome, posta em um navio e mandada pro Brasil, onde passa pela Bahia, São Luís, Rio de Janeiro e São Paulo. Através das memórias de Kehinde é remontado o contexto da escravização e como essa prática está atrelada ao nosso processo de formação quanto sociedade, e ainda a predominância do catolicismo como religião soberana e os cultos de religiões de matriz africana, rituais e sua formação no nosso país. Essa é uma daquelas obras que te destroem por completo, levei mais tempo para ler do que achei que seria necessário, diria que além da dor incessante, essa obra despertou em mim um sentimento de fé, mesmo diante de tantas dores Kehinde nunca abandonou sua crença, nunca esqueceu as histórias que avó contava, sentada sob o iroco.
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Thalia58 15/06/2024

Obrigatório para brasileiros. Força, resiliência, ancestralidade
Um defeito de cor

Este é um livro que deveria ser lido por todos os brasileiros, em especial as mulheres pelo menos uma vez na vida, porque aprendemos sobre a nossa história de uma perspectiva diferente. Retrata a história de uma mulher africana chamada Kehinde, capturada em África quando criança na cidade de Uidá, escravizada e trazida ao Brasil, em São Salvador.
É um livro em primeira pessoa em que a Kehinde conta sua história de aproximadamente um século em forma de carta para um filho perdido. Não vou me adentrar muito na sinopse, até porque não conseguiria resumir a grandeza dessa história, vou apenas comentar alguns acontecimentos que achei mais importantes e percepções que tive durante a leitura.
A Kehinde foi inspirada na mãe de Luís Gama, a Luísa Mahim, participante e uma das líderes da revolta dos malês (os negros muçulmanos), ela não possui registros históricos, apenas dois poemas de seu filho e um trecho de uma carta que ele escreve para um amigo. Mas não foi a única inspiração, já que não existem registros históricos sobre essa figura, a autora se inspira em pelo menos 400 outras mulheres da época, o que torna a personagem ainda mais interessante.
Se tornou uma das minhas personagens favoritas de todos os tempos, porque é uma personagem que não se deixa abater pelas adversidades, decidida, independente (feminista), que se instruiu, que cometeu erros, claro, como qualquer outra pessoa e conquistou tantas coisas que geralmente é difícil imaginar quando a gente lê ou estuda sobre esse período no Brasil, mas que na verdade é bem verossímil, levando em conta que era basicamente as mulheres que movimentavam o comércio de rua nas cidades.
Apesar de ter muitos acontecimentos revoltantes no livro, ele não é definido apenas pelas atrocidades causadas pelos colonizadores, o que acho mais marcante na história é a força de um povo que apesar de tudo isso, conseguiu sobreviver, deixar seu legado, cultura e transformar toda uma sociedade. Principalmente as mulheres que ainda sofriam com a questão do machismo.
Lendo este livro, você se dá conta de como a história negra é apagada e nas escolas, por exemplo, há uma importância maior para a história da Europa, por exemplo. Foram tantas coisas interessantes que aprendei e fiquei curiosa em saber mais lendo esse livro, que nem dá pra listar. Uma delas inclusive foi a própria revolta dos malês, que se estudei na escola foi brevemente porque não lembrava.
Geralmente é ensinado a ver a África como uma coisa só, e no livro fica bem-marcado a quantidade de povos e culturas diferentes que lá existem, inclusive sendo utilizados pelos colonizadores para evitar que as pessoas escravizadas se rebelassem colocando juntas pessoas que tinham línguas diferentes, de tribos diferentes e até mesmo rivais.
Vale mencionar também que durante a leitura, muitas situações pareciam ser atuais, o que é muito triste de perceber porque ainda vivemos praticamente do mesmo jeito que vivíamos 200 anos atrás, apesar de ter conseguido várias conquistas, a estrutura é basicamente a mesma.
O livro traz a diversidade de religiões que foram trazidas, incorporadas e mescladas com outras religiões que já existiam aqui ou que foram adaptadas para que o povo conseguisse cultuar suas divindades sem serem punidos e achei fascinante a explicação referente às religiões africanas. E é uma pena que ainda hoje, as religiões de matriz africana ainda recebem tanto ódio e preconceito. Outra característica que gostei muito na Kehinde, foi o fato dela não ter preconceito com nenhuma religião e entender que cada um deveria expressar sua fé da forma que quisesse, considerando as religiões como primas.
O aspecto político também foi bem trabalhado, já que a própria protagonista era muito interessada nessas questões, e é interessante ver como todos os países envolvidos no tráfico de escravos se beneficiaram deles, até mesmo a Inglaterra que era contra o tráfico em um certo momento.
Achei bacana que a autora incorporou várias personalidades históricas importantes da época no livro, inclusive referências a outros livros. A questão dos nomes também é interessante, já que pra tirar a identidade das pessoas que estavam sendo escravizadas, elas eram batizadas e ganhavam um nome português/brasileiro e eram proibidos de falar em suas línguas nativas. Mas me chamou mais atenção os nomes dos abikus, que são crianças que tinham tratos para voltar ao Orum antes das outras pessoas e morrem mais cedo.
O que acontecia com as pessoas que retornavam também é um tema interessante de ler , como muitas pessoas conseguiram voltar para África, mas não encontravam as coisas do jeito que tinham deixado e acabavam criando o seu próprio modo de vida assimilando a cultura e modos que tinham aprendido no Brasil. Gostei da referência às Burrinhas, porque participo aqui também na cidade onde moro atualmente.
Um tema bem recorrente e importante para a Kehinde foi o que hoje chamamos de empreendedorismo, e lendo sobre isso numa história que acontece há praticamente 200 anos mostra o quanto isso está ligado ao capitalismo e a ideia de que isso é quase um conto de fadas pra quem é pobre. Claro que existem aqueles que se sobressaem, mas a maioria vive em situações análogas à escravidão, que faz parte desse sistema.
A história da rainha Agontimé também é mencionada e era outra história que não sabia e tive que pesquisar mais durante a leitura. Vale a pena conhecer.
A escrita é muito bonita e fluida, tem muitos personagens, não dá pra lembrar de todos se você tem uma memória como a minha, mas isso só acrescenta na riqueza desse livro. Sem dúvida, se tornou um dos meus livros favoritos da vida e com certeza farei uma releitura em algum momento. Recomendo fortemente!

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naoeumaresenha 14/06/2024

Orayeye oxum, kalunga!
Me emocionei incontáveis vezes com esse livro, ainda não sei falar sobre, dizer exatamente onde me tocou mas me enche os olhos de lagrimas lembrar de cada parte dessa leitura e saber a transformação que ela fez na minha vida. literatura é tudo!
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ZePPa 14/06/2024

Livro maravilhoso , história ou estória fantástica e cheia de detalhes históricos muito importantes ,
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Soliguetti 13/06/2024

A Odisseia de Kehinde e a Força do Espírito Humano
"Um Defeito de Cor", escrito por Ana Maria Gonçalves, é uma obra monumental que se destaca pela profundidade e intensidade com que narra a vida de Kehinde, uma mulher africana que enfrenta e supera a brutalidade da escravidão no Brasil. Através de uma prosa rica e detalhada, o leitor é transportado desde a infância de Kehinde em uma aldeia na África, passando por sua captura e subsequente venda como escrava, até sua luta incansável por liberdade e dignidade.

A história se desdobra ao longo de várias décadas, capturando não apenas a jornada pessoal de Kehinde, mas também fornecendo uma visão abrangente sobre o contexto histórico do Brasil e do Benim durante o período da escravidão. A narrativa é envolvente e poderosa, revelando os horrores da escravidão e a resiliência de uma mulher determinada a conquistar sua liberdade.

Ler "Um Defeito de Cor" foi uma experiência transformadora, que deixou marcas profundas em mim. Passar tantos meses acompanhando a trajetória de Kehinde foi como compartilhar a vida de uma verdadeira amiga. Sentir sua dor, sua esperança e sua força tornou a separação ao final do livro uma experiência dolorosa. Kehinde se tornou uma presença constante, cuja história ecoa com relevância e emoção.

A narrativa de Gonçalves é brilhantemente construída, especialmente nas passagens que descrevem a captura de Kehinde e sua vida como escrava no Brasil. A autora não poupa detalhes, tornando a leitura uma experiência visceral e autêntica. A transição de Kehinde de escrava a mulher livre é um testemunho de coragem e perseverança, que inspira e emociona profundamente.

No entanto, ao final do livro, quando Kehinde retorna à África, a narrativa adquire um ritmo mais lento, repleta de detalhes políticos e eventos que, por vezes, parecem não mover a história principal. Embora essas passagens possam tornar a leitura um pouco mais densa, elas não diminuem a grandiosidade da obra como um todo.

"Um Defeito de Cor" é uma verdadeira saga, uma odisseia literária que não só ilumina um período crucial da história, mas também celebra a força indomável do espírito humano. É impossível não dar menos de cinco estrelas a uma obra tão magnífica. Ana Maria Gonçalves criou uma narrativa que não apenas informa, mas também toca profundamente o coração do leitor, deixando uma impressão duradoura. A jornada de Kehinde é uma que ficará comigo para sempre, e sou imensamente grato por ter tido a oportunidade de ler este livro extraordinário.
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Lorayne.Stinguel 13/06/2024

Eu não tenho nem pedigree para resenhar este livro. A personagem parece que se tornou minha amiga me contando uma história. Dá vontade chorar e comemorar junto dela as coisas que acontecem... Esse livro é uma dor em formato retangular. Recomendo a quem tem bastante estômago.
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Camila1856 13/06/2024

QUE LIVRO FODA! A autora fez uma pesquisa ampla e juntou várias histórias reais, criando uma ficcional para relatar a escravidão no Brasil por um olhar extremamente sensível de uma mulher escravizada. Ela descreve a dor e o sofrimento de uma forma tão clara, que em vários momentos chorei, fiquei enjoada e bem revoltada!
É bem forte, mas acho que todo mundo deveria ler!
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Rodrigo_st 04/06/2024

Depois de quase um ano lendo esse livro... termino essa obra de arte densa, violenta e envolvente. Ana Maria Gonçalves, submerge os leitores na história de vida da africana Kehinde, que foi marcada por muitos acontecimentos e muitas reviravoltas. Ao final do livro, eu tive a impressão de não querer acabar, postergando a leitura, pois de certa forma não queria que aquela história acabasse.
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Ana Nobre 03/06/2024

Nem sei o que escrever... É uma obra de arte esse livro, é com certeza um dos melhores lidos, todo mundo deveria ler...

Não quero ser clichê, repetitiva descrevendo personagens, resumos, resenhas aos montes por aí.

Quero sempre lembrar de nunca desistir, de sempre estar muito atenta, que a vida passa depressa e que não há como os nossos.

Estou no tempo kairós... Talvez eu volte a escrever algo... Mas acho que não fará sentido algum para outros.
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myhtuck 02/06/2024

Chegou ao fim a jornada de quase 6 meses de leitura. Livro denso, bastante descritivo, mas enriquecedor, com diversos ensinamentos. Apesar dos relatos tristes e absurdos, acompanhar a trajetória e as conquistas de Kehinde é gratificante e necessária.


?Eu achava que era só no Brasil que os pretos tinham que pedir dispensa do defeito de cor para serem padres, mas vi que não, que em África também era assim. Aliás, em África, defeituosos deviam ser os brancos, já que aquela era a nossa terra e éramos em maior número.?
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Ellie 02/06/2024

Escravidão
Mulher negra que apesar de escrava teve força e coragem para ultrapassar muitas barreiras e ser bem sucedida, com uma visão de futuro e de prosperidade não deixando que seu passado interferisse no seu sucesso.
Importante a questão das diferenças culturais, religiosas e políticas. Longo mas necessário.
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Pasi 31/05/2024

O início é muito bom, não conseguia parar de ler. Nos 70% parece que fica um pouco arrastado. Mas no final volta a ficar delicioso. A história é de muito sofrimento e reviravoltas, com muitas informações de como era a vida na época, a realidade da escravidão e da formação do Brasil.
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